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domingo, 30 de setembro de 2018

Mães deficiência Visual que cuida dos filhos sozinha

Laura Freitas tem deficiência visual desde que nasceu e enfrenta o desafio de ser mãe há 14 anos, quando teve o primeiro filho. Ela conta que as dificuldades não são muito diferentes das mulheres que enxergam. “Duvidavam que eu pudesse cuidar dos meus filhos por ser cega. As pessoas ficam curiosas e se reprimem em perguntar, mas eu gosto de responder. Sei que eu posso. É importante que as pessoas também saibam. Sempre acreditei que eu ia conseguir. E eu amo ser mãe! Foi o melhor presente que Deus me deu” afirma.

Com 32 anos, Laura é mãe de Gabriel, 14 anos, e Vinícius, de 8 anos. Trabalha como revisora de braile no Centro de Referência em Educação e Atendimento Especial do Ceará (Creaece), em Fortaleza. Ela diz que está afastada por falta de material. “Trabalho de dois a três períodos. A dificuldade maior é não ter com quem deixar os meus filhos”. Para isso, recorre muitas vezes ao auxílio da mãe Marta.

A cegueira de Laura é hereditária. “Eu nasci assim”, afirma. Ela explica que a sua adaptação com foi 'desde sempre'. No caso de pessoas que já enxergaram um dia, mas que depois perderam a visão, a adaptação é diferente. “Sempre me senti igual”, disse.

Diferenças e adaptações
Na casa de Laura, os objetos permanecem distribuídos sempre no mesmo lugar para facilitar a localização e locomoção dela. “Na minha casa, eu sou independente. Gosto de cozinhar, fazer sobremesas...”, conta.

Laura Freitas e o filho Vinícius, de 8 anos.
(Foto: Marina Holanda/G1)

Acompanhada do mais novo, ela destaca o que há de especial na sua relação com os filhos. “Filho de cego é mais atencioso, mais responsável. Eles têm o cuidado de avisar quando vão sair de perto de mim, diferente de quando estão com a avó, ficam mais livres”, explica.

Táticas
“O que eu encontro de mais diferente, é que no início, muitas coisas eu precisava perguntar. Coisas relativas a cores em atividades da escola, ou medições. Uma das táticas que eu tinha, quando eu ia dar remédio ao bebê, por exemplo, era aproximar o conta-gotas do meu ouvido para escutar quantas gotas estavam caindo. Ia no instinto. No segundo filho, já foi mais fácil.”

A realidade das mães cegas são distintas e variam em cada caso. Segundo a experiência de Laura com outras mulheres do Creaece, há mães com deficiência visual que se tornam muito dependentes da ajuda de outras pessoas e que terminam por se acomodar a essa condição. “Eu ando e saio só, porque eu quis assim. Incentivo eu tive pouco. Se eu fosse rica, eu tinha era mais [filhos]!” conta Laura entre risos. “Eu digo pra ela que nós somos duas mulheres sofredoras, mas fortes” completa Marta, mãe de Laura.


sábado, 29 de setembro de 2018

Educação no Brasil

São muitos os problemas que estão presentes na educação brasileira, especialmente na educação pública. São diversos os fatores que proporcionam resultados negativos, um exemplo disso são as crianças que se encontram no 6ºano do ensino fundamental e não dominam habilidade de ler e escrever.

Esse fato é resultado direto do que acontece na estrutura educacional brasileira, pois praticamente todos os que atuam na educação recebem baixos salários, professores frustrados que não exercem com profissionalismo ou também esbarram nas dificuldades diárias da realidade escolar, além dos pais que não participam na educação dos filhos, entre muitos outros agravantes.

As avaliações implantadas pelo governo para avaliar a educação brasileira apresentam números desanimadores, isso se tornou uma situação insustentável que não pode continuar.


Em setembro de 2006, um grupo de empresários e políticos, com a participação dos meios de comunicação em massa, firmou um compromisso denominado de Todos pela Educação. Nessa mobilização ficaram definidas algumas metas a serem alcançadas até 7 de setembro de 2022. São elas:

Todo indivíduo com idade entre 7 e 17anos deverá estar na escola.
- Todo indivíduo com idade de 8 anos deverá dominar a leitura.
- Os alunos deverão ter acesso a todos os conteúdos correspondentes a sua série.


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Saúde no Brasil

Instituições públicas e privadas de saúde devem dispor de, pelo menos, 10% dos funcionários capacitados para o uso e interpretação da Língua Brasileira de Sinais (Libras), para comunicação com pessoas surdas.

Esse é o objetivo do projeto de lei 1.769/15, de autoria do vice-líder do PSD, deputado Rômulo Gouveia, da Paraíba. A medida, se aprovada, vai alterar a Lei 10.436/02, que criou a linguagem específica para os surdos e mudos.


Gouveia explica que “o texto da lei não faz menção alguma aos serviços privados de saúde, o que merece reparos. Por esse motivo, tomamos a iniciativa de inserir a cláusula que estabelece o percentual de funcionários da saúde capazes de se comunicar por meio da Libras, em todas as esferas. Nosso objetivo é assegurar que os serviços de atenção à saúde sejam feitos de forma precisa, sem intermediações indevidas e suposições que possam induzir a erro”.

Ainda segundo o parlamentar, ao ampliar o atendimento aos surdos e mudos, o acesso da população portadora de necessidades especiais ao sistema de saúde vai melhorar. “Serão beneficiados com a medida tanto o paciente, que será acolhido de forma mais adequada, quanto o profissional, que ganhará mais uma competência e um saber”, disse.

O projeto tramita em caráter conclusivo e aguarda parecer da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).

Fonte: PSD


domingo, 23 de setembro de 2018

Guerra do Brasil

RIO - Três pesquisadores em segurança pública escreveram artigos para explicar os motivos e possíveis soluções sobre os altos índices de homicídios no país. Para José Luiz Ratton, Ignacio Cano e César Barreira, o Brasil deve priorizar combate à violência numa agenda de ações efetivas, evitando o populismo e o punitivismo inócuo.

chamada - guerra do brasil

José Luiz Ratton, Coordenador do núcleo sobre Políticas de Segurança da UFPE:

A persistência escandalosa das elevadas taxas de mortalidade por homicídio no Brasil constitui evidente problema público que, a despeito da retórica de todos os governantes brasileiros dos últimos anos, nunca entrou de forma consistente no centro da agenda pública nacional.

No plano das respostas estatais, viceja o pensamento mágico. Em um extremo, os que querem “acabar com o crime” propondo soluções populistas e punitivistas; em outro, os que só concebem a queda da violência quando ocorrerem transformações estruturais da economia e da sociedade brasileira.

É certo que o controle da criminalidade em sociedades historicamente violentas não é problema de fácil solução: a violência é um fenômeno complexo e multidimensional que perpassa as práticas de todas as classes e grupos sociais, assim como as instituições que supostamente deveriam ser responsáveis pelo seu controle, além de atingir preferencialmente aqueles que já são destituídos de quase todos os direitos, os invisíveis de sempre.

Mas o que pode ser feito no curto e no médio prazo, para reduzir a violência que mata mais de 60 mil pessoas por ano no país, sem abrir mão do compromisso com a democracia, o Estado de Direito e a observância dos direitos fundamentais?

Olhar para experiências internacionais exitosas e baseadas em evidências pode ser um bom começo. Aprender com os acertos e erros do passado recente dos poucos estados brasileiros que iniciaram (e interromperam) políticas de redução da criminalidade violenta também pode ser de grande valia.

Mas precisamos de uma agenda mínima, inovadora e factível. Construir mecanismos eficientes de redução da violência policial; implementar, como prioridade das polícias, a prevenção e a investigação dos crimes contra a vida; controlar as armas de fogo de forma duradoura, diminuindo sua disponibilidade; desenvolver amplos programas de prevenção social da violência voltados para os mais vulneráveis à violência (aqueles que já se envolveram com atividade criminosa violenta e/ou já estiveram presos e seus familiares); reduzir drasticamente o encarceramento e humanizar as prisões; adotar políticas de drogas que protejam os que são atingidos pela violência sistêmica de alguns mercados de drogas são estratégias racionais e plausíveis.

A adoção de tais medidas ajudaria a criar um ambiente favorável para um ciclo sustentável de redução da criminalidade violenta no país, a ser garantido com incentivos econômicos em todos os níveis organizacionais comprometidos com tais mudanças.

Algumas medidas adicionais são fundamentais para garantir a realização de tal agenda: a participação da sociedade, a transparência da informação criminal, a avaliação contínua de todas os programas de redução da violência.

Para que isto seja possível, o envolvimento do governo federal na coordenação de uma estratégia nacional de segurança pública e a participação dos outros poderes é crucial, assim como a produção de mecanismos claros de financiamento do setor da segurança pública que definam as responsabilidades de municípios, estados e do governo federal.

Interromper a tragédia dos crimes contra a vida é condição necessária para a construção de uma sociedade menos injusta e menos desigual. Se abrirmos mão desta tarefa, não teremos país nenhum.

Ignacio Cano, Professor; membro do Laboratório de Análise da Violência da Uerj:

Desde os anos 1990, o Brasil convive com níveis dramáticos de homicídios que levaram a que, nos últimos anos, mais de 13% dos homicídios no mundo acontecessem em solo brasileiro. Esta epidemia de homicídios tirou a vida de mais de 61 mil brasileiros em 2015, segundo dados do Ministério da Saúde, e de outros 61 mil em 2016, de acordo com cifras do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Se o Brasil quiser resolver esta tragédia cotidiana, a primeira medida a ser tomada é enfrentá-la com a gravidade que merece, como um autêntico drama nacional, como um desafio cuja solução pode transformar o país como fez o fim da hiperinflação nos anos 1990. O governo Dilma acenou com o lançamento de um Plano Nacional contra os Homicídios, que nunca se concretizou. De fato, precisamos não apenas de um plano nacional, mas de planos estaduais e municipais, todos eles embasados em diagnósticos locais prévios que revelem as dinâmicas que conduzem ao homicídio.

As vítimas preferenciais de homicídio possuem um perfil preciso em termos de idade, gênero, cor, escolaridade e local de residência. São, basicamente, garotos negros de baixa escolaridade e moradores das periferias urbanas. Esse perfil de baixa renda e escassa visibilidade social não tem ajudado, num país tão desigual como o Brasil, a mobilizar a sociedade e o poder público para enfrentar o problema. Se a concentração do perfil das vítimas multiplica a tragédia para alguns grupos sociais, por outro lado oferece uma oportunidade alvissareira às políticas de prevenção, se elas forem bem focalizadas em grupos sociais e áreas de alta incidência.

A despeito da necessidade de diagnósticos locais, há vários elementos comuns que precisam ser abordados para reduzir os homicídios no cenário nacional. O primeiro é a necessidade de programas de prevenção social para estes jovens moradores de periferias, cujo efeito não é imediato, mas cujo sucesso em termos de inserção social é capital para conter a violência. O segundo ponto é a urgência de melhorar as taxas de esclarecimento de homicídios, hoje muito reduzidas na grande maioria dos estados brasileiros. Enquanto a grande maioria dos homicídios não resultar na punição de ninguém, será difícil obter resultados satisfatórios a curto prazo. O terceiro ponto é a importância de restringir a difusão de armas de fogo, responsáveis hoje por mais de 70% dos homicídios no país, na contramão das tentativas no Congresso Nacional para aprovar projetos que facilitem o acesso dos cidadãos às armas. O quarto elemento é a necessidade de repensar o modelo de policiamento ostensivo no país para diminuir os confrontos armados e para reduzir a letalidade policial, elevadíssima em alguns estados, que tornou a polícia brasileira uma das que mais mata e mais morre no mundo. O quinto ponto, talvez o mais desafiador, é como induzir os grupos criminosos para que eles operem com menores níveis de violência, dentro da estratégia que a literatura denomina focused deterrence (dissuasão focada, em tradução livre).

De qualquer forma, as intervenções para reduzir homicídios necessitam contar com metas explícitas e avaliações de impacto que orientem a política pública, ao invés de propor medidas baseadas em impressões pessoais ou em reações emocionais.

O Brasil não precisa continuar sendo o campeão mundial no número de homicídios. Mas, primeiro, precisa tomar vergonha desse lugar.

César Barreira, Coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da UFC:

O século XXI tem apresentado sérios desafios na área da violência, tais como aumento de homicídios e consequente demanda na área de segurança pública. Vivemos também um momento de polarizações: ódio político e intolerância ao diferente. Narciso “acha feio o que não é espelho” e quer excluir o diferente, tanto social como fisicamente.

As intolerâncias se exacerbam no nosso cotidiano. Quando uma cor de pele, uma condição de gênero, uma opção política, uma religião ou forma de amor desencadeiam eliminações físicas, é sinal de que há algo mais do que simples violência.

Acrescenta-se à essa intolerância as resoluções radicais dos conflitos interpessoais, o tráfico de drogas e a circulação de armas de fogo na explicação das altas taxas de homicídio do Brasil. Taxas que alcançaram o patamar do insuportável e do intolerável.

Evidencio, no entanto, o fato de que o aumento da violência e das taxas de homicídio não pode ser explicado apenas pelo tráfico de drogas, como alguns porta-vozes dos órgãos de segurança tentam mostrar, pois o fenômeno se insere em um cenário mais amplo, circunscrito à ausência de uma política de segurança pública nacional, mais eficiente e estratégica.


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

dia nacional de luta da pessoa com deficiência

21 de setembro: Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência19SET

Por Redação do Vida Mais Livre

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Daniel Limas, da Reportagem do Vida Mais Livre

Você sabia que, em 21 de setembro, é comemorado e lembrado em todos os estados brasileiros o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência? Essa data foi instituída em 14 de julho de 2005, pela Lei Nº 11.133. Na verdade, ela começou a ser lembrada em 1982, por iniciativa de movimentos sociais.

Essa data foi escolhida porque é próxima ao início da Primavera (23 de setembro) e coincide com o Dia da Árvore, datas que representam o renascer das plantas, que simbolizam o sentimento de renovação das reinvindicações em prol da cidadania, inclusão e participação plena na sociedade. Foi Cândido Pinto de Melo, um ativista do movimento das pessoas com deficiência, que propôs, no início da década de 80, esta data. Cândido foi um dos fundadores do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes – MDPD, organização de pessoas com deficiência que já se reuniam mensalmente desde 1979, e discutiam propostas de intervenções para a transformação da sociedade paternalista e da ideologia assistencialista.

Acreditamos que divulgar e lutar pelas causas das pessoas com deficiência é um trabalho diário. No entanto, o 21 de setembro é muito importante como um marco, e pede a nossa reflexão e a busca por novas soluções. Este é o dia, também, em que as mais de 45,6 milhões de pessoas com deficiência, apontadas pelo Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), devem colocar suas caras nas ruas ou mesmo nas redes sociais e reivindicar seus direitos.

Afinal, apesar das conquistas recentes, a desigualdade, a exclusão, o preconceito e a falta de acesso a serviços ainda continuam enormes.

Para evitar a exclusão, nada melhor que a informação. Conheça algumas das principais leis brasileiras que tratam sobre os direitos das pessoas com deficiência:

Lei Federal  nº 7.853, de 24/10/1989 – Estatuto da pessoa com deficiência – dispõe sobre a responsabilidades do poder público nas áreas da educação, saúde, formação profissional, trabalho, recursos humanos, acessibilidade aos espaços públicos, criminalização do preconceito.

Lei Federal  nº 8.213, 24/07/1991 – Lei de Cotas – dispõe que as empresas com 100 (cem) ou mais empregados devem empregar de 2% a 5% de pessoas com deficiência.

Lei Federal  nº 10.098, de 20/12/2000 – Direito à Acessibilidade – dispõe sobre acessibilidade nos edifícios públicos ou de uso coletivo, nos edifícios de uso privado, nos veículos de transporte coletivo, nos sistemas de comunicação e sinalização, e ajudas técnicas que contribuam para a autonomia das pessoas com deficiência.

Lei Federal nº 10.436, 24/04/2002, dispõe sobre  o reconhecimento da LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais para os Surdos.

Lei Federal 9.394/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – reconhece que a educação é um instrumento fundamental para a integração e participação de qualquer pessoa com deficiência no contexto em que vive. Está disposto nesta Lei que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial e que o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular”. A legislação brasileira também prevê o acesso a livros em Braille, de uso exclusivo das pessoas com deficiência visual.

Lei Nº 4.169, de 4 de dezembro de 1962 – Oficializa as convenções Braille para uso na escrita e leitura dos cegos e o Código de Contrações e Abreviaturas Braille.

Direito ao passe livre – Os cidadãos com deficiência também possuem benefícios relacionados aos meios de transporte. A Lei 8.899/94, conhecida como Lei do Passe Livre, prevê que toda pessoa com deficiência tem direito ao transporte coletivo interestadual gratuito, e que cabe a cada estado ou município implantar programas similares ao Passe Livre para os transportes municipais e estaduais.

Lei Nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 – Dispõe sobre a Isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, na aquisição de automóveis para utilização no transporte autônomo de passageiros, bem como por pessoas com deficiência física, e dá outras providências. (Redação dada pela Lei Nº 10.754, de 31.10.2003)

Lei Nº 10.754, de 31 de outubro de 2003 – Altera a Lei Nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 que “dispõe sobre a isenção do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI, na aquisição de automóveis para utilização no transporte autônomo de passageiros, bem como por pessoas com deficiência física e aos destinados ao transporte escolar, e dá outras providências”.

Lei Nº 11.126, de 27 de junho de 2005 – Dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-guia.

Lei Nº 12.319, de 1 de Setembro de 2010 – Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Na página http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/legislacao-0 Site externo, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PR, você ainda pode encontrar mais legislação relacionada às pessoas com deficiência.

Fonte: Guia “Pessoas com deficiência – direitos e deveres” Site externo, da Febraban


domingo, 16 de setembro de 2018

Acondrosia

Marco, que em 40 anos, é o primeiro da sua família a ser afectado pela acondroplasia, uma anomalia no crescimento ósseo que afecta 1 em cada 15 000 nascimentos. Apesar de ser uma doença autossómica dominante, 90% dos doentes são filhos de pais que não têm a doença. Marco foi diagnosticado imediatamente após o nascimento, mas não se lembra quando é que os pais lhe disseram que tinha acondroplasia. «Provavelmente descobri por comparação com os meus irmãos», afirma Marco abertamente. Esta doença rara caracteriza-se por um tipo de nanismo identificável através dos braços e pernas desproporcionados e, com frequência, por uma cabeça grande. Ainda que acondroplasia signifique literalmente «sem formação de cartilagem», o problema não reside na formação de cartilagem, mas no facto de esta se converter em osso, particularmente no caso dos ossos longos.

Perseguido, objecto de piadas estúpidas, alcunhado... crescer com acondroplasia pode ser bastante difícil. «Quando se é criança, todos os problemas são ligeiros e de rápida resolução. Os problemas a sério vieram mais tarde, na adolescência. A acondroplasia piora os problemas normais da adolescência. Tive a minha quota-parte de piadas estúpidas mas, felizmente, não foi com demasiada frequência. Acho que era capaz de ter acontecido o mesmo se eu fosse gordo ou algo do género», recorda Marco. E como é que o Marco se refere a si próprio ou a outra pessoa com acondroplasia? «Pessoa com acondroplasia é capaz de ser o termo mais adequado. Sei que, por exemplo, nos EUA a palavra “anão” é comum, mas em Itália é humilhante. Daí que a melhor opção seja “pessoa”. Claro que também sou anão, do sexo masculino, italiano, branco, solteiro...»

Os doentes com acondroplasia têm frequentemente a sensação de viver num mundo de «gigantes». «É um problema para a maioria de nós. Não chegamos às prateleiras nas lojas, não há roupa para o nosso tamanho e por vezes temos de adaptar as nossas casas. Comprar roupa especial ou alterar a casa pode ficar caro... mas o problema não é só financeiro, obviamente. Nalguns países, ir a um café tomar alguma coisa ou apanhar o autocarro também pode ser difícil», afirma Marco.

Felizmente, Marco não tem alguns dos problemas de saúde com que os doentes com acondroplasia normalmente têm de lidar: dificuldades respiratórias (apneia), infecções recorrentes nos ouvidos, dor lombar, falta de equilíbrio e estenose espinal. Por vezes recorre-se à cirurgia para corrigir deformidades ósseas específicas (por exemplo, pernas arqueadas) e para prevenir a compressão da medula espinal. Alguns doentes com acondroplasia submetem-se a operações para aumentar os braços e as pernas, mas isso, segundo Marco, «não é suficiente para uma pessoa se sentir confortável no ambiente que a rodeia».

Marco foi operado quando tinha 14 anos. «Foi em 1982 e tive de ir à Sibéria porque a operação ainda não se fazia na Europa. Foi muito doloroso. Eu e a minha mãe estivemos fora de casa durante 9 meses. O mais importante é pensar que este tipo de operação ajuda a viver melhor, mas não resolve o problema. Actualmente, nalguns países europeus (Itália, Espanha), há hospitais que fazem esta operação», conta ele.

Marco trabalha como Consultor de Empresas numa companhia multinacional. Para além disso, também trabalha como voluntário na Associazione per l'Informazione e Lo Studio sull'Acondroplasia (AISAC - que é membro da Eurordis), uma associação italiana para as pessoas com acondroplasia. «Sempre fui um activista, especialmente na luta contra a minha doença. Lembro-me da primeira vez que fui a uma reunião da Eurordis, há alguns anos, em que realmente percebi o quão importante é a investigação científica, a forma como uma determinada lei pode resolver problemas a inúmeras pessoas com doenças raras e também o quão desigual é a luta para conseguir obter alguma atenção, por pequena que seja, da parte de alguns investigadores e da indústria farmacêutica.»

Quando não está a lutar pelo «valor da diversidade na sociedade», como ele diz, ou a estudar aprofundadamente os diversos estudos médicos e sociais sobre os doentes com acondroplasia, Marco é uma pessoa como outra qualquer. «Desejo ter um trabalho estimulante com um bom salário, dar uma volta ao mundo no meu barco à vela e viver num mundo melhor...»



Este artigo publicou-se previamente no número de Dezembro de 2007 de nosso boletim informativo.



Autor: Nathacha Appanah
Tradutores: Ana Cláudia Jorge e Victor Ferreira
Fotos: Osso © Clara Natoli; Francesca © Moscardo/Eurordis; Marco © Marco

Page created: 19/08/2009
Page last updated: 11/10/2012


sábado, 15 de setembro de 2018

Saúde no Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (29) relatório em que avalia indicadores sociais brasileiros de 2013. No que diz respeito à saúde, afirma que o setor apresentou “relevantes evoluções” nos últimos anos, “com crescente (mesmo se ainda insuficiente) investimento público”.

No entanto, pondera que “esforços adicionais são necessários para melhorar a qualidade dos serviços, tornar a saúde pública mais equânime, homogênea no território e capaz de enfrentar os crescentes desafios ligados à dinâmica demográfica”.

O IBGE faz a análise dos indicadores brasileiros e os compara com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos internacionalmente sob liderança da ONU para serem cumpridos até 2015.

As áreas que obtiveram melhoria, segundo destaque dado pelo IBGE, foram a redução da mortalidade infantil e materna, o tratamento da AIDS e capilaridade da atenção básica.

Mortalidade
Em 1990, a mortalidade infantil era de 53,7 óbitos para cada mil nascidos vivos. Em 2010, o número diminuiu para 18,6 óbitos por mil nascidos vivos. A tendência de redução chega perto do Objetivo do Milênio da ONU de reduzir a mortalidade na infância para 17,9 óbitos por nascidos vivos até 2015. O IBGE coloca como destaque a Região Nordeste, que conseguiu passar de 87,3 óbitos/mil nascidos vivos em 1990 para 22,1 óbitos/mil nascidos vivos em 2010.

Já em relação à mortalidade materna, o objetivo internacional é reduzi-la 75% até 2015, em comparação com 1990. O relatório do IBGE o inclui no contexto “saúde da mulher”.

A mortalidade por câncer de mama entre as mulheres de 30 a 69 anos, no período de 1990 a 2010, subiu 16,7% de 17,4 para 20,3 óbitos por 100 mil habitantes. Segundo o instituto, o aumento estaria relacionado a diversos fatores, como diagnóstico tardio devido à dificuldade de acesso a consulta ou desinformação sobre exames preventivos periódicos; redução da taxa de natalidade, que faz com que o organismo receba estrogênio (hormônio que propicia o desenvolvimento do câncer de mama) por mais tempo; e envelhecimento da população devido ao aumento na expectativa de vida.

A mortalidade por câncer de colo de útero, entre mulheres de mesma faixa etária e para o mesmo período, manteve-se estável, com variação entre 8,7 e 8,5 óbitos por 100 mil habitantes.

Combate a doenças
O combate a doenças como a AIDS e malária também é objetivo internacional. O IBGE aponta que os casos de infecção pelo vírus HIV mantiveram-se estáveis na população geral brasileira. A incidência entre 1997 e 2010 variou apenas de 17,1 para 17,9 casos a cada 100 mil habitantes. No entanto, segundo o IBGE, o patamar “mascara diferenças regionais”, já que a taxa diminuiu apenas na região Sudeste, enquanto cresceu no Norte, Nordeste e Sul. A taxa de mortalidade por AIDS diminuiu de 7,6 óbitos por 100 mil habitantes em 1997 para 6,4 em 2010.

Também caiu a taxa brasileira de mortalidade por malária, doença infecciosa transmitida pelo mosquito Anopheles. A redução foi de 1,1 por 100 mil habitantes em 2000 para 0,2 em 2010, sendo que 99,9% dos casos ocorreram na Região Amazônica.

“Investimentos nas condições sanitárias e ambientais, além da sua inegável função social, têm um papel importante para a prevenção de doenças. Ao mesmo tempo, permanece a necessidade de maiores investimentos em pesquisa para tratar doenças ainda relevantes (como a malária) e busca de novas tecnologias e tratamentos mais eficientes, mas que costumam ter custo elevado”, afirma o IBGE no relatório.

Gastos com saúde
O instituto também considera que o objetivo de chegar a um sistema “de cobertura universal e atendimento integral” é um desafio para o Brasil, já que mais da metade (56,3%) das despesas em saúde vêm das famílias, com o consumo final de bens e serviços, enquanto 43,7% vêm de gastos públicos. Nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a parte de gastos públicos é de 70%. “A ampliação dos gastos públicos em saúde se mostra um elemento chave para o financiamento atual e futuro do sistema de saúde brasileiro”, diz o documento.

O IBGE também divulga que os gastos com saúde representaram 7,2% do total das famílias, segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009. Desta parcela, 48,6% foram destinados a compra de medicamentos, seguido por plano de saúde (29,8%) e consulta e tratamento dentário (4,7%).

As famílias de menor renda gastam mais com exames (5,1%) e consultas médicas (4,4%) do que as de maior renda. Também têm menor acesso a planos de saúde, o que na avaliação do IBGE, "pode refletir em carências de cobertura do SUS nesses serviços".

Cobertura de planos de sáude
O relatório do IBGE também analisa dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar e estima que a cobertura de plano de saúde no Brasil é de 24,7%. Esta cobertura está concentrada regionalmente, com 64% dos planos no Sudeste, em 2012.

Os estados com maior cobertura de plano de saúde são São Paulo, com 43,6%, Rio de Janeiro, com 36,6% e Espírito Santo, com 32,6%. Em contrapartida, apresentam a menor cobertura os estados das regiões Norte e Nordeste, como Piauí (7,4%), Tocantins (7,0%), Maranhão (6,6%), Roraima (6,6%) e Acre (5,6%).

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

O PLANETA QUE DEFICIENTES QUEREM



O Planeta que respeite a pessoa que anda com cadeira de rodas nas calçadas que possa ir livremente sem precisar de desviar dos buracos e tenha sinalização todas as cidades para facilitar a vida do cadeirante.

O Planeta que tenha planejamento nas escolas públicas para ensinar libras as crianças comum e crianças com necessidades especiais se tornar adultos
iguais.


O Planeta que crie a lei para todos os estabelecimentos retaurantes e lznchontes que tenham cardápios com Braille, em locais públicos braille para que deficientes visuais possa ter liberdade de qualquer lugar sem precisar de pessoas lhe guiando.

O Planeta que tem mais leis contra preconceituosos que acham que as pessoas com Down, autistas e deficiência mental não tem o mesmo direito que outras pessoas tem, pois deficiência mental é aquele que não respeita.

O Planeta que os produtos não custem caros e ainda sem facilitar forma de pagamento, porque muitas vezes nós precisamos de um produto de necessidade para facilitar o nosso dia a dia, nem sempre é possível comprar uma cadeira de rodas, uma prótese, um andador e etc... A vista.

O Planeta que um Mundo tenha professores qualificados para entrar em uma sala de aula e olhar para os alunos com deficiência, entender que a deficiência não é doença que o aluno merece ser ensinado também como qualquer outro.

O Planeta que os Deficientes tem o direito de lutar por aquilo que querem, só assim que temos um Mundo melhor.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A Língua Brasileira de Sinais

A língua brasileira de sinais (Libras) é a língua de sinaisPB (língua gestualPE) usada pela maioria dos surdos dos centros urbanos brasileiros1 e reconhecida pela Lei.2 3 É derivada tanto de uma língua de sinais autóctone, que é natural da região ou do território em que habita, quanto da língua gestual francesa; por isso, é semelhante a outras línguas de sinais da Europa e da América. A Libras não é a simples gestualização da língua portuguesa, e sim uma língua à parte, como o comprova o fato de que em Portugal usa-se uma língua de sinais diferente, a língua gestual portuguesa (LGP).


Assim como as diversas línguas naturais e humanas existentes, ela é composta por níveis linguísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais também existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais. A diferença é sua modalidade de articulação, a saber visual-espacial, ou cinésico-visual, para outros. Assim sendo, para se comunicar em Libras, não basta apenas conhecer sinais. É necessário conhecer a sua gramática para combinar as frases, estabelecendo comunicação.Os sinais surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos também de expressões faciais e corporais que transmitem os sentimentos que para os ouvintes são transmitidos pela entonação da voz, os quais juntos compõem as unidades básicas dessa língua.4 Assim, a Libras se apresenta como um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como em qualquer língua, também na libras existem diferenças regionais. Portanto, deve-se ter atenção às suas variações em cada unidade federativa do Brasil.


LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, ao contrário do que muitos pensam, é uma língua e possui uma estrutura gramatical própria, ultrapassa as ideias daqueles que acreditam ser apenas gestos ou mímicas, como uma maneira de comunicação entre os deficientes auditivos.

Considera-se a LIBRAS uma língua por possuir corretamente os níveis linguísticos fonológico, morfológicos, sintático e semântico, e o que vai diferenciar essa língua das demais é a sua modalidade visual-espacial, pois, o que denominamos de palavra na língua oral-auditiva, na LIBRAS é denominado por sinais.

A Língua de Sinais não é universal, visto que cada país possui a sua própria língua, o mesmo ocorre na Língua de Sinais, há variações de acordo com cada lugar. O que acontece é que a cultura local provém muito nos resultados da língua, e as expressões são influenciadas pelo regionalismo, o que vai justificá-la ainda mais como língua.

Os sinais são movimentos específicos realizados pelas palmas da mão, e dependem de um ponto ou espaço de localização em que esses sinais são realizados, pois, como toda língua, também deve ser padronizada e isso acontece através de alguns parâmetros traçados para que todos realizem e possam compreender uns aos outros.