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sábado, 24 de novembro de 2018

Como lidar autista agressivo

"Eu tenho medo do meu filho. Vivo sob o fio da navalha, nunca sei o que pode acontecer."

O desabafo é de Lucy Goldsworthy, mãe de Elliot, de 12 anos, diagnosticado com autismo severo no Reino Unido. Ele não fala, enfrenta dificuldades de aprendizagem e tem crises nervosas que já a deixaram com o lábio cortado e hematomas por todo o corpo. O pai, Ian, teve a córnea arranhada após ser atingido por um soco.

O garoto precisa de cuidado intensivo e não é capaz de entender as consequências de seus atos.

Em entrevista à BBC, pais como Ian relatam cenas de violência - e dizem ter muita incerteza em relação ao futuro. Muitos afirmam temer os próprios filhos e cobram das autoridades ajuda para lidar com a questão.

A Organização Mundial da Saúde estima que o Transtorno do Espectro Autista afete uma em cada 160 crianças no mundo - mas ele pode se manifestar em uma ampla gradação, de graus mais leves aos mais agudos. É importante ressaltar, porém, que nem todos os autistas são agressivos e que não há nenhuma evidência de que sejam mais propensos à violência.

A Sociedade Nacional de Autismo do Reino Unido ressalta, porém, que é necessário que haja assistência às famílias, em especial às de crianças que sofrem com crises agressivas mais frequentes.

No Brasil, a Associação de Amigos do Autista (AMA), que dá apoio a 350 crianças com autismo em São Paulo, também recomenda, em seu site, um tratamento multidisciplinar com orientação familiar, intervenções psicoeducacionais e uso de técnicas para desenvolvimento da linguagem e comunicação.

Crises nervosas normalmente acontecem quando há acúmulo de informações sensoriais simultâneas que elevam o nível de estresse do autista. A frequência, contudo, varia de pessoa para pessoa e também depende do espectro em que o autista se enquadra. Além disso, elas não se limitam aos diagnosticados com autismo - há outros transtornos que também têm, entre os sintomas, agitação extrema e comportamento agressivo.

"É um assunto sério e muito difícil, mas as famílias precisam enfrentá-lo", afirma Ana Maria Mello, superintendente da AMA, instituição que ajudou a fundar há mais de 30 anos. Ela mesmo diz que seu filho, hoje com 39 anos e diagnosticado com autismo na infância, passou a ter crises nervosas na adolescência.

"Ele foi crescendo e entrou numa fase de muita agressividade. No início, ficávamos cheio de hematomas. Foi preciso aprender a segurá-lo sem me machucar e sem machucá-lo", conta Ana Maria, dizendo que as crises agressivas não podem ser tratadas como tabu.

Ela conta que, com o tempo, aprendeu a lidar com os episódios agressivos e descobriu que o filho relaxa fazendo caminhadas.

Entre grades

No caso do britânico Elliot, os episódios começaram a ficar mais violentos quando ele tinha cinco anos. Os pais relatam que, à medida que ele vai crescendo e ficando mais forte, torna-se cada vez mais difícil de controlar as crises.

"Se ele ainda fosse uma criança pequena, seria mais fácil conter um ataque, com ele te arranhando e te chutando", diz Lucy. "Agora, é como se um pequeno homem te atacasse de repente."

A mãe de Elliot explica que ele é violento durante apenas cerca de 5% do tempo, mas que os efeitos das crises estão cada dia piores.

Ian e Lucy tiveram de colocar grades na janela do quarto do menino e trancar a porta para manter ele e os irmãos seguros.


Elliot frequenta uma escola especial, mas os pais afirmam que as autoridades locais - através do Sistema Nacional de Saúde (o NHS, na sigla em inglês) - não lhe dão nenhum tipo de apoio. Segundo eles, a ajuda governamental só é oferecida se o filho ou os pais são hospitalizados ou se a polícia é chamada.

Ela diz que, após ter sido ferida na cabeça pelo menino após uma crise violenta, acreditou que teria mais apoio. "No começo, recebi um pouco de ajuda", diz a mãe, emendando que depois as autoridades tentaram "lavar as mãos" e passaram a oferecer apenas 48 horas de ajuda por ano.

Estratégias

Segundo a OMS, estudos conduzidos nos últimos 50 anos revelam que o número de pessoas diagnosticadas está aumentando no mundo inteiro. As explicações para esse aumento apontam para diagnósticos mais eficientes, mais conscientização e registros mais precisos.

Nos Estados Unidos, um estudo de 2011 indicou que quase metade de 1,4 mil crianças com autismo avaliadas pelos pesquisadores tinha crises muito agressivas e violentas.

Autistas podem, por exemplo, se sentir incomodados com muita informação, luzes brilhantes e barulho.

A BBC Brasil mostrou recentemente que uma escola no norte de Londres, na Inglaterra, está ensinando ioga a alunos com autismo para reduzir suas crises nervosas. Até agora, a iniciativa se provou bem-sucedida.

O site da organização brasileira Entendendo Autismo explica que a agressividade e a irritabilidade podem derivar do fato de que as crianças com autismo, por não entenderem alguns símbolos sociais, não conseguem encontrar formas de expressar em determinadas situações. Elas também costumam ser hipersensíveis ao barulho, por exemplo.

Entre as sugestões para lidar com episódios de agressividade estão levar a criança a ambientes onde se sintam confortáveis e usar jogos ou brinquedos que tenham efeito tranquilizador. Não é recomendável gritar com a criança. E também é importante que ela tenha um acompanhamento profissional interdisciplinar.

O neurologista infantil Clay Brites, integrante do Instituto Neurosaber e do Disapre (Laboratório de Pesquisas em Distúrbios, Dificuldades de Aprendizagem e Transtorno de Atenção), da Unicamp, ressalta que "nem todas as famílias de autistas sofrem com agressividade - há autistas que são excessivamente passivos e propensos, inclusive, a sofrer agressividade e abusos".

"A propensão do Transtorno do Espectro Autista a desenvolver agressividade é gerada pela sua condição, e não por voluntarismo ou maldade", explica ele por e-mail à BBC Brasil.

"Por outro lado, é importante saber que existem casos em que a agressividade, explícita e exagerada, tem que ser conduzida com internações e contenções. Geralmente, ocorrem naqueles casos de TEA severo e associado a comorbidades psiquiátricas como a esquizofrenia, o transtorno obsessivo-compulsivo e o transtorno opositivo-desafiador. É importante sublinhar a importância do diagnóstico e da intervenção precoces para prevenir esses comportamentos em idades mais tardias", agrega.

'Ele é gentil por natureza'

Cameron, de 19 anos, é uma das 700 mil pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista no Reino Unido.

O diagnóstico veio aos três anos de idade, e o pai dele, Douglas Clements, diz que também tem medo das crises do filho. "Muitas vezes não sei como Cameron vai reagir, e é assustador", afirma.

Cameron hoje recebe atendimento diário em um centro especializado. Mas a vida em casa tem ficado cada vez mais difícil, e seus pais estão procurando por um espaço público que abrigue crianças e adultos vulneráveis que fique perto de onde moram em Surrey, na Inglaterra.

Hannah, mãe do jovem, diz que a família não consegue mais administrar o comportamento dele.

"Estou muito chateada, porque o amo muito", diz ela. "Não quero que as pessoas tenham medo dele, porque ele é gentil por natureza", acrescenta a mãe, que diz ser desolador ver o filho ficar frustrado, mas não conseguir explicar o porquê.

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Vamos para a cama aos prantos'

O serviço de saúde britânico informa que estabeleceu "um programa transparente" dedicado àqueles com dificuldade de aprendizagem e autismo para permitir que mais pessoas nessas condições vivam em suas comunidades, "com o apoio certo e perto de casa".

Os pais de Elliot Goldsworthy acreditam que, à medida que o filho envelhecer, precisarão cada vez mais de apoio.

"Há momentos em que vamos para a cama aos prantos", disse Ian Goldsworthy. "Mas você não pode mergulhar nesse sentimento, porque a vida será exatamente a mesma no dia seguinte."

No Brasil

No Brasil, Ana Maria Mello, da AMA, diz que não há nenhuma política governamental para apoiar pais ou autistas. "Para conseguir uma vaga numa instituição é preciso recorrer ao Ministério Público e processar o governo", lamenta, dizendo que tem procurado autoridades para tentar regulamentar práticas e assegurar assistência mínima.

Ana Maria diz que, no Brasil, em casos extremos, autistas são hospitalizados, onde recebem medicamento e às vezes são amarrados numa cama. Ela, contudo, defende abordagens menos intrusivas.

Entre os 350 autistas que recebem atendimento gratuito na AMA, 26 são residentes. Voltam para casa de 15 em 15 dias, para não perder contato com a família. Os outros atendidos passam o dia ou meio perído na associação, que tem sede em São Paulo.

Ana Maria conta que a associação sempre buscou referências e experiências de iniciativas no exterior, em especial sobre as melhores formas de conter as crises nervosas mais severas.

"Logo no início mandamos uma pessoa aos EUA para ver como o assunto era tratado. Lá não se amarra nem se dá medicamento, mas há regulamentação e treinamento", conta.

Ela diz que a AMA tem recorrido ao método americano que usa duas pessoas para conter uma crise com movimentos sincronizados e um programa para melhorar o comprotamento de autistas. "Muitas vezes não se trata só de oferecer atividades relaxantes, mas de é uma questão de ocupar o tempo", complementa.

"É realmente horrível. Você ama seu filho, mas ele pode te machucar", afirma, ponderando que, com as estratégias de contenção e atividades físicas, é possível conter os mais agressivos, reduzir o número de crise e melhorar o comportamento.


sábado, 17 de novembro de 2018

Mãe com Síndrome de Down

Antes de respondermos a essa questão, é necessário entender quais os fatores que determinam tal possibilidade. Saber sobre a sexualidade, a fertilidade de pessoas nessa condição.

Para isso vamos nos atentar aos estudos realizados através dos tempos e de um caso concreto de uma mãe com síndrome de Down que foi capaz de dar à luz ao seu bebê de forma saudável.

Como é o Desenvolvimento e Comportamento Sexual?

Todos os indivíduos, independentemente da deficiência, são seres sexuais. Indivíduos com síndrome de Down e outras deficiências mentais que se envolvem em comportamentos sexuais, no entanto, podem enfrentar preconceitos sociais, bem como a ansiedade significativa dos pais.

O desenvolvimento de uma identidade sexual segura é uma tarefa difícil mesmo para quem não possui uma deficiência física ou mental. O surgimento de comportamentos sexuais no indivíduo com síndrome de Down alarma alguns pais e cuidadores que, com razão, temem que o déficit cognitivo de seus filhos o torne especialmente vulnerável:

Gravidez indesejada,Exploração e abuso sexualDoenças sexualmente transmissíveis.

A masturbação, uma auto estimulação rítmica da área genital, é uma parte saudável e normal da autodescoberta. A incidência de masturbação em indivíduos com síndrome de Down foi relatada como 40% nos homens e 52% nas mulheres.

A fertilidade significativamente prejudicada de ambos os sexos é evidente na população da síndrome de Down. Embora os homens tenham sido presumidos como estéril, há relato de um caso onde, um bebê masculino “normal” que foi gerado por um homem com síndrome de Down.

Já as mulheres que sofreram distúrbios possuem uma fertilidade significativa: uma série de revisões documentam as mulheres com síndrome de down que conduziram uma gravidez a termo, dando à luz a bebês com e sem síndrome de Down.

Gravidez e Síndrome de Down

Assim como em qualquer mulher, a gravidez só é considerada de risco se a gestante apresentar algum problema de saúde que justifique cuidados extras, como cardiopatia, pressão alta, diabetes ou obesidade. No entanto, a incidência dessas patologias é maior nas pacientes com síndrome de Down.

Além disso, é importante se atentar aos cuidados do pré-natal. Pois, pela falta de informação da gestante e da família, pode ocorrer que uma mãe com síndrome de Down só se consulte com um médico quando a gestação já estiver avançada.

Os cuidados durante a gravidez são os mesmos que todas as outras mulheres devem tomar, considerando em cada caso a ocorrência ou não das questões citadas acima.

O tipo de parto é definido de acordo com o estado geral da mulher e do bebê. Caso a mãe com síndrome de down tenha um problema de saúde para a qual não seja indicado o parto normal ou o bebê apresente alguma malformação, a cesárea será o método escolhido.

A vontade da paciente também é levada em consideração: se ela e sua família se sentirem mais seguras com a cesárea, o médico provavelmente realizará esta opção.

O bebê concebido em mãe com síndrome de Down apresenta maior risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer. Para uma mãe com síndrome de Down desenvolver uma gravidez de alto risco depende em grande parte do nível cognitivo e do seu estado médico.

Obviamente, a presença das doenças citadas acima, bem como transtorno de convulsões, complica uma gravidez. A alta incidência de doença cardíaca congênita em qualquer bebê com síndrome de Down contribui para o risco na gravidez, incluindo aborto e morte neonatal. Bebê sem síndrome de Down possui um número maior deanomalias congênitas.

Gravidez Rara

Ainda são poucas as mulheres que se tornaram mãe com síndrome de down. Segundo a literatura médica, em todo o mundo, existem cerca de 50 casos documentados de mãe com síndrome de Down.

“Homens com Down tendem a ser estéril e a probabilidade de as mulheres ficarem grávidas são de 50%. As chances dessas pessoas terem uma criança com a mesma condição é entre 25% e 50%, dependendo das características de cada indivíduo “, explica Lenir Santos, presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down.

Caso Brasileiro de Mãe Com Síndrome De Down

Maria Gabriela Andrade tem síndrome de Down e seu parceiro, Fabio Marchetti de Moraes, têm uma deficiência intelectual. Ambos se encontraram quando crianças na escola da Associação de Pais e Amigos de Crianças Excepcionais (APAE).

Começaram a se gostar desde o início, mas Fabio mudou de escola por alguns anos e, quando voltou, seu amor de infância estava namorando com outro garoto, Erik, também com síndrome de Down.
Fabio não desistiu e lutou até que recuperou Gabriela: para reconquistá-la lhe dava caixas com seus doces favoritos. Desde então, eles não se separaram mais.

Os pais de ambos colocaram uma cama extra em suas casas para que eles ficassem juntos. Ambos, seus pais e os médicos acreditavam que Gabriela nunca poderia engravidar, mas estavam errados.

Há nove anos, Gabriela começou a ganhar peso. Sua mãe dizia que era porque ela comia muito, mas quando sentiram que “a barriga se mexia“, elas marcaram uma consulta com o ginecologista, que lhes disse que Gabriela estava de seis meses de gestação.

“Foi incrível, nós não podíamos acreditar. Minha filha encarou todo o processo com muita calma e ficou muito feliz. Dois meses depois, eu já estava com minha neta em meus braços “, lembra a avó Laurinda.

Valentina nasceu um mês antes do esperado, sem herdar a deficiência de sua mãe ou de seu pai. Mas, a alegria da nova família durou pouco, quando o juiz negou a paternidade da menina para Fabio porque considerava que ele não tinha o raciocínio necessário para poder exercer os cuidados de pai.

Mas, após várias semanas de lutas legais e na mídia, a Justiça mudou sua opinião.“Agora somos pais. Estamos muito felizes e preparados para cuidar da nossa pequena “, disse Fabio quando foram registrar sua filha no tribunal civil de São Paulo.

Um ano depois, em março de 2009, Gabriela e Fabio se casaram. Após o casamento, Gabriela fez uma laqueadura de trompas para evitar ter mais filhos.


sábado, 10 de novembro de 2018

Câncer de próstata

Treinamento da semana
 Seg primeira bola. Ataque. Defesa
Qua primeira bola. Tabela. Direção
Qui primeira bola. Ataque. Tabela
Sex primeira bola. Defesa. Direção
Marca a distância do adversário O câncer de próstata é o segundo tumor maligno que mais atinge os homens. Conheça causas, sintomas e como tratar a doença

Cerca de 68 mil brasileiros por ano recebem o diagnóstico de câncer de próstata, segundo as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Esse é o segundo tumor maligno mais frequente na nossa população masculina, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

"Um em cada sete homens vai ser diagnosticado com câncer de próstata no decorrer da vida", afirma o urologista Ricardo Favaretto, do A.C.Camargo Cancer Center. Para se ter uma ideia da incidência, estima-se que 80% dos homens com 80 anos que morreram por outras doenças tinham esse tipo de câncer sem saber.

Em relação à mortalidade, é o segundo tipo de tumor maligno mais letal para os brasileiros --são 14 mil mortes ao ano, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. A maioria dos casos tem desenvolvimento lento, o que, em tese, facilita a detecção precoce. No entanto, muitos homens ainda resistem em realizar os exames preventivos, pois eles envolvem o toque retal.

O tratamento do câncer de próstata também assusta, porque pode trazer efeitos colaterais que interferem na vida sexual, embora muitos avanços tenham sido conseguidos. Além disso, análises mais sofisticadas dos tumores têm permitido que muitos casos iniciais nem sejam sequer tratados. A tendência ao que os médicos chamam de 'vigilância ativa' só aumenta. "Nos EUA, por exemplo, até 2014 apenas 14% dos casos eram acompanhados. Hoje, a proporção subiu para 41%", informa Franz Campos, chefe da seção de urologia do Inca.

Para que serve a próstata

A próstata é uma glândula pequena que só os homens têm. Situada abaixo da bexiga, e na frente do reto, é responsável pela produção do líquido seminal. Esse fluido compõe o sêmen, junto com os espermatozoides, produzidos nos testículos, e o conteúdo liberado pela vesícula seminal. A função desse líquido é proteger e nutrir as células reprodutivas masculinas. A próstata não é responsável pela ereção, nem pelo orgasmo.

O tamanho da glândula é parecido com o de uma ameixa, mas, com o envelhecimento, o volume aumenta bastante. Esse crescimento, chamado dehiperplasia prostática benigna, pode gerar sintomas, como dificuldade para urinar, e precisa ser tratado. Mas a condição não tem nada a ver com o câncer.

Tipos de câncer de próstata

Por diversas razões, as células do corpo humano podem sofrer mutação e passar a se multiplicar descontroladamente. Existem diferentes tipos de células na próstata, mas a maioria dos cânceres nascem nas células endócrinas, responsáveis pela produção do líquido seminal. Chamados de adenocarcinomas, esses tumores quase sempre se desenvolvem lentamente. Em certos casos, porém, podem ser mais agressivos e evoluir rapidamente, podendo se espalhar para outros tecidos e órgãos (metástase). Outros tipos de câncer de próstata, como sarcomas e carcinomas de pequenas células, são considerados muito raros.

Sintomas mais comuns

O câncer de próstata evolui silenciosamente. Geralmente, quando os pacientes apresentam sintomas, os tumores estão em fase mais avançada. Eles são parecidos com os da hiperplasia benigna ou também de uma prostatite (inflamação causada por bactérias):

Dificuldade para urinar (por ex: demora para começar e terminar);Necessidade de urinar mais vezes durante o dia e/ou à noite;Diminuição do jato de urina;Dor ou ardor ao urinar;Presença de sangue na urina ou no sêmen;Dor ao ejacular

Quando a doença atinge a fase avançada e espalha-se para outros órgãos, os sintomas podem incluir dor óssea ou infecção generalizada.


Fatores de risco

- Idade: tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam de forma significativa após os 50 anos. No Brasil, nove em cada dez pacientes diagnosticados têm mais de 55 anos

- História familiar: quando um indivíduo tem pai ou irmão que foi diagnosticado antes dos 60 anos, o risco é de três a dez vezes maior que na população geral

- Nacionalidade: a doença é mais frequente em países desenvolvidos, como os da América do Norte e Europa

- Estilo de vida: há evidências de que homens com sobrepeso ou obesidade têm risco maior. Também há alguns indícios de que o excesso de alimentos gordurosos de origem animal, como carne vermelha e laticínios, possam interferir na propensão, o que ainda tem sido estudado. "A população do mundo com menor risco desse tipo de câncer é a japonesa. Quando um indivíduo se muda de lá para um país como o Brasil e passa a ter uma alimentação rica em gordura animal, com excesso de carne vermelha e processada, o risco passa a ser igual ao do brasileiro", comenta Favaretto.

- Genes: o urologista Franz Campos diz que vários estudos têm sido feitos para identificar alterações genéticas hereditárias envolvidas no câncer de próstata, assim como acontece com o de mama. Mas essa causa seria pouco comum --a maior parte seria deflagrada por mutações adquiridas ao longo da vida.

- Tabagismo: o hábito parece elevar o risco de morte por câncer de próstata.

- Outros: existem diversos estudos em andamento para avaliar a influência de outros fatores, como a exposição à combustão tóxica, bem como inflamações e infecções sexualmente transmissíveis (IST), como gonorreia ou clamídia.

Repor testosterona causa câncer?

Os hormônios masculinos estimulam o crescimento dos tumores, por isso existe esse temor. "Não há evidência suficiente para dizer que a reposição de testosterona aumente o risco de câncer de próstata", afirma Favaretto. O médico ainda adverte que, em indivíduos saudáveis, o uso do hormônio exógeno acaba inibindo a produção de testosterona pelo próprio testículo.

E a vasectomia?

Estudos recentes refutaram a relação entre esterilização masculina (cirurgia para bloqueio do canal deferente) e o câncer de próstata.

Diagnóstico

O câncer da próstata só pode ser identificado com a combinação de dois exames:

- Dosagem de PSA: exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico (prostate-specific antigen).

O exame de toque retal permite ao médico palpar a próstata e perceber se há caroços ou tecidos endurecidosImagem: iStock como a glândula fica em frente ao reto, o exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença). O toque é feito com o dedo protegido por luva lubrificada. É rápido e indolor, apesar de alguns homens relatarem incômodo e terem enorme resistência em realizar o exame.

Na maioria dos homens, o nível de PSA costuma permanecer abaixo de 4 ng/numberamel. Se o nível esta entre 4 e 10, há uma chance em quatro de câncer. Alguns pacientes com nível normal de PSA podem ter um tumor maligno, que pode até ser mais agressivo, por isso esse exame não pode ser a única forma de diagnóstico. "Quando só se considera os pacientes com PSA elevado, apenas 30% têm câncer; por isso o toque retal é necessário", avisa o médico do A. C. Camargo.

A dosagem também é importante durante o tratamento, para acompanhar a evolução do paciente ou retorno da doença. Ainda é importante lembrar que infecções ou mesmo a hiperplasia benigna podem levar ao aumento dos níveis de PSA

Ambos os exames não têm 100% de precisão, e a realização de outros exames pode ser necessária. A ressonância magnética, por exemplo, pode ser indicada antes da biópsia, único procedimento capaz de confirmar o câncer. A punção das amostras de tecido da glândula para análise é feita com auxílio da ultrassonografia, e dura cerca de 15 minutos. Pode haver desconforto e presença de sangue na urina ou no sêmen nos dias seguintes ao procedimento, e há risco de infecção, o que é contornado com uso de antibióticos.

Outros exames de imagem também podem ser solicitados, como tomografia computadorizada, a cintilografia óssea (para checar se os ossos foram atingidos) e a radioimunocintilografia.

Estadiamento do câncer de próstata

O sistema mais utilizado para classificar o câncer de próstata chama-se Score de Gleason. Quanto maior o valor, mais provável é o crescimento rápido da doença. Os resultados dos exames permitem dividir a doença em quatro estádios principais. Veja a descrição de cada um deles, segundo o A.C.Camargo Cancer Center:

Estádio I: o tumor está confinado à próstata, sem comprometimento dos nódulos linfáticos e outros órgãos. Foi encontrado durante ressecção transuretral. Baixo grau de Gleason. Menos de 5% do tecido da biópsia contém câncer

Estádio II: o tumor ainda está confinado à próstata, sem comprometimento dos nódulos linfáticos e outros órgãos. E há uma das seguintes condições:

Tumor encontrado durante ressecção transuretral. Tem grau de Gleason igual ou acima de 5 ou mais de 5% do tecido da biópsia contém câncer. Ou foi percebido por causa de PSA alto, não pode ser sentido por toque retal nem visto por ultrassom transretal e foi diagnosticado por biópsia por agulha;Tumor pode ser sentido por toque retal ou visto por ultrassom transretal.

Estádio III: o tumor se espalhou e pode ter atingido as vesículas seminais, mas não alcançou os gânglios linfáticos ou outros órgãos.

Estádio IV: uma ou mais das seguintes condições estão presentes:

O câncer se espalhou para tecidos próximos que não as vesículas seminais, como os músculos;O câncer se espalhou para partes mais distantes do corpo.

Como é o tratamento do câncer de próstata

O melhor tratamento para cada caso depende do estadiamento da doença, da idade e do estado geral de saúde do paciente. De maneira geral, cirurgia, radioterapia e terapia hormonal costumam ser as opções mais comunsQuando o Gleason é de 8, 9 e 10, a doença tem que ser tratada de forma radical; já cânceres menos agressivos, dependendo da idade do paciente, você nem trata", explica o especialista Franz Campos, chefe da seção de urologia do Inca.

Esses pacientes, em geral assintomáticos, podem ser apenas monitorados periodicamente, sem precisar de tratamento. A chamada vigilância ativa envolve a realização periódica dos exames de PSA e toque retal, além de biópsias conforme indicação médica. Já para homens mais jovens, com boa saúde e tumor que cresce rápido, isso não costuma ser recomendado.



sábado, 3 de novembro de 2018

A Casa adaptada para Cadeirante

De uma hora para outra, surge a necessidade de tornar a sua casa adaptada para pessoas com dificuldade de locomoção. E, seja por um evento permanente ou provisório, os membros da família muitas vezes se veem perdidos, sem saber por onde começar. Em geral, uma moradia acessível possui os atributos tanto para pessoas com deficiência como para idosos.

Perguntas do tipo: Será que teremos que mudar para uma casa térrea? Tenho que colocar corrimão nas escadas? E a altura da cama, qual é a ideal? O banheiro tem que ter quantas barras? Qual é a melhor inclinação para a rampa?

Essas questões são apenas o início de uma longa e árdua trajetória, em busca de conforto para quem tem dificuldade de locomoção. Muitas vezes medidas simples podem ser tomadas. Entendemos que cada situação é única e demanda uma atenção particular. Nesse sentido, nossa equipe desenvolve projetos residenciais de acessibilidade específicos com foco na necessidade inerente a cada um.

É sempre bom o exercício de nos colocarmos em outras perspectivas e analisarmos o mundo à nossa volta com um olhar mais apurado e cuidadoso. Hoje trouxemos uma especial atenção para o dia-a-dia de um cadeirante e suas questões particulares de locomoção e acessibilidade, que envolvem acirrado envolvimento com o universo da arquitetura e do design como um todo.

Em poucas palavras, vamos descobrir formas racionais de trazer a acessibilidade para dentro de casa, como também opções legais de tornar esse processo bonito e cheio de personalidade. Se você é um cadeirante e gostaria de deixar a sua casa ainda mais elegante ou criativa, essas dicas poderão inspirá-lo(a) a trazer novidade e ao mesmo solucionar questões básicas.

Entes de tudo, para os mais desavisados, vale a pena conferir a norma brasileira ABNT NBR 9050, que rege todas as dimensões e tamanhos ideias para facilitar o processo de adaptação de uma residência. Mas indo além, busque nessas ideias que trouxemos aqui algumas inspirações e toques imperdíveis para tornar esse processo gostoso e original!

De acordo com as normas oficiais de acessibilidade, encontramos nas rampas a melhor forma de adaptar degraus ou desníveis, o que é essencial para a boa locomoção do cadeirante. Neste exemplo, o trabalho de carpintaria criou um lindo jardim integrado à rampa, tornando o espaço bonito, agradável e perfeitamente adaptado.

Para começar, trouxemos este exemplo de apartamento criado de forma genial para uma família que necessitou de uma adaptação para cadeirante. O primeiro e mais importante passo é tornar as portas e corredores suficientemente largos, para permitir a locomoção sem obstáculos. Uma forma de aproveitar a deixa, é incorporar uma porta de design elegante e apostar em bons e bonitos revestimentos de parede para trazer elegância.

Mesmo que você não tenha uma sala grande como esta, vale a reflexão para trabalhar o layout dos móveis de forma cuidadosa. É necessário deixar espaço de circulação entre eles. E no caso de uma sala menor, a solução poderia ser remover a mesa de centro e, se possível, integrar a sala de jantar com a sala de estar. Quanto menos portas e paredes, mais iluminado o espaço fica e muito mais acessível e gostoso para todos

Para uma pessoa com locomoção reduzida, o banheiro é o ambiente de mais cuidado, pois necessita de adaptações precisas para garantir sua segurança e comodidade. Nestes dois exemplos que trouxemos, os banheiros receberam barras, espelho inclinado e espaço suficiente de acordo com a norma brasileira.

Na área do banho, o piso antiderrapante ajuda bastante, sendo primordial. Aqui os equipamentos e acessórios formam incluídos para completar a usabilidade do banheiro.