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domingo, 21 de outubro de 2018

Libras: por que é importante e qual a melhor maneira de aprender



A Língua Brasileira de Sinais, ou Libras como é normalmente conhecida, surgiu em 1857. Criada pelo Instituto dos Surdos-Mudos e hoje ensinada de diversas maneiras, principalmente em cursos online, a língua em questão é uma junção da Linguagem de Sinais Francesa e da Língua de Sinais Brasileira antiga, que era utilizada pelos deficientes auditivos de diversas regiões do Brasil. Com quase 30 anos de idade, a Libras faz o papel principal que toda linguagem desenvolve: conectar pessoas e permitir que comunicações sejam feitas, que o mundo seja apreendido pelos surdos por meio da linguagem e que essa experiência se dê de forma completa.

Existindo oficialmente por tanto tempo nas terras do Brasil, a Língua Brasileira de Sinais é amplamente utilizada e faz parte do cotidiano de muitas pessoas, tanto aquelas que são deficientes auditivos, quanto aquelas que não são. Nesse post, vamos te falar por que é importante aprender essa língua e qual a melhor maneira de fazer isso nos dias de hoje. Confira.

 número de surdos no Brasil

Segundo dados repassados pelo G1 de uma pesquisa demográfica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada em 2010, a porcentagem de brasileiros que declara ter deficiência auditiva é de 5,1% da população. Em números reais isso equivale a 9,7 milhões de pessoas com algum grau de deficiência para ouvir. O número de surdos propriamente ditos, nessa pesquisa em questão, atinge o pico de 344,2 mil indivíduos. Enquanto 2,1 milhões de pessoas disseram que têm deficiência auditiva severa, outros 1,7 milhão confirmaram que possuem uma dificuldade enorme em ouvir.

Dependendo do grau da deficiência auditiva, pode ser complicado tratá-la com algum aparelho ou mesmo cirurgia. Além disso, devemos levar em consideração o número de pessoas que não possuem condições para buscar soluções para essa deficiência, o que faz com que, se não conseguem se comunicar, percam parte da experiência social que as aguardam. Logo já vemos a importância da Língua Brasileira de Sinais fazer parte do cotidiano de mais pessoas. Você entenderá que a palavra-chave nessa questão toda é inclusão, algo que já discutimos em outro postaqui mesmo no Educamundo.

A importância de aprender Libras

Como dissemos anteriormente, devemos pensar que aprender Libras é ajudar em uma maneira de inclusão social de indivíduos com deficiência. Assim como todo brasileiro, os deficientes auditivos devem estar inseridos de toda e qualquer forma na vida em sociedade e uma das maneiras mais básicas de inclusão é por meio da linguagem. É por isso que devemos ter empenho em compreender a Libras em sua totalidade e não como forma de apenas acrescentar mais alguma característica em nosso currículo. Pensar na relação da linguagem com as pessoas nos dá uma ideia bem maior e correta de como ela é importante para todas as pessoas.

Diferente do que alguns acreditam, a Libras é uma língua que só faz sentido no Brasil. Existem várias linguagens de sinais, como a norte-americana, conhecida pela sigla ASL ou então como Ameslan e a britânica (BSL), e elas se diferem entre si. Isso acontece mesmo que os países tenham a mesma linguagem verbal – como é no caso dos Estados Unidos e do Reino Unido, em que ambos falam inglês – mas as linguagens de sinais possuem características culturais e por isso devem ser compreendidas enquanto produtos do seu espaço nacional. É comum achar que cada palavra tem um correspondente nessa língua, mas ela trabalha com conceitos e por mais que possam ser traduzidos para uma linguagem verbal ou escrita, a Libras funciona mais nos moldes de correlação linguística.

A dificuldade em aprender Libras

Todo aprendizado de uma nova língua é complicado na primeira vez. Para aqueles que já aprenderam mais de uma linguagem verbal fica mais fácil apreender outros idiomas com o passar do tempo. Isso acontece porque toda linguagem é composta de sintaxe – aquela característica linguística que estuda as palavras enquanto componentes de uma frase – e a estrutura pode ser parecida em diversas línguas. Para alguém que fala português como língua nativa, a dificuldade primordial está naquela transição entre tradução e compreensão da Libras para o Português. A tradução sempre coloca uma língua em retrospecto com a outra, ou seja, faz relações linguísticas entre os elementos. Quando passamos da tradução para a compreensão começamos a pensar dentro naquela nova linguagem e não mais fazer paralelos com uma língua e outra. Com o aprendizado de Libras acontece a mesma coisa.

A Língua Brasileira de Sinais tem diversos pontos em comum com o português brasileiro, mas também há outros que se diferem e por isso devem ser tratados e pensados de maneira distinta, e não apenas como parte de uma tradução literal linguística. Como citamos mais acima no texto, aLibras trabalha bastante com conceitos e por mais que toda palavra seja um conceito em sua concepção, dificilmente entendemos nossa linguagem nativa dessa maneira. O “x” da questão para quem quer aprender Libras é justamente fazer o estudo tendo em mente que é necessário deixar o pensamento virado para a Língua Brasileira de Sinais.

A questão de treinar o pensar para ser composto em Libras é um exercício que exige dedicação, mas que não deve ser deixado de lado de hipótese alguma. Inclusive essa é uma dica de ouro para quem está no processo de aprendizado. O chamado Português Sinalizado é diferente da língua de sinais, porque essa vai além de uma tradução, como dito anteriormente. Com a internet, não é difícil encontrar materiais audiovisuais em que podemos ver intérpretes fazendo a língua de sinais para os deficientes auditivos. Isso é comum em canais sobre política, mas você também encontra no YouTube materiais de entretenimento que mostram um intérprete em tela. Assim como ver um filme em inglês ajuda no desenvolvimento do idioma em seu cérebro, o mesmo acontece nesse caso. Para treinar melhor, coloque o vídeo no mudo e se concentre ainda mais na pessoa que faz a língua de sinais.

Outra forma de conseguir vencer as adversidades do estudo é se concentrar bastante. Pegue seus conteúdos, leia, releia e não deixe se distrair para que possa ficar focado naquilo que necessita aprender. Em nosso post de O Guia Definitivo de Como Otimizar Seus Estudos em Cursos Online já falamos sobre a importância de ter um ambiente tranquilo e propício para os estudos, sem interrupções e distrações. Leia para saber como você pode criar formas de otimizar seus estudos tendo ainda mais foco.

Outra maneira de ajudar no desenvolvimento do seu estudo de Libras é justamente ter contato com pessoas que utilizam a Língua Brasileira de Sinais há mais tempo do que você. Quando falamos com uma pessoa fluente que entende a situação de aprendizado em que nos encontramos – iniciante, intermediário ou avançado – treinamos ainda mais os aprendizados e ganhamos mais confiança naquele conhecimento. É sempre importante ter em mente que errar faz parte de todo estudo e quando ele é sobre linguagem, essa se mostra mais presente justamente quando a colocamos em prática. A linguagem é um exercício que deve ser feito todos os dias, caso contrário a comunicação pode ter dificuldades de se estabelecer da maneira como os envolvidos esperam.



sábado, 13 de outubro de 2018

O Amor Possível

Para quem diz que o amor é complicado, Fabíola Sebastiana Kelly Silva, de 25 anos, não achou nada difícil a decisão que tomou: conhecer o amor da vida dela pela internet, descobrir que ele tinha paralisia cerebral e iniciar o namoro dois dias depois. Miguel de Paula Carvalho Pinto, hoje com 36 anos e uma deficiência que o impedia de se aproximar do coração da maioria das mulheres, encontrou na internet uma forma de conhecer pessoas e, quem sabe, achar uma para a vida inteira. Na casa em que hoje moram juntos, o casal contou ao G1 como o detalhe não fez a mínima diferença.

Pra mim, sempre foi muito difícil conhecer pessoas. Então, eu vi na internet o caminho para encontrar a minha cara-metade”, declara Miguel. Em meados de 2008, em sua busca pela rede social, ele adicionou Fabíola pelo Orkut. Ela não aceitou. Após insistir por mais umas três vezes enumerando alguns amigos que tinham em comum, Fabíola resolveu aceitar o novo amigo e começaram a conversar. “Eu nunca gostei de ficar conversando pela internet, usava a internet só para trabalho. Mas nós começamos a nos falar e de repente, estávamos conversando todos os dias”, diz Fabíola.

Pra mim, sempre foi muito difícil conhecer pessoas"

Miguel de Paula

Ela conta que os dois haviam saído recentemente de relacionamentos, portanto a afinidade se tornou amizade e apoio rapidamente. “Eu moro em Varginha, mas na época estava trabalhando em Elói Mendes, e eu não conhecia praticamente ninguém lá. Então, no meu horário de almoço, eu ficava conversando com o Miguel”, explica. “Nessa época ele já começou com um ‘lero’ pra cima de mim, falando que era pra ligar para ele, essas coisas, mas eu esquivava”.

Cerca de cinco meses depois, de conversa todos os dias, Miguel sumiu. Ficou dois dias sem aparecer na internet. “E eu achei aquilo super estranho, porque sempre que eu entrava, ele estava lá”, conta Fabíola. Mas outra coisa além do sumiço de Miguel chamou a atenção dela: Fabíola estava, de fato, sentindo a falta dele. “Aí eu percebi que eu estava começando a me apaixonar”, conta.

Fabíola resolveu então ligar na casa dele para saber o que estava acontecendo. Quem atendeu foi a irmã do Miguel, que, após chamar Fabíola pelo nome de outra mulher, disse que ele estava internado por causa de uma cirurgia, mas que não era nada sério. Os dois ficaram cerca de duas semanas sem se falar.

"Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu
corpo", diz Miguel (Foto: Lucas Soares / G1)

Quando Miguel voltou ao mundo virtual, Fabíola decidiu que queria ver ele e começaram a combinar de se encontrar. “Aí ele me disse: tudo bem, mas tem um detalhe. Eu perguntei: que detalhe? Ele disse: eu tenho uma deficiência. Aí eu pensei, decerto ele não tem um dedo, ou não movimenta a perna, sei lá, qualquer coisa assim”, lembra Fabíola. Miguel levou outros dois meses para tomar coragem e dizer à Fabíola a deficiência: “Eu tenho paralisia cerebral”, digitou. “Aí eu não acreditei ‘né’”, conta Fabíola, “afinal isso era impossível. A gente conversava todos os dias e era normal. Eu já imaginava a pessoa com paralisia cerebral, desculpa o termo, mas ‘retardado’, pra mim era impossível aquilo”.

Mas era verdade. Miguel explicou que, no caso dele, a paralisia só atingiu a coordenação motora, mas a maioria das suas funções cognitivas funcionava normalmente. Ele só tinha dificuldades em falar e em se movimentar. “Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu corpo”, explicou Miguel à época. Fabíola não precisou pensar muito para decidir que queria vê-lo assim mesmo.

Eu apareci uns dois dias depois de surpresa na casa dele. Foi a irmã que atendeu de novo e novamente me chamou pelo nome de outra mulher (risos)”, conta Fabíola. “Ele era um mulherengo. Quando a gente começou a namorar, ele teve que excluir um monte de mulher do Orkut (risos). Mas voltando àquele dia, quando eu apareci no quarto, o Miguel levou tanto susto que até caiu da cadeira (risos)”. Miguel emenda com as lembranças dele do momento: “Eu olhei para ela e pensei: nossa, que ‘morenona’ (risos)”.

Fabíola não sabe nem explicar como foi o momento, mas eles se abraçaram, Miguel começou a falar, e mesmo com toda a dificuldade de se expressar, ela diz que entendia 90% do que ele dizia. “Foi um momento realmente sem explicação”, lembra. Quando os dois estavam na varanda, se reconhecendo, o primeiro beijo aconteceu. “Só um selinho, mas foi maravilhoso”, completa ela.

O Namoro
Fabíola disse que nem pensou muito para decidir que queria ficar com ele. A parte mais difícil, segundo ela, foi convencer ambas as famílias. “Assim que os pais do Miguel ficaram sabendo, a mãe dele já veio ter aquela conversa séria comigo. Em todo o instinto de proteção dela, me disse que outra pessoa já tinha magoado muito ele, que o mundo deles girava em torno do Miguel, e que não era fácil, que eu tinha que ter cuidado antes de entrar na vida dele”, lembra.


Fabíola queria que Miguel fosse a um encontro da igreja com ela em outra cidade, mas de última hora, a viagem não aconteceu. Ela foi sozinha. “Quando eu estava lá, rezando, eu pensei: Deus, eu não sei o que fazer, eu tenho esse sentimento, mas não sei se é possível, se é a coisa certa. Então me dá um sinal, qualquer um, ou senão faça eu esquecer ele”, lembra Fabíola. “Aí eu abri os olhos, e quando olhei lá na frente do auditório, tinha um casal de uma mulher e um homem com paralisia também caminhando. Aí pensei, em todo o preconceito que a gente tem mesmo: ela deve estar cuidando dele ‘né’. Mas aí, eles se beijaram. E pra mim foi o sinal que eu precisava”, finaliza.

Miguel se emociona toda vez que assiste ao vídeo
do casamento (Foto: Lucas Soares / G1)

Em junho de 2009, Miguel e Fabíola começaram a namorar. “E era muito complicado, porque Miguel não podia andar a pé e eu não sabia dirigir. Aí, todo lugar que a gente ia, ou era a mãe, ou o pai, ou alguém da família que levava e trazia, e estava sempre ali”, conta Fabíola. Ela então resolveu o problema. Cerca de quatro meses depois do início do namoro, tirou a carteira de motorista e comprou um carro. “Eu estava guardando um dinheiro para fazer pós-graduação. Então usei ele para pagar o curso e dar entrada no carro. Assim a gente podia namorar sem ninguém por perto”, conta.

Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu corpo"

Miguel de Paula

Miguel, apesar de já ter se formado em ciência da computação, ficava em casa o dia todo. Fabíola, então, distribuiu o currículo dele em vários lugares. Logo depois, uma empresa que produz peças automotivas chamou o Miguel para um programa de inclusão de funcionários com deficiência e ele conseguiu o emprego. “Eu fiquei muito feliz, porque ele sempre consegue o que quer”, comenta Fabíola.

12/06/2013 09h08 - Atualizado em 12/06/2013 14h16

Com paralisia cerebral, programador encontra namorada pela web em MG"Eu vi na internet o caminho para encontrar a minha cara-metade”, diz ele.
Após meses de conversa, ele revelou a deficiência e o namoro começou.

Samantha SilvaDo G1 Sul de Minas, em Varginha, MG

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Para quem diz que o amor é complicado, Fabíola Sebastiana Kelly Silva, de 25 anos, não achou nada difícil a decisão que tomou: conhecer o amor da vida dela pela internet, descobrir que ele tinha paralisia cerebral e iniciar o namoro dois dias depois. Miguel de Paula Carvalho Pinto, hoje com 36 anos e uma deficiência que o impedia de se aproximar do coração da maioria das mulheres, encontrou na internet uma forma de conhecer pessoas e, quem sabe, achar uma para a vida inteira. Na casa em que hoje moram juntos, o casal contou ao G1 como o detalhe não fez a mínima diferença.

Casal se conheceu pela internet, e mesmo com a revelação da deficiência, ficaram juntos (Foto: Lucas Soares / G1)

“Pra mim, sempre foi muito difícil conhecer pessoas. Então, eu vi na internet o caminho para encontrar a minha cara-metade”, declara Miguel. Em meados de 2008, em sua busca pela rede social, ele adicionou Fabíola pelo Orkut. Ela não aceitou. Após insistir por mais umas três vezes enumerando alguns amigos que tinham em comum, Fabíola resolveu aceitar o novo amigo e começaram a conversar. “Eu nunca gostei de ficar conversando pela internet, usava a internet só para trabalho. Mas nós começamos a nos falar e de repente, estávamos conversando todos os dias”, diz Fabíola.

Pra mim, sempre foi muito difícil conhecer pessoas"

Miguel de Paula

Ela conta que os dois haviam saído recentemente de relacionamentos, portanto a afinidade se tornou amizade e apoio rapidamente. “Eu moro em Varginha, mas na época estava trabalhando em Elói Mendes, e eu não conhecia praticamente ninguém lá. Então, no meu horário de almoço, eu ficava conversando com o Miguel”, explica. “Nessa época ele já começou com um ‘lero’ pra cima de mim, falando que era pra ligar para ele, essas coisas, mas eu esquivava”.

Cerca de cinco meses depois, de conversa todos os dias, Miguel sumiu. Ficou dois dias sem aparecer na internet. “E eu achei aquilo super estranho, porque sempre que eu entrava, ele estava lá”, conta Fabíola. Mas outra coisa além do sumiço de Miguel chamou a atenção dela: Fabíola estava, de fato, sentindo a falta dele. “Aí eu percebi que eu estava começando a me apaixonar”, conta.

Fabíola resolveu então ligar na casa dele para saber o que estava acontecendo. Quem atendeu foi a irmã do Miguel, que, após chamar Fabíola pelo nome de outra mulher, disse que ele estava internado por causa de uma cirurgia, mas que não era nada sério. Os dois ficaram cerca de duas semanas sem se falar.

"Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu
corpo", diz Miguel (Foto: Lucas Soares / G1)

Quando Miguel voltou ao mundo virtual, Fabíola decidiu que queria ver ele e começaram a combinar de se encontrar. “Aí ele me disse: tudo bem, mas tem um detalhe. Eu perguntei: que detalhe? Ele disse: eu tenho uma deficiência. Aí eu pensei, decerto ele não tem um dedo, ou não movimenta a perna, sei lá, qualquer coisa assim”, lembra Fabíola. Miguel levou outros dois meses para tomar coragem e dizer à Fabíola a deficiência: “Eu tenho paralisia cerebral”, digitou. “Aí eu não acreditei ‘né’”, conta Fabíola, “afinal isso era impossível. A gente conversava todos os dias e era normal. Eu já imaginava a pessoa com paralisia cerebral, desculpa o termo, mas ‘retardado’, pra mim era impossível aquilo”.

Mas era verdade. Miguel explicou que, no caso dele, a paralisia só atingiu a coordenação motora, mas a maioria das suas funções cognitivas funcionava normalmente. Ele só tinha dificuldades em falar e em se movimentar. “Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu corpo”, explicou Miguel à época. Fabíola não precisou pensar muito para decidir que queria vê-lo assim mesmo.

“Eu apareci uns dois dias depois de surpresa na casa dele. Foi a irmã que atendeu de novo e novamente me chamou pelo nome de outra mulher (risos)”, conta Fabíola. “Ele era um mulherengo. Quando a gente começou a namorar, ele teve que excluir um monte de mulher do Orkut (risos). Mas voltando àquele dia, quando eu apareci no quarto, o Miguel levou tanto susto que até caiu da cadeira (risos)”. Miguel emenda com as lembranças dele do momento: “Eu olhei para ela e pensei: nossa, que ‘morenona’ (risos)”.

Fabíola não sabe nem explicar como foi o momento, mas eles se abraçaram, Miguel começou a falar, e mesmo com toda a dificuldade de se expressar, ela diz que entendia 90% do que ele dizia. “Foi um momento realmente sem explicação”, lembra. Quando os dois estavam na varanda, se reconhecendo, o primeiro beijo aconteceu. “Só um selinho, mas foi maravilhoso”, completa ela.

O Namoro
Fabíola disse que nem pensou muito para decidir que queria ficar com ele. A parte mais difícil, segundo ela, foi convencer ambas as famílias. “Assim que os pais do Miguel ficaram sabendo, a mãe dele já veio ter aquela conversa séria comigo. Em todo o instinto de proteção dela, me disse que outra pessoa já tinha magoado muito ele, que o mundo deles girava em torno do Miguel, e que não era fácil, que eu tinha que ter cuidado antes de entrar na vida dele”, lembra.

Casal olha fotos do casamento em agosto de 2013 (Foto: Lucas Soares / G1)

Fabíola queria que Miguel fosse a um encontro da igreja com ela em outra cidade, mas de última hora, a viagem não aconteceu. Ela foi sozinha. “Quando eu estava lá, rezando, eu pensei: Deus, eu não sei o que fazer, eu tenho esse sentimento, mas não sei se é possível, se é a coisa certa. Então me dá um sinal, qualquer um, ou senão faça eu esquecer ele”, lembra Fabíola. “Aí eu abri os olhos, e quando olhei lá na frente do auditório, tinha um casal de uma mulher e um homem com paralisia também caminhando. Aí pensei, em todo o preconceito que a gente tem mesmo: ela deve estar cuidando dele ‘né’. Mas aí, eles se beijaram. E pra mim foi o sinal que eu precisava”, finaliza.

Miguel se emociona toda vez que assiste ao vídeo
do casamento (Foto: Lucas Soares / G1)

Em junho de 2009, Miguel e Fabíola começaram a namorar. “E era muito complicado, porque Miguel não podia andar a pé e eu não sabia dirigir. Aí, todo lugar que a gente ia, ou era a mãe, ou o pai, ou alguém da família que levava e trazia, e estava sempre ali”, conta Fabíola. Ela então resolveu o problema. Cerca de quatro meses depois do início do namoro, tirou a carteira de motorista e comprou um carro. “Eu estava guardando um dinheiro para fazer pós-graduação. Então usei ele para pagar o curso e dar entrada no carro. Assim a gente podia namorar sem ninguém por perto”, conta.

Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu corpo"

Miguel de Paula

Miguel, apesar de já ter se formado em ciência da computação, ficava em casa o dia todo. Fabíola, então, distribuiu o currículo dele em vários lugares. Logo depois, uma empresa que produz peças automotivas chamou o Miguel para um programa de inclusão de funcionários com deficiência e ele conseguiu o emprego. “Eu fiquei muito feliz, porque ele sempre consegue o que quer”, comenta Fabíola.


Nesta semana de dia dos namorados, quase cinco anos após se conhecerem, o casal planeja e se preocupa com as mesmas coisas de qualquer casal: passarem em um concurso para melhorar as condições financeiras, comprar uma casa maior, quando vão ter o primeiro filho. Ao mostrar o vídeo de casamento, Miguel, ao lado de Fabíola, começa a chorar de emoção. “Ah, toda vez que ele assiste o vídeo, ele chora. Miguel é muito sensível”, entrega Fabíola. Ao comentar o bom humor de Miguel, que disfarça toda essa sensibilidade, ela completa: “Ele que anima a vida da gente. Somos muitos felizes”.


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Dia Nacional da Pessoa com DEFICIÊNCIA FÍSICA

11 de Outubro - Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Física

A UNIRIO registra nesta data (11/10) o Dia da Pessoa com Deficiência Física, conforme Ministério dos Direitos Humanos.

Conforme o Artigo 1º da Convenção sobre os Direitos da Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasilno ano de 2008, pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir a participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.

Segundo dados preliminares do Censo de 2010, o Brasil possui atualmente mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 23,92% da população. Deste total, mais de 13 milhões são deficientes físicos.


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Dia Mundial de Saúde Mental

O Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado a 10 de outubro.

Este dia visa chamar a atenção pública para a questão da saúde mental global, e identificá-la como uma causa comum a todos os povos, ultrapassando barreiras nacionais, culturais, políticos ou sócio-económicas. Combater o preconceito e o estigma à volta da saúde psicológica é outro dos objetivos do dia.

Esta data foi criada em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a saúde mental uma prioridade e defende que a questão da saúde mental não é estritamente um problema de saúde.

Neste dia realizam-se colóquios para se encontrar soluções para os problemas relacionados com a saúde mental e coordenar esforços na luta contra esta realidade. O tema do Dia Mundial da Saúde Mental é: "Dignidade na Saúde Mental: Primeiros Socorros de Saúde Mental e Psicológica para Todos".

Aumento dos casos de depressão

As perturbações de natureza mental estão a crescer e os distúrbios mentais, independentemente da sua gravidade, são uma das principais doenças incapacitantes do século XXI.

A depressão é a segunda causa de incapacidade na União Europeia. As doenças mentais e, particularmente a depressão, são o fator de maior risco de suicídio.

Saúde mental em Portugal

Um estudo da Direção Geral de Saúde mostra que Portugal lidera a lista dos países europeus com maior número de casos de perturbações mentais. Os mais afetados são as mulheres, quando se comparam os sexos, e as pessoas com menos educação e dinheiro, quando o critério é a posição social. Em Portugal existem perto de 100 mil doentes esquizofrénicos.


domingo, 7 de outubro de 2018

Prevenir câncer de mama

Uso de Medicamentos para Reduzir o Risco de Câncer de Mama

Os medicamentos como tamoxifeno e o raloxifeno podem reduzir o risco de câncer de mama em mulheres que têm um risco médio de desenvolver a doença. Se você pertence a esse grupo de mulheres. Converse com seu médico para saber se esses medicamentos podem ser uma opção para você.

Decidindo se deve (ou não) tomar um medicamento para reduzir o Risco de Câncer de Mama

O uso de medicamentos para ajudar a reduzir o risco de contrair uma doença é denominado quimioprevenção. O primeiro passo para decidir se você deve (ou não) tomar medicamentos para ajudar a diminuir suas chances de desenvolver um câncer de mama é consultar um médico para avaliar seu risco de contrair a doença. Todos os medicamentos têm benefícios e riscos. Para as mulheres com maior risco de câncer de mama, os benefícios da quimioprevenção podem superar esses riscos.

Atualmente, a maioria dos especialistas diz que o risco de câncer de mama deve ser maior do que a média para uma mulher considerar o uso do tamoxifeno ou raloxifeno. Se você tiver um risco de câncer de mama superior à média, você precisa comparar o benefício de reduzir suas chances de contrair câncer de mama com o risco dos efeitos colaterais e outros problemas de tomar um desses medicamentos.

Os fatores de risco de cada mulher precisam ser identificados para descobrir se ela tem um risco superior ao médio de câncer de mama. Um fator de risco é qualquer coisa que afeta o risco de contrair uma doença. Mas tenha em mente que ter fatores de risco que estão ligados a um risco maior não significa que você desenvolverá a doença. Na verdade, a maioria das mulheres que têm um ou mais fatores de risco nunca desenvolverá câncer de mama.

Os fatores de risco para câncer de mama incluem:

Ser mulher.Ter parentes de primeiro grau que tiveram câncer de mama.Histórico menstrual da mulher.Histórico de gravidez da mulher.Ter tido câncer de mama invasivo ou carcinoma ductal in situ.Ser diagnosticada com carcinoma lobular in situ.Ser diagnosticada com hiperplasia ductal atípica ou hiperplasia lobular atípica.Ter uma mutação genética associada à síndrome do câncer hereditário (como mutação BRCA).

Avaliando o Risco de Câncer de Mama

Os pesquisadores construíram alguns modelos estatísticos para ajudar a prever o risco de uma mulher contra o câncer de mama.

A ferramenta de avaliação do risco de câncer de mama (modelo de Gail) é uma dessas. Essa ferramenta pode estimar o risco de contrair câncer de mama nos próximos 5 anos e ao longo da vida, com base em muitos dos fatores listados acima.

Entretanto, esta ferramenta possui alguns limites. Por exemplo, só avalia o histórico familiar em parentes próximos (como irmãos, pais e filhos). E não estimar o risco se a mulher tem histórico de carcinoma ductal in situ, carcinoma lobular in situ ou se teve câncer de mama. Também não é útil se a mulher tem uma síndrome de câncer hereditária.

Além disso, os dados sobre os quais essa ferramenta se baseia não inclui mulheres hispânicas/latinas, índias americanas ou nativas do Alasca. Portanto, as estimativas para essas mulheres não são precisas.

Outras ferramentas de avaliação de risco estão baseadas em grande parte no histórico familiar, como o modelo Tyrer-Cuzick e o modelo de Claus.

Essas ferramentas podem fornecer estimativas aproximadas do risco, mas nenhuma ferramenta ou teste pode dizer com certeza se uma mulher desenvolverá o câncer de mama.

Existem razões para não tomar esses medicamentos para ajudar a reduzir o risco de câncer de mama?

Todas as drogas têm riscos e efeitos colaterais que devem ser discutidos amplamente com o médico ao se optar pela quimioprevenção. A maioria dos especialistas concorda que apenas as mulheres que estão em maior risco de câncer de mama devem tomar uma droga para ajudar a diminuir seu risco.

Nem o tamoxifeno nem o raloxifeno devem ser utilizados para reduzir o risco de câncer de mama em mulheres que:

Tem maior risco de formação de coágulos de sangue*.Estão grávidas ou pretendem engravidar.Estão amamentando.Fazem uso de estrogênio.Fazem uso de inibidores de aromatase.Tem menos de 35 anos.
* As mulheres que apresentam maior risco de formação de coágulos sanguíneos  incluem aquelas que já tiveram coágulos sanguíneos (trombose venosa profunda ou embolia pulmonar). Também incluem  se você já teve um acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco. Se você fuma, é obesa ou tem (ou está sendo tratado) para hipertensão ou diabetes.  As mulheres com essas condições devem conversar com seus médicos para verificar se os benefícios da quimioprevenção superam os riscos.

Uma mulher que tenha sido diagnosticada com qualquer tipo de câncer uterino ou hiperplasia atípica do útero (um tipo de pré-câncer) não deve tomar tamoxifeno para reduzir o risco de câncer de mama.

O raloxifeno não foi testado em mulheres na pré-menopausa e só deve ser usado em mulheres que já tiveram a menopausa.

Você deve conversar com seu médico sobre seu estado de saúde geral para fazer a melhor escolha possível.


sábado, 6 de outubro de 2018

Emprego no Brasil

No segundo trimestre de 2018, faltou trabalho para 27,6 milhões de pessoas no Brasil. A chamada taxa de subutilização da força de trabalho foi de 24,6%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).O indicador inclui os desempregados, os subocupados (que trabalham menos de 40 horas semanais) e a força de trabalho potencial (pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar). De acordo com o IBGE, o resultado é considerado estável em relação ao primeiro trimestre de 2018 (24,7%) e teve alta na comparação com o segundo trimestre de 2017 (23,8%).Desalento recorde

O número de desalentados (que desistiram de procurar emprego) chegou a 4,8 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade, resultado superior ao do 1º trimestre de 2018 (4,6 milhões) e do 2º trimestre de 2017 (4 milhões de pessoas). Esse foi o maior contingente de desalentados desde 2012, quando a pesquisa começou a ser feita.

De acordo com o IBGE, a população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: "não conseguia trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga". Ela faz parte da força de trabalho potencial.


Desemprego foi de 12,4%

No segundo trimestre do ano, o desemprego no país foi de 12,4%, em média, de acordo com dados do IBGE.

O número de desempregados no Brasil foi de 13 milhões de pessoas. Isso representa queda de 5,3% em relação ao primeiro trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2017, são 520 mil desempregados a menos, uma queda de 3,9%.

Taxa é maior entre pretos e pardos

De acordo com a pesquisa, enquanto a taxa de desemprego dos que se declararam brancos (9,9%) ficou abaixo da média nacional (12,4%), a dos pretos (15%) e a dos pardos (14,4%) ficaram acima. No segundo trimestre de 2018, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,4%) e pelos pretos (8,5%).

O uso do termo "preto" costuma ser criticado nas redes sociais como supostamente preconceituoso, mas é a terminologia oficial da pesquisa do IBGE. O grupo mais genérico de "negros" reúne as cores específicas, "preta" e "parda", explica o IBGE.