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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Dia Nacional do Cego

O Dia Nacional do Cego é comemorado anualmente em 13 de dezembro.

Também conhecido como o Dia Nacional do Deficiente Visual, esta data tem o objetivo de conscientizar a população contra o preconceito e discriminação, incentivando o espírito de solidariedade humana.

A cegueira ou deficiência visual é caracterizada pela perda total ou parcial da visão, seja por consequências congênitas (com o nascimento) ou adquirida ao longo da vida.

Uma das principais conquistas nos últimos anos foi a implantação de legislações que garantissem métodos de ensino específicos para crianças e adultos com deficiência visual, através do sistema braille.

Ver também: Dia Nacional do Sistema Braille.

Origem do Dia Nacional do Cego

O Dia Nacional do Cego foi criado a partir do Decreto de Lei nº 51.405, de 26 de julho de 1961, pelo então presidente do Brasil, Jânio da Silva Quadros.

A criação da data serve para consolidar os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que visa os fundamentos de igualdade e solidariedade para todos os seres humanos.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Dia internacional dos Direitos Humanos

10 de dezembro é o Dia Internacional dos Direitos Humanos. A data foi instituída em 1950, dois anos após a Organização das Nações Unidas (ONU) adotar a Declaração Universal do Direitos Humanos como marco legal regulador das relações entre governos e pessoas. Com esse ato, mais do que celebrar, a ONU visava destacar o longo caminho a ser percorrido na efetivação dos preceitos da declaração.

Nos trinta artigos do documento estão descritos os direitos básicos que garantem uma vida digna para todos os habitantes do mundo (liberdade, educação, saúde, cultura, informação, alimentação e moradia adequadas, respeito, não-discriminação, entre outros).

A declaração é, nesse sentido, um marco normativo que serve de guia para as condutas de governos e cidadãos. Seus princípios inspiraram e estão amplamente disseminados no arcabouço legal dos mais diversos países, assim como nos inúmeros tratados internacionais que versam sobre o tema.

O Dia Internacional dos Direitos Humanos constitui, portanto, muito mais do que uma data comemorativa. É um dia para a coletividade global relembrar que a garantia efetiva dos direitos humanos – a todos os povos e nações – requer vigilância contínua e participação coletiva. Uma data para reivindicarmos ações concretas de todos os Estados para o cumprimento dos compromissos assumidos com a garantia dos direitos civis, políticos, sociais e ambientais.

Neste 10 de dezembro, busquemos uma reflexão sobre o papel a ser exercido pelo Estado, pelo Ministério Público, pela família e por cada pessoa no avanço e na efetivação das garantias consolidadas pela Declaração dos Direitos Humanos. Essa é uma oportunidade para fazermos um balanço do que os governos já concretizaram em benefício do seu povo e os desafios ainda postos. Um chamado para que os países do mundo refundem o compromisso social de, por meio do ensino e da educação, promover o respeito a todos os direitos e fundamentais.


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Dia Internacional de Acessibilidade

No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, campanha do Conade ressalta a importância da acessibilidade

O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência foi instituído pela Organização das Nações Unidas em outubro de 1992, em comemoração ao término da década 1983-1992. A partir de então, a cada ano, no dia 03 de dezembro, é estimulada uma reflexão sobre os direitos da pessoa com deficiência, tanto na instância nacional como na municipal.

Essa iniciativa tem como objetivo conscientizar a sociedade para a igualdade de oportunidades a todos os cidadãos; promover os direitos humanos; conscientizar a população sobre assuntos de deficiência; celebrar as conquistas da pessoa com deficiência e pensar a inclusão desse segmento na sociedade, para que ele influencie os programas e políticas que o afetem.

As Nações Unidas buscam enfatizar os significativos benefícios que a acessibilidade pode trazer, tanto para pessoas com deficiência quanto para a sociedade, e a divulgação desse fato entre os governos, as empresas e o público em geral. Neste sentido, como um dos princípios básicos dos Direitos Humanos, a acessibilidade se insere no contexto mais amplo da promoção da igualdade.

Considerando a magnitude e a amplitude do tema, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência – Conade deliberou realizar uma campanha de sensibilização e mobilização da sociedade para a eliminação das barreiras atitudinais, de informação e arquitetônicas, entre outras, que impedem as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida de participar efetivamente da vida em sociedade.

Essa campanha visa favorecer a conscientização e estimular uma ação pró-ativa em direção à construção de uma sociedade inclusiva solidária, que possibilite igualdade de oportunidades.

Neste 03 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, diante do tema escolhido pelas Nações Unidas, o Conade está lançando um filme sobre acessibilidade, que em sua proposta e abrangência, tem a finalidade de ampliar o conceito e oferecer a consolidação e disseminação de valores.

O Conade acredita que com a Acessibilidade/Desenho universal, o Brasil amplia sua capacidade de viver mais e com mais dignidade, caminhando efetivamente para a construção de uma sociedade inclusiva e solidária, que possibilite a todos a igualdade de oportunidades.


domingo, 2 de dezembro de 2018

dia internacional da pessoa com deficiência

O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é comemorado anualmente em 3 de dezembro.

Também conhecido como o Dia Mundial das Pessoas com Deficiência, esta data tem o objetivo de informar a população sobre todos os assuntos relacionados a deficiência, seja ela física ou mental.

Além disso, busca também conscientizar as pessoas sobre a importância de inserir as pessoas com deficiência em diferentes aspectos da vida social, como a política, a econômica e a cultural.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas, aproximadamente 10% da população mundial tem alguma deficiência.

A principal ideia desta data é refletir (e pôr em prática) os melhores métodos para garantir uma boa qualidade de vida e dignidade para todas as pessoas que sofrem com algum tipo de deficiência.

O Decreto de Lei nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, define a deficiência humana como “toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.

Origem do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

Esta data foi criada através de uma Assembleia Geral das Nações Unidas – ONU, em 14 de outubro de 1992.

Na mesma data escolhida pela ONU para celebrar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, também se comemorar o Dia do Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência – criado em 1982.



sábado, 24 de novembro de 2018

Como lidar autista agressivo

"Eu tenho medo do meu filho. Vivo sob o fio da navalha, nunca sei o que pode acontecer."

O desabafo é de Lucy Goldsworthy, mãe de Elliot, de 12 anos, diagnosticado com autismo severo no Reino Unido. Ele não fala, enfrenta dificuldades de aprendizagem e tem crises nervosas que já a deixaram com o lábio cortado e hematomas por todo o corpo. O pai, Ian, teve a córnea arranhada após ser atingido por um soco.

O garoto precisa de cuidado intensivo e não é capaz de entender as consequências de seus atos.

Em entrevista à BBC, pais como Ian relatam cenas de violência - e dizem ter muita incerteza em relação ao futuro. Muitos afirmam temer os próprios filhos e cobram das autoridades ajuda para lidar com a questão.

A Organização Mundial da Saúde estima que o Transtorno do Espectro Autista afete uma em cada 160 crianças no mundo - mas ele pode se manifestar em uma ampla gradação, de graus mais leves aos mais agudos. É importante ressaltar, porém, que nem todos os autistas são agressivos e que não há nenhuma evidência de que sejam mais propensos à violência.

A Sociedade Nacional de Autismo do Reino Unido ressalta, porém, que é necessário que haja assistência às famílias, em especial às de crianças que sofrem com crises agressivas mais frequentes.

No Brasil, a Associação de Amigos do Autista (AMA), que dá apoio a 350 crianças com autismo em São Paulo, também recomenda, em seu site, um tratamento multidisciplinar com orientação familiar, intervenções psicoeducacionais e uso de técnicas para desenvolvimento da linguagem e comunicação.

Crises nervosas normalmente acontecem quando há acúmulo de informações sensoriais simultâneas que elevam o nível de estresse do autista. A frequência, contudo, varia de pessoa para pessoa e também depende do espectro em que o autista se enquadra. Além disso, elas não se limitam aos diagnosticados com autismo - há outros transtornos que também têm, entre os sintomas, agitação extrema e comportamento agressivo.

"É um assunto sério e muito difícil, mas as famílias precisam enfrentá-lo", afirma Ana Maria Mello, superintendente da AMA, instituição que ajudou a fundar há mais de 30 anos. Ela mesmo diz que seu filho, hoje com 39 anos e diagnosticado com autismo na infância, passou a ter crises nervosas na adolescência.

"Ele foi crescendo e entrou numa fase de muita agressividade. No início, ficávamos cheio de hematomas. Foi preciso aprender a segurá-lo sem me machucar e sem machucá-lo", conta Ana Maria, dizendo que as crises agressivas não podem ser tratadas como tabu.

Ela conta que, com o tempo, aprendeu a lidar com os episódios agressivos e descobriu que o filho relaxa fazendo caminhadas.

Entre grades

No caso do britânico Elliot, os episódios começaram a ficar mais violentos quando ele tinha cinco anos. Os pais relatam que, à medida que ele vai crescendo e ficando mais forte, torna-se cada vez mais difícil de controlar as crises.

"Se ele ainda fosse uma criança pequena, seria mais fácil conter um ataque, com ele te arranhando e te chutando", diz Lucy. "Agora, é como se um pequeno homem te atacasse de repente."

A mãe de Elliot explica que ele é violento durante apenas cerca de 5% do tempo, mas que os efeitos das crises estão cada dia piores.

Ian e Lucy tiveram de colocar grades na janela do quarto do menino e trancar a porta para manter ele e os irmãos seguros.


Elliot frequenta uma escola especial, mas os pais afirmam que as autoridades locais - através do Sistema Nacional de Saúde (o NHS, na sigla em inglês) - não lhe dão nenhum tipo de apoio. Segundo eles, a ajuda governamental só é oferecida se o filho ou os pais são hospitalizados ou se a polícia é chamada.

Ela diz que, após ter sido ferida na cabeça pelo menino após uma crise violenta, acreditou que teria mais apoio. "No começo, recebi um pouco de ajuda", diz a mãe, emendando que depois as autoridades tentaram "lavar as mãos" e passaram a oferecer apenas 48 horas de ajuda por ano.

Estratégias

Segundo a OMS, estudos conduzidos nos últimos 50 anos revelam que o número de pessoas diagnosticadas está aumentando no mundo inteiro. As explicações para esse aumento apontam para diagnósticos mais eficientes, mais conscientização e registros mais precisos.

Nos Estados Unidos, um estudo de 2011 indicou que quase metade de 1,4 mil crianças com autismo avaliadas pelos pesquisadores tinha crises muito agressivas e violentas.

Autistas podem, por exemplo, se sentir incomodados com muita informação, luzes brilhantes e barulho.

A BBC Brasil mostrou recentemente que uma escola no norte de Londres, na Inglaterra, está ensinando ioga a alunos com autismo para reduzir suas crises nervosas. Até agora, a iniciativa se provou bem-sucedida.

O site da organização brasileira Entendendo Autismo explica que a agressividade e a irritabilidade podem derivar do fato de que as crianças com autismo, por não entenderem alguns símbolos sociais, não conseguem encontrar formas de expressar em determinadas situações. Elas também costumam ser hipersensíveis ao barulho, por exemplo.

Entre as sugestões para lidar com episódios de agressividade estão levar a criança a ambientes onde se sintam confortáveis e usar jogos ou brinquedos que tenham efeito tranquilizador. Não é recomendável gritar com a criança. E também é importante que ela tenha um acompanhamento profissional interdisciplinar.

O neurologista infantil Clay Brites, integrante do Instituto Neurosaber e do Disapre (Laboratório de Pesquisas em Distúrbios, Dificuldades de Aprendizagem e Transtorno de Atenção), da Unicamp, ressalta que "nem todas as famílias de autistas sofrem com agressividade - há autistas que são excessivamente passivos e propensos, inclusive, a sofrer agressividade e abusos".

"A propensão do Transtorno do Espectro Autista a desenvolver agressividade é gerada pela sua condição, e não por voluntarismo ou maldade", explica ele por e-mail à BBC Brasil.

"Por outro lado, é importante saber que existem casos em que a agressividade, explícita e exagerada, tem que ser conduzida com internações e contenções. Geralmente, ocorrem naqueles casos de TEA severo e associado a comorbidades psiquiátricas como a esquizofrenia, o transtorno obsessivo-compulsivo e o transtorno opositivo-desafiador. É importante sublinhar a importância do diagnóstico e da intervenção precoces para prevenir esses comportamentos em idades mais tardias", agrega.

'Ele é gentil por natureza'

Cameron, de 19 anos, é uma das 700 mil pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista no Reino Unido.

O diagnóstico veio aos três anos de idade, e o pai dele, Douglas Clements, diz que também tem medo das crises do filho. "Muitas vezes não sei como Cameron vai reagir, e é assustador", afirma.

Cameron hoje recebe atendimento diário em um centro especializado. Mas a vida em casa tem ficado cada vez mais difícil, e seus pais estão procurando por um espaço público que abrigue crianças e adultos vulneráveis que fique perto de onde moram em Surrey, na Inglaterra.

Hannah, mãe do jovem, diz que a família não consegue mais administrar o comportamento dele.

"Estou muito chateada, porque o amo muito", diz ela. "Não quero que as pessoas tenham medo dele, porque ele é gentil por natureza", acrescenta a mãe, que diz ser desolador ver o filho ficar frustrado, mas não conseguir explicar o porquê.

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Vamos para a cama aos prantos'

O serviço de saúde britânico informa que estabeleceu "um programa transparente" dedicado àqueles com dificuldade de aprendizagem e autismo para permitir que mais pessoas nessas condições vivam em suas comunidades, "com o apoio certo e perto de casa".

Os pais de Elliot Goldsworthy acreditam que, à medida que o filho envelhecer, precisarão cada vez mais de apoio.

"Há momentos em que vamos para a cama aos prantos", disse Ian Goldsworthy. "Mas você não pode mergulhar nesse sentimento, porque a vida será exatamente a mesma no dia seguinte."

No Brasil

No Brasil, Ana Maria Mello, da AMA, diz que não há nenhuma política governamental para apoiar pais ou autistas. "Para conseguir uma vaga numa instituição é preciso recorrer ao Ministério Público e processar o governo", lamenta, dizendo que tem procurado autoridades para tentar regulamentar práticas e assegurar assistência mínima.

Ana Maria diz que, no Brasil, em casos extremos, autistas são hospitalizados, onde recebem medicamento e às vezes são amarrados numa cama. Ela, contudo, defende abordagens menos intrusivas.

Entre os 350 autistas que recebem atendimento gratuito na AMA, 26 são residentes. Voltam para casa de 15 em 15 dias, para não perder contato com a família. Os outros atendidos passam o dia ou meio perído na associação, que tem sede em São Paulo.

Ana Maria conta que a associação sempre buscou referências e experiências de iniciativas no exterior, em especial sobre as melhores formas de conter as crises nervosas mais severas.

"Logo no início mandamos uma pessoa aos EUA para ver como o assunto era tratado. Lá não se amarra nem se dá medicamento, mas há regulamentação e treinamento", conta.

Ela diz que a AMA tem recorrido ao método americano que usa duas pessoas para conter uma crise com movimentos sincronizados e um programa para melhorar o comprotamento de autistas. "Muitas vezes não se trata só de oferecer atividades relaxantes, mas de é uma questão de ocupar o tempo", complementa.

"É realmente horrível. Você ama seu filho, mas ele pode te machucar", afirma, ponderando que, com as estratégias de contenção e atividades físicas, é possível conter os mais agressivos, reduzir o número de crise e melhorar o comportamento.


sábado, 17 de novembro de 2018

Mãe com Síndrome de Down

Antes de respondermos a essa questão, é necessário entender quais os fatores que determinam tal possibilidade. Saber sobre a sexualidade, a fertilidade de pessoas nessa condição.

Para isso vamos nos atentar aos estudos realizados através dos tempos e de um caso concreto de uma mãe com síndrome de Down que foi capaz de dar à luz ao seu bebê de forma saudável.

Como é o Desenvolvimento e Comportamento Sexual?

Todos os indivíduos, independentemente da deficiência, são seres sexuais. Indivíduos com síndrome de Down e outras deficiências mentais que se envolvem em comportamentos sexuais, no entanto, podem enfrentar preconceitos sociais, bem como a ansiedade significativa dos pais.

O desenvolvimento de uma identidade sexual segura é uma tarefa difícil mesmo para quem não possui uma deficiência física ou mental. O surgimento de comportamentos sexuais no indivíduo com síndrome de Down alarma alguns pais e cuidadores que, com razão, temem que o déficit cognitivo de seus filhos o torne especialmente vulnerável:

Gravidez indesejada,Exploração e abuso sexualDoenças sexualmente transmissíveis.

A masturbação, uma auto estimulação rítmica da área genital, é uma parte saudável e normal da autodescoberta. A incidência de masturbação em indivíduos com síndrome de Down foi relatada como 40% nos homens e 52% nas mulheres.

A fertilidade significativamente prejudicada de ambos os sexos é evidente na população da síndrome de Down. Embora os homens tenham sido presumidos como estéril, há relato de um caso onde, um bebê masculino “normal” que foi gerado por um homem com síndrome de Down.

Já as mulheres que sofreram distúrbios possuem uma fertilidade significativa: uma série de revisões documentam as mulheres com síndrome de down que conduziram uma gravidez a termo, dando à luz a bebês com e sem síndrome de Down.

Gravidez e Síndrome de Down

Assim como em qualquer mulher, a gravidez só é considerada de risco se a gestante apresentar algum problema de saúde que justifique cuidados extras, como cardiopatia, pressão alta, diabetes ou obesidade. No entanto, a incidência dessas patologias é maior nas pacientes com síndrome de Down.

Além disso, é importante se atentar aos cuidados do pré-natal. Pois, pela falta de informação da gestante e da família, pode ocorrer que uma mãe com síndrome de Down só se consulte com um médico quando a gestação já estiver avançada.

Os cuidados durante a gravidez são os mesmos que todas as outras mulheres devem tomar, considerando em cada caso a ocorrência ou não das questões citadas acima.

O tipo de parto é definido de acordo com o estado geral da mulher e do bebê. Caso a mãe com síndrome de down tenha um problema de saúde para a qual não seja indicado o parto normal ou o bebê apresente alguma malformação, a cesárea será o método escolhido.

A vontade da paciente também é levada em consideração: se ela e sua família se sentirem mais seguras com a cesárea, o médico provavelmente realizará esta opção.

O bebê concebido em mãe com síndrome de Down apresenta maior risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer. Para uma mãe com síndrome de Down desenvolver uma gravidez de alto risco depende em grande parte do nível cognitivo e do seu estado médico.

Obviamente, a presença das doenças citadas acima, bem como transtorno de convulsões, complica uma gravidez. A alta incidência de doença cardíaca congênita em qualquer bebê com síndrome de Down contribui para o risco na gravidez, incluindo aborto e morte neonatal. Bebê sem síndrome de Down possui um número maior deanomalias congênitas.

Gravidez Rara

Ainda são poucas as mulheres que se tornaram mãe com síndrome de down. Segundo a literatura médica, em todo o mundo, existem cerca de 50 casos documentados de mãe com síndrome de Down.

“Homens com Down tendem a ser estéril e a probabilidade de as mulheres ficarem grávidas são de 50%. As chances dessas pessoas terem uma criança com a mesma condição é entre 25% e 50%, dependendo das características de cada indivíduo “, explica Lenir Santos, presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down.

Caso Brasileiro de Mãe Com Síndrome De Down

Maria Gabriela Andrade tem síndrome de Down e seu parceiro, Fabio Marchetti de Moraes, têm uma deficiência intelectual. Ambos se encontraram quando crianças na escola da Associação de Pais e Amigos de Crianças Excepcionais (APAE).

Começaram a se gostar desde o início, mas Fabio mudou de escola por alguns anos e, quando voltou, seu amor de infância estava namorando com outro garoto, Erik, também com síndrome de Down.
Fabio não desistiu e lutou até que recuperou Gabriela: para reconquistá-la lhe dava caixas com seus doces favoritos. Desde então, eles não se separaram mais.

Os pais de ambos colocaram uma cama extra em suas casas para que eles ficassem juntos. Ambos, seus pais e os médicos acreditavam que Gabriela nunca poderia engravidar, mas estavam errados.

Há nove anos, Gabriela começou a ganhar peso. Sua mãe dizia que era porque ela comia muito, mas quando sentiram que “a barriga se mexia“, elas marcaram uma consulta com o ginecologista, que lhes disse que Gabriela estava de seis meses de gestação.

“Foi incrível, nós não podíamos acreditar. Minha filha encarou todo o processo com muita calma e ficou muito feliz. Dois meses depois, eu já estava com minha neta em meus braços “, lembra a avó Laurinda.

Valentina nasceu um mês antes do esperado, sem herdar a deficiência de sua mãe ou de seu pai. Mas, a alegria da nova família durou pouco, quando o juiz negou a paternidade da menina para Fabio porque considerava que ele não tinha o raciocínio necessário para poder exercer os cuidados de pai.

Mas, após várias semanas de lutas legais e na mídia, a Justiça mudou sua opinião.“Agora somos pais. Estamos muito felizes e preparados para cuidar da nossa pequena “, disse Fabio quando foram registrar sua filha no tribunal civil de São Paulo.

Um ano depois, em março de 2009, Gabriela e Fabio se casaram. Após o casamento, Gabriela fez uma laqueadura de trompas para evitar ter mais filhos.


sábado, 10 de novembro de 2018

Câncer de próstata

Treinamento da semana
 Seg primeira bola. Ataque. Defesa
Qua primeira bola. Tabela. Direção
Qui primeira bola. Ataque. Tabela
Sex primeira bola. Defesa. Direção
Marca a distância do adversário O câncer de próstata é o segundo tumor maligno que mais atinge os homens. Conheça causas, sintomas e como tratar a doença

Cerca de 68 mil brasileiros por ano recebem o diagnóstico de câncer de próstata, segundo as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Esse é o segundo tumor maligno mais frequente na nossa população masculina, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

"Um em cada sete homens vai ser diagnosticado com câncer de próstata no decorrer da vida", afirma o urologista Ricardo Favaretto, do A.C.Camargo Cancer Center. Para se ter uma ideia da incidência, estima-se que 80% dos homens com 80 anos que morreram por outras doenças tinham esse tipo de câncer sem saber.

Em relação à mortalidade, é o segundo tipo de tumor maligno mais letal para os brasileiros --são 14 mil mortes ao ano, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. A maioria dos casos tem desenvolvimento lento, o que, em tese, facilita a detecção precoce. No entanto, muitos homens ainda resistem em realizar os exames preventivos, pois eles envolvem o toque retal.

O tratamento do câncer de próstata também assusta, porque pode trazer efeitos colaterais que interferem na vida sexual, embora muitos avanços tenham sido conseguidos. Além disso, análises mais sofisticadas dos tumores têm permitido que muitos casos iniciais nem sejam sequer tratados. A tendência ao que os médicos chamam de 'vigilância ativa' só aumenta. "Nos EUA, por exemplo, até 2014 apenas 14% dos casos eram acompanhados. Hoje, a proporção subiu para 41%", informa Franz Campos, chefe da seção de urologia do Inca.

Para que serve a próstata

A próstata é uma glândula pequena que só os homens têm. Situada abaixo da bexiga, e na frente do reto, é responsável pela produção do líquido seminal. Esse fluido compõe o sêmen, junto com os espermatozoides, produzidos nos testículos, e o conteúdo liberado pela vesícula seminal. A função desse líquido é proteger e nutrir as células reprodutivas masculinas. A próstata não é responsável pela ereção, nem pelo orgasmo.

O tamanho da glândula é parecido com o de uma ameixa, mas, com o envelhecimento, o volume aumenta bastante. Esse crescimento, chamado dehiperplasia prostática benigna, pode gerar sintomas, como dificuldade para urinar, e precisa ser tratado. Mas a condição não tem nada a ver com o câncer.

Tipos de câncer de próstata

Por diversas razões, as células do corpo humano podem sofrer mutação e passar a se multiplicar descontroladamente. Existem diferentes tipos de células na próstata, mas a maioria dos cânceres nascem nas células endócrinas, responsáveis pela produção do líquido seminal. Chamados de adenocarcinomas, esses tumores quase sempre se desenvolvem lentamente. Em certos casos, porém, podem ser mais agressivos e evoluir rapidamente, podendo se espalhar para outros tecidos e órgãos (metástase). Outros tipos de câncer de próstata, como sarcomas e carcinomas de pequenas células, são considerados muito raros.

Sintomas mais comuns

O câncer de próstata evolui silenciosamente. Geralmente, quando os pacientes apresentam sintomas, os tumores estão em fase mais avançada. Eles são parecidos com os da hiperplasia benigna ou também de uma prostatite (inflamação causada por bactérias):

Dificuldade para urinar (por ex: demora para começar e terminar);Necessidade de urinar mais vezes durante o dia e/ou à noite;Diminuição do jato de urina;Dor ou ardor ao urinar;Presença de sangue na urina ou no sêmen;Dor ao ejacular

Quando a doença atinge a fase avançada e espalha-se para outros órgãos, os sintomas podem incluir dor óssea ou infecção generalizada.


Fatores de risco

- Idade: tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam de forma significativa após os 50 anos. No Brasil, nove em cada dez pacientes diagnosticados têm mais de 55 anos

- História familiar: quando um indivíduo tem pai ou irmão que foi diagnosticado antes dos 60 anos, o risco é de três a dez vezes maior que na população geral

- Nacionalidade: a doença é mais frequente em países desenvolvidos, como os da América do Norte e Europa

- Estilo de vida: há evidências de que homens com sobrepeso ou obesidade têm risco maior. Também há alguns indícios de que o excesso de alimentos gordurosos de origem animal, como carne vermelha e laticínios, possam interferir na propensão, o que ainda tem sido estudado. "A população do mundo com menor risco desse tipo de câncer é a japonesa. Quando um indivíduo se muda de lá para um país como o Brasil e passa a ter uma alimentação rica em gordura animal, com excesso de carne vermelha e processada, o risco passa a ser igual ao do brasileiro", comenta Favaretto.

- Genes: o urologista Franz Campos diz que vários estudos têm sido feitos para identificar alterações genéticas hereditárias envolvidas no câncer de próstata, assim como acontece com o de mama. Mas essa causa seria pouco comum --a maior parte seria deflagrada por mutações adquiridas ao longo da vida.

- Tabagismo: o hábito parece elevar o risco de morte por câncer de próstata.

- Outros: existem diversos estudos em andamento para avaliar a influência de outros fatores, como a exposição à combustão tóxica, bem como inflamações e infecções sexualmente transmissíveis (IST), como gonorreia ou clamídia.

Repor testosterona causa câncer?

Os hormônios masculinos estimulam o crescimento dos tumores, por isso existe esse temor. "Não há evidência suficiente para dizer que a reposição de testosterona aumente o risco de câncer de próstata", afirma Favaretto. O médico ainda adverte que, em indivíduos saudáveis, o uso do hormônio exógeno acaba inibindo a produção de testosterona pelo próprio testículo.

E a vasectomia?

Estudos recentes refutaram a relação entre esterilização masculina (cirurgia para bloqueio do canal deferente) e o câncer de próstata.

Diagnóstico

O câncer da próstata só pode ser identificado com a combinação de dois exames:

- Dosagem de PSA: exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico (prostate-specific antigen).

O exame de toque retal permite ao médico palpar a próstata e perceber se há caroços ou tecidos endurecidosImagem: iStock como a glândula fica em frente ao reto, o exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença). O toque é feito com o dedo protegido por luva lubrificada. É rápido e indolor, apesar de alguns homens relatarem incômodo e terem enorme resistência em realizar o exame.

Na maioria dos homens, o nível de PSA costuma permanecer abaixo de 4 ng/numberamel. Se o nível esta entre 4 e 10, há uma chance em quatro de câncer. Alguns pacientes com nível normal de PSA podem ter um tumor maligno, que pode até ser mais agressivo, por isso esse exame não pode ser a única forma de diagnóstico. "Quando só se considera os pacientes com PSA elevado, apenas 30% têm câncer; por isso o toque retal é necessário", avisa o médico do A. C. Camargo.

A dosagem também é importante durante o tratamento, para acompanhar a evolução do paciente ou retorno da doença. Ainda é importante lembrar que infecções ou mesmo a hiperplasia benigna podem levar ao aumento dos níveis de PSA

Ambos os exames não têm 100% de precisão, e a realização de outros exames pode ser necessária. A ressonância magnética, por exemplo, pode ser indicada antes da biópsia, único procedimento capaz de confirmar o câncer. A punção das amostras de tecido da glândula para análise é feita com auxílio da ultrassonografia, e dura cerca de 15 minutos. Pode haver desconforto e presença de sangue na urina ou no sêmen nos dias seguintes ao procedimento, e há risco de infecção, o que é contornado com uso de antibióticos.

Outros exames de imagem também podem ser solicitados, como tomografia computadorizada, a cintilografia óssea (para checar se os ossos foram atingidos) e a radioimunocintilografia.

Estadiamento do câncer de próstata

O sistema mais utilizado para classificar o câncer de próstata chama-se Score de Gleason. Quanto maior o valor, mais provável é o crescimento rápido da doença. Os resultados dos exames permitem dividir a doença em quatro estádios principais. Veja a descrição de cada um deles, segundo o A.C.Camargo Cancer Center:

Estádio I: o tumor está confinado à próstata, sem comprometimento dos nódulos linfáticos e outros órgãos. Foi encontrado durante ressecção transuretral. Baixo grau de Gleason. Menos de 5% do tecido da biópsia contém câncer

Estádio II: o tumor ainda está confinado à próstata, sem comprometimento dos nódulos linfáticos e outros órgãos. E há uma das seguintes condições:

Tumor encontrado durante ressecção transuretral. Tem grau de Gleason igual ou acima de 5 ou mais de 5% do tecido da biópsia contém câncer. Ou foi percebido por causa de PSA alto, não pode ser sentido por toque retal nem visto por ultrassom transretal e foi diagnosticado por biópsia por agulha;Tumor pode ser sentido por toque retal ou visto por ultrassom transretal.

Estádio III: o tumor se espalhou e pode ter atingido as vesículas seminais, mas não alcançou os gânglios linfáticos ou outros órgãos.

Estádio IV: uma ou mais das seguintes condições estão presentes:

O câncer se espalhou para tecidos próximos que não as vesículas seminais, como os músculos;O câncer se espalhou para partes mais distantes do corpo.

Como é o tratamento do câncer de próstata

O melhor tratamento para cada caso depende do estadiamento da doença, da idade e do estado geral de saúde do paciente. De maneira geral, cirurgia, radioterapia e terapia hormonal costumam ser as opções mais comunsQuando o Gleason é de 8, 9 e 10, a doença tem que ser tratada de forma radical; já cânceres menos agressivos, dependendo da idade do paciente, você nem trata", explica o especialista Franz Campos, chefe da seção de urologia do Inca.

Esses pacientes, em geral assintomáticos, podem ser apenas monitorados periodicamente, sem precisar de tratamento. A chamada vigilância ativa envolve a realização periódica dos exames de PSA e toque retal, além de biópsias conforme indicação médica. Já para homens mais jovens, com boa saúde e tumor que cresce rápido, isso não costuma ser recomendado.



sábado, 3 de novembro de 2018

A Casa adaptada para Cadeirante

De uma hora para outra, surge a necessidade de tornar a sua casa adaptada para pessoas com dificuldade de locomoção. E, seja por um evento permanente ou provisório, os membros da família muitas vezes se veem perdidos, sem saber por onde começar. Em geral, uma moradia acessível possui os atributos tanto para pessoas com deficiência como para idosos.

Perguntas do tipo: Será que teremos que mudar para uma casa térrea? Tenho que colocar corrimão nas escadas? E a altura da cama, qual é a ideal? O banheiro tem que ter quantas barras? Qual é a melhor inclinação para a rampa?

Essas questões são apenas o início de uma longa e árdua trajetória, em busca de conforto para quem tem dificuldade de locomoção. Muitas vezes medidas simples podem ser tomadas. Entendemos que cada situação é única e demanda uma atenção particular. Nesse sentido, nossa equipe desenvolve projetos residenciais de acessibilidade específicos com foco na necessidade inerente a cada um.

É sempre bom o exercício de nos colocarmos em outras perspectivas e analisarmos o mundo à nossa volta com um olhar mais apurado e cuidadoso. Hoje trouxemos uma especial atenção para o dia-a-dia de um cadeirante e suas questões particulares de locomoção e acessibilidade, que envolvem acirrado envolvimento com o universo da arquitetura e do design como um todo.

Em poucas palavras, vamos descobrir formas racionais de trazer a acessibilidade para dentro de casa, como também opções legais de tornar esse processo bonito e cheio de personalidade. Se você é um cadeirante e gostaria de deixar a sua casa ainda mais elegante ou criativa, essas dicas poderão inspirá-lo(a) a trazer novidade e ao mesmo solucionar questões básicas.

Entes de tudo, para os mais desavisados, vale a pena conferir a norma brasileira ABNT NBR 9050, que rege todas as dimensões e tamanhos ideias para facilitar o processo de adaptação de uma residência. Mas indo além, busque nessas ideias que trouxemos aqui algumas inspirações e toques imperdíveis para tornar esse processo gostoso e original!

De acordo com as normas oficiais de acessibilidade, encontramos nas rampas a melhor forma de adaptar degraus ou desníveis, o que é essencial para a boa locomoção do cadeirante. Neste exemplo, o trabalho de carpintaria criou um lindo jardim integrado à rampa, tornando o espaço bonito, agradável e perfeitamente adaptado.

Para começar, trouxemos este exemplo de apartamento criado de forma genial para uma família que necessitou de uma adaptação para cadeirante. O primeiro e mais importante passo é tornar as portas e corredores suficientemente largos, para permitir a locomoção sem obstáculos. Uma forma de aproveitar a deixa, é incorporar uma porta de design elegante e apostar em bons e bonitos revestimentos de parede para trazer elegância.

Mesmo que você não tenha uma sala grande como esta, vale a reflexão para trabalhar o layout dos móveis de forma cuidadosa. É necessário deixar espaço de circulação entre eles. E no caso de uma sala menor, a solução poderia ser remover a mesa de centro e, se possível, integrar a sala de jantar com a sala de estar. Quanto menos portas e paredes, mais iluminado o espaço fica e muito mais acessível e gostoso para todos

Para uma pessoa com locomoção reduzida, o banheiro é o ambiente de mais cuidado, pois necessita de adaptações precisas para garantir sua segurança e comodidade. Nestes dois exemplos que trouxemos, os banheiros receberam barras, espelho inclinado e espaço suficiente de acordo com a norma brasileira.

Na área do banho, o piso antiderrapante ajuda bastante, sendo primordial. Aqui os equipamentos e acessórios formam incluídos para completar a usabilidade do banheiro.


domingo, 21 de outubro de 2018

Libras: por que é importante e qual a melhor maneira de aprender



A Língua Brasileira de Sinais, ou Libras como é normalmente conhecida, surgiu em 1857. Criada pelo Instituto dos Surdos-Mudos e hoje ensinada de diversas maneiras, principalmente em cursos online, a língua em questão é uma junção da Linguagem de Sinais Francesa e da Língua de Sinais Brasileira antiga, que era utilizada pelos deficientes auditivos de diversas regiões do Brasil. Com quase 30 anos de idade, a Libras faz o papel principal que toda linguagem desenvolve: conectar pessoas e permitir que comunicações sejam feitas, que o mundo seja apreendido pelos surdos por meio da linguagem e que essa experiência se dê de forma completa.

Existindo oficialmente por tanto tempo nas terras do Brasil, a Língua Brasileira de Sinais é amplamente utilizada e faz parte do cotidiano de muitas pessoas, tanto aquelas que são deficientes auditivos, quanto aquelas que não são. Nesse post, vamos te falar por que é importante aprender essa língua e qual a melhor maneira de fazer isso nos dias de hoje. Confira.

 número de surdos no Brasil

Segundo dados repassados pelo G1 de uma pesquisa demográfica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada em 2010, a porcentagem de brasileiros que declara ter deficiência auditiva é de 5,1% da população. Em números reais isso equivale a 9,7 milhões de pessoas com algum grau de deficiência para ouvir. O número de surdos propriamente ditos, nessa pesquisa em questão, atinge o pico de 344,2 mil indivíduos. Enquanto 2,1 milhões de pessoas disseram que têm deficiência auditiva severa, outros 1,7 milhão confirmaram que possuem uma dificuldade enorme em ouvir.

Dependendo do grau da deficiência auditiva, pode ser complicado tratá-la com algum aparelho ou mesmo cirurgia. Além disso, devemos levar em consideração o número de pessoas que não possuem condições para buscar soluções para essa deficiência, o que faz com que, se não conseguem se comunicar, percam parte da experiência social que as aguardam. Logo já vemos a importância da Língua Brasileira de Sinais fazer parte do cotidiano de mais pessoas. Você entenderá que a palavra-chave nessa questão toda é inclusão, algo que já discutimos em outro postaqui mesmo no Educamundo.

A importância de aprender Libras

Como dissemos anteriormente, devemos pensar que aprender Libras é ajudar em uma maneira de inclusão social de indivíduos com deficiência. Assim como todo brasileiro, os deficientes auditivos devem estar inseridos de toda e qualquer forma na vida em sociedade e uma das maneiras mais básicas de inclusão é por meio da linguagem. É por isso que devemos ter empenho em compreender a Libras em sua totalidade e não como forma de apenas acrescentar mais alguma característica em nosso currículo. Pensar na relação da linguagem com as pessoas nos dá uma ideia bem maior e correta de como ela é importante para todas as pessoas.

Diferente do que alguns acreditam, a Libras é uma língua que só faz sentido no Brasil. Existem várias linguagens de sinais, como a norte-americana, conhecida pela sigla ASL ou então como Ameslan e a britânica (BSL), e elas se diferem entre si. Isso acontece mesmo que os países tenham a mesma linguagem verbal – como é no caso dos Estados Unidos e do Reino Unido, em que ambos falam inglês – mas as linguagens de sinais possuem características culturais e por isso devem ser compreendidas enquanto produtos do seu espaço nacional. É comum achar que cada palavra tem um correspondente nessa língua, mas ela trabalha com conceitos e por mais que possam ser traduzidos para uma linguagem verbal ou escrita, a Libras funciona mais nos moldes de correlação linguística.

A dificuldade em aprender Libras

Todo aprendizado de uma nova língua é complicado na primeira vez. Para aqueles que já aprenderam mais de uma linguagem verbal fica mais fácil apreender outros idiomas com o passar do tempo. Isso acontece porque toda linguagem é composta de sintaxe – aquela característica linguística que estuda as palavras enquanto componentes de uma frase – e a estrutura pode ser parecida em diversas línguas. Para alguém que fala português como língua nativa, a dificuldade primordial está naquela transição entre tradução e compreensão da Libras para o Português. A tradução sempre coloca uma língua em retrospecto com a outra, ou seja, faz relações linguísticas entre os elementos. Quando passamos da tradução para a compreensão começamos a pensar dentro naquela nova linguagem e não mais fazer paralelos com uma língua e outra. Com o aprendizado de Libras acontece a mesma coisa.

A Língua Brasileira de Sinais tem diversos pontos em comum com o português brasileiro, mas também há outros que se diferem e por isso devem ser tratados e pensados de maneira distinta, e não apenas como parte de uma tradução literal linguística. Como citamos mais acima no texto, aLibras trabalha bastante com conceitos e por mais que toda palavra seja um conceito em sua concepção, dificilmente entendemos nossa linguagem nativa dessa maneira. O “x” da questão para quem quer aprender Libras é justamente fazer o estudo tendo em mente que é necessário deixar o pensamento virado para a Língua Brasileira de Sinais.

A questão de treinar o pensar para ser composto em Libras é um exercício que exige dedicação, mas que não deve ser deixado de lado de hipótese alguma. Inclusive essa é uma dica de ouro para quem está no processo de aprendizado. O chamado Português Sinalizado é diferente da língua de sinais, porque essa vai além de uma tradução, como dito anteriormente. Com a internet, não é difícil encontrar materiais audiovisuais em que podemos ver intérpretes fazendo a língua de sinais para os deficientes auditivos. Isso é comum em canais sobre política, mas você também encontra no YouTube materiais de entretenimento que mostram um intérprete em tela. Assim como ver um filme em inglês ajuda no desenvolvimento do idioma em seu cérebro, o mesmo acontece nesse caso. Para treinar melhor, coloque o vídeo no mudo e se concentre ainda mais na pessoa que faz a língua de sinais.

Outra forma de conseguir vencer as adversidades do estudo é se concentrar bastante. Pegue seus conteúdos, leia, releia e não deixe se distrair para que possa ficar focado naquilo que necessita aprender. Em nosso post de O Guia Definitivo de Como Otimizar Seus Estudos em Cursos Online já falamos sobre a importância de ter um ambiente tranquilo e propício para os estudos, sem interrupções e distrações. Leia para saber como você pode criar formas de otimizar seus estudos tendo ainda mais foco.

Outra maneira de ajudar no desenvolvimento do seu estudo de Libras é justamente ter contato com pessoas que utilizam a Língua Brasileira de Sinais há mais tempo do que você. Quando falamos com uma pessoa fluente que entende a situação de aprendizado em que nos encontramos – iniciante, intermediário ou avançado – treinamos ainda mais os aprendizados e ganhamos mais confiança naquele conhecimento. É sempre importante ter em mente que errar faz parte de todo estudo e quando ele é sobre linguagem, essa se mostra mais presente justamente quando a colocamos em prática. A linguagem é um exercício que deve ser feito todos os dias, caso contrário a comunicação pode ter dificuldades de se estabelecer da maneira como os envolvidos esperam.



sábado, 13 de outubro de 2018

O Amor Possível

Para quem diz que o amor é complicado, Fabíola Sebastiana Kelly Silva, de 25 anos, não achou nada difícil a decisão que tomou: conhecer o amor da vida dela pela internet, descobrir que ele tinha paralisia cerebral e iniciar o namoro dois dias depois. Miguel de Paula Carvalho Pinto, hoje com 36 anos e uma deficiência que o impedia de se aproximar do coração da maioria das mulheres, encontrou na internet uma forma de conhecer pessoas e, quem sabe, achar uma para a vida inteira. Na casa em que hoje moram juntos, o casal contou ao G1 como o detalhe não fez a mínima diferença.

Pra mim, sempre foi muito difícil conhecer pessoas. Então, eu vi na internet o caminho para encontrar a minha cara-metade”, declara Miguel. Em meados de 2008, em sua busca pela rede social, ele adicionou Fabíola pelo Orkut. Ela não aceitou. Após insistir por mais umas três vezes enumerando alguns amigos que tinham em comum, Fabíola resolveu aceitar o novo amigo e começaram a conversar. “Eu nunca gostei de ficar conversando pela internet, usava a internet só para trabalho. Mas nós começamos a nos falar e de repente, estávamos conversando todos os dias”, diz Fabíola.

Pra mim, sempre foi muito difícil conhecer pessoas"

Miguel de Paula

Ela conta que os dois haviam saído recentemente de relacionamentos, portanto a afinidade se tornou amizade e apoio rapidamente. “Eu moro em Varginha, mas na época estava trabalhando em Elói Mendes, e eu não conhecia praticamente ninguém lá. Então, no meu horário de almoço, eu ficava conversando com o Miguel”, explica. “Nessa época ele já começou com um ‘lero’ pra cima de mim, falando que era pra ligar para ele, essas coisas, mas eu esquivava”.

Cerca de cinco meses depois, de conversa todos os dias, Miguel sumiu. Ficou dois dias sem aparecer na internet. “E eu achei aquilo super estranho, porque sempre que eu entrava, ele estava lá”, conta Fabíola. Mas outra coisa além do sumiço de Miguel chamou a atenção dela: Fabíola estava, de fato, sentindo a falta dele. “Aí eu percebi que eu estava começando a me apaixonar”, conta.

Fabíola resolveu então ligar na casa dele para saber o que estava acontecendo. Quem atendeu foi a irmã do Miguel, que, após chamar Fabíola pelo nome de outra mulher, disse que ele estava internado por causa de uma cirurgia, mas que não era nada sério. Os dois ficaram cerca de duas semanas sem se falar.

"Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu
corpo", diz Miguel (Foto: Lucas Soares / G1)

Quando Miguel voltou ao mundo virtual, Fabíola decidiu que queria ver ele e começaram a combinar de se encontrar. “Aí ele me disse: tudo bem, mas tem um detalhe. Eu perguntei: que detalhe? Ele disse: eu tenho uma deficiência. Aí eu pensei, decerto ele não tem um dedo, ou não movimenta a perna, sei lá, qualquer coisa assim”, lembra Fabíola. Miguel levou outros dois meses para tomar coragem e dizer à Fabíola a deficiência: “Eu tenho paralisia cerebral”, digitou. “Aí eu não acreditei ‘né’”, conta Fabíola, “afinal isso era impossível. A gente conversava todos os dias e era normal. Eu já imaginava a pessoa com paralisia cerebral, desculpa o termo, mas ‘retardado’, pra mim era impossível aquilo”.

Mas era verdade. Miguel explicou que, no caso dele, a paralisia só atingiu a coordenação motora, mas a maioria das suas funções cognitivas funcionava normalmente. Ele só tinha dificuldades em falar e em se movimentar. “Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu corpo”, explicou Miguel à época. Fabíola não precisou pensar muito para decidir que queria vê-lo assim mesmo.

Eu apareci uns dois dias depois de surpresa na casa dele. Foi a irmã que atendeu de novo e novamente me chamou pelo nome de outra mulher (risos)”, conta Fabíola. “Ele era um mulherengo. Quando a gente começou a namorar, ele teve que excluir um monte de mulher do Orkut (risos). Mas voltando àquele dia, quando eu apareci no quarto, o Miguel levou tanto susto que até caiu da cadeira (risos)”. Miguel emenda com as lembranças dele do momento: “Eu olhei para ela e pensei: nossa, que ‘morenona’ (risos)”.

Fabíola não sabe nem explicar como foi o momento, mas eles se abraçaram, Miguel começou a falar, e mesmo com toda a dificuldade de se expressar, ela diz que entendia 90% do que ele dizia. “Foi um momento realmente sem explicação”, lembra. Quando os dois estavam na varanda, se reconhecendo, o primeiro beijo aconteceu. “Só um selinho, mas foi maravilhoso”, completa ela.

O Namoro
Fabíola disse que nem pensou muito para decidir que queria ficar com ele. A parte mais difícil, segundo ela, foi convencer ambas as famílias. “Assim que os pais do Miguel ficaram sabendo, a mãe dele já veio ter aquela conversa séria comigo. Em todo o instinto de proteção dela, me disse que outra pessoa já tinha magoado muito ele, que o mundo deles girava em torno do Miguel, e que não era fácil, que eu tinha que ter cuidado antes de entrar na vida dele”, lembra.


Fabíola queria que Miguel fosse a um encontro da igreja com ela em outra cidade, mas de última hora, a viagem não aconteceu. Ela foi sozinha. “Quando eu estava lá, rezando, eu pensei: Deus, eu não sei o que fazer, eu tenho esse sentimento, mas não sei se é possível, se é a coisa certa. Então me dá um sinal, qualquer um, ou senão faça eu esquecer ele”, lembra Fabíola. “Aí eu abri os olhos, e quando olhei lá na frente do auditório, tinha um casal de uma mulher e um homem com paralisia também caminhando. Aí pensei, em todo o preconceito que a gente tem mesmo: ela deve estar cuidando dele ‘né’. Mas aí, eles se beijaram. E pra mim foi o sinal que eu precisava”, finaliza.

Miguel se emociona toda vez que assiste ao vídeo
do casamento (Foto: Lucas Soares / G1)

Em junho de 2009, Miguel e Fabíola começaram a namorar. “E era muito complicado, porque Miguel não podia andar a pé e eu não sabia dirigir. Aí, todo lugar que a gente ia, ou era a mãe, ou o pai, ou alguém da família que levava e trazia, e estava sempre ali”, conta Fabíola. Ela então resolveu o problema. Cerca de quatro meses depois do início do namoro, tirou a carteira de motorista e comprou um carro. “Eu estava guardando um dinheiro para fazer pós-graduação. Então usei ele para pagar o curso e dar entrada no carro. Assim a gente podia namorar sem ninguém por perto”, conta.

Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu corpo"

Miguel de Paula

Miguel, apesar de já ter se formado em ciência da computação, ficava em casa o dia todo. Fabíola, então, distribuiu o currículo dele em vários lugares. Logo depois, uma empresa que produz peças automotivas chamou o Miguel para um programa de inclusão de funcionários com deficiência e ele conseguiu o emprego. “Eu fiquei muito feliz, porque ele sempre consegue o que quer”, comenta Fabíola.

12/06/2013 09h08 - Atualizado em 12/06/2013 14h16

Com paralisia cerebral, programador encontra namorada pela web em MG"Eu vi na internet o caminho para encontrar a minha cara-metade”, diz ele.
Após meses de conversa, ele revelou a deficiência e o namoro começou.

Samantha SilvaDo G1 Sul de Minas, em Varginha, MG

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Para quem diz que o amor é complicado, Fabíola Sebastiana Kelly Silva, de 25 anos, não achou nada difícil a decisão que tomou: conhecer o amor da vida dela pela internet, descobrir que ele tinha paralisia cerebral e iniciar o namoro dois dias depois. Miguel de Paula Carvalho Pinto, hoje com 36 anos e uma deficiência que o impedia de se aproximar do coração da maioria das mulheres, encontrou na internet uma forma de conhecer pessoas e, quem sabe, achar uma para a vida inteira. Na casa em que hoje moram juntos, o casal contou ao G1 como o detalhe não fez a mínima diferença.

Casal se conheceu pela internet, e mesmo com a revelação da deficiência, ficaram juntos (Foto: Lucas Soares / G1)

“Pra mim, sempre foi muito difícil conhecer pessoas. Então, eu vi na internet o caminho para encontrar a minha cara-metade”, declara Miguel. Em meados de 2008, em sua busca pela rede social, ele adicionou Fabíola pelo Orkut. Ela não aceitou. Após insistir por mais umas três vezes enumerando alguns amigos que tinham em comum, Fabíola resolveu aceitar o novo amigo e começaram a conversar. “Eu nunca gostei de ficar conversando pela internet, usava a internet só para trabalho. Mas nós começamos a nos falar e de repente, estávamos conversando todos os dias”, diz Fabíola.

Pra mim, sempre foi muito difícil conhecer pessoas"

Miguel de Paula

Ela conta que os dois haviam saído recentemente de relacionamentos, portanto a afinidade se tornou amizade e apoio rapidamente. “Eu moro em Varginha, mas na época estava trabalhando em Elói Mendes, e eu não conhecia praticamente ninguém lá. Então, no meu horário de almoço, eu ficava conversando com o Miguel”, explica. “Nessa época ele já começou com um ‘lero’ pra cima de mim, falando que era pra ligar para ele, essas coisas, mas eu esquivava”.

Cerca de cinco meses depois, de conversa todos os dias, Miguel sumiu. Ficou dois dias sem aparecer na internet. “E eu achei aquilo super estranho, porque sempre que eu entrava, ele estava lá”, conta Fabíola. Mas outra coisa além do sumiço de Miguel chamou a atenção dela: Fabíola estava, de fato, sentindo a falta dele. “Aí eu percebi que eu estava começando a me apaixonar”, conta.

Fabíola resolveu então ligar na casa dele para saber o que estava acontecendo. Quem atendeu foi a irmã do Miguel, que, após chamar Fabíola pelo nome de outra mulher, disse que ele estava internado por causa de uma cirurgia, mas que não era nada sério. Os dois ficaram cerca de duas semanas sem se falar.

"Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu
corpo", diz Miguel (Foto: Lucas Soares / G1)

Quando Miguel voltou ao mundo virtual, Fabíola decidiu que queria ver ele e começaram a combinar de se encontrar. “Aí ele me disse: tudo bem, mas tem um detalhe. Eu perguntei: que detalhe? Ele disse: eu tenho uma deficiência. Aí eu pensei, decerto ele não tem um dedo, ou não movimenta a perna, sei lá, qualquer coisa assim”, lembra Fabíola. Miguel levou outros dois meses para tomar coragem e dizer à Fabíola a deficiência: “Eu tenho paralisia cerebral”, digitou. “Aí eu não acreditei ‘né’”, conta Fabíola, “afinal isso era impossível. A gente conversava todos os dias e era normal. Eu já imaginava a pessoa com paralisia cerebral, desculpa o termo, mas ‘retardado’, pra mim era impossível aquilo”.

Mas era verdade. Miguel explicou que, no caso dele, a paralisia só atingiu a coordenação motora, mas a maioria das suas funções cognitivas funcionava normalmente. Ele só tinha dificuldades em falar e em se movimentar. “Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu corpo”, explicou Miguel à época. Fabíola não precisou pensar muito para decidir que queria vê-lo assim mesmo.

“Eu apareci uns dois dias depois de surpresa na casa dele. Foi a irmã que atendeu de novo e novamente me chamou pelo nome de outra mulher (risos)”, conta Fabíola. “Ele era um mulherengo. Quando a gente começou a namorar, ele teve que excluir um monte de mulher do Orkut (risos). Mas voltando àquele dia, quando eu apareci no quarto, o Miguel levou tanto susto que até caiu da cadeira (risos)”. Miguel emenda com as lembranças dele do momento: “Eu olhei para ela e pensei: nossa, que ‘morenona’ (risos)”.

Fabíola não sabe nem explicar como foi o momento, mas eles se abraçaram, Miguel começou a falar, e mesmo com toda a dificuldade de se expressar, ela diz que entendia 90% do que ele dizia. “Foi um momento realmente sem explicação”, lembra. Quando os dois estavam na varanda, se reconhecendo, o primeiro beijo aconteceu. “Só um selinho, mas foi maravilhoso”, completa ela.

O Namoro
Fabíola disse que nem pensou muito para decidir que queria ficar com ele. A parte mais difícil, segundo ela, foi convencer ambas as famílias. “Assim que os pais do Miguel ficaram sabendo, a mãe dele já veio ter aquela conversa séria comigo. Em todo o instinto de proteção dela, me disse que outra pessoa já tinha magoado muito ele, que o mundo deles girava em torno do Miguel, e que não era fácil, que eu tinha que ter cuidado antes de entrar na vida dele”, lembra.

Casal olha fotos do casamento em agosto de 2013 (Foto: Lucas Soares / G1)

Fabíola queria que Miguel fosse a um encontro da igreja com ela em outra cidade, mas de última hora, a viagem não aconteceu. Ela foi sozinha. “Quando eu estava lá, rezando, eu pensei: Deus, eu não sei o que fazer, eu tenho esse sentimento, mas não sei se é possível, se é a coisa certa. Então me dá um sinal, qualquer um, ou senão faça eu esquecer ele”, lembra Fabíola. “Aí eu abri os olhos, e quando olhei lá na frente do auditório, tinha um casal de uma mulher e um homem com paralisia também caminhando. Aí pensei, em todo o preconceito que a gente tem mesmo: ela deve estar cuidando dele ‘né’. Mas aí, eles se beijaram. E pra mim foi o sinal que eu precisava”, finaliza.

Miguel se emociona toda vez que assiste ao vídeo
do casamento (Foto: Lucas Soares / G1)

Em junho de 2009, Miguel e Fabíola começaram a namorar. “E era muito complicado, porque Miguel não podia andar a pé e eu não sabia dirigir. Aí, todo lugar que a gente ia, ou era a mãe, ou o pai, ou alguém da família que levava e trazia, e estava sempre ali”, conta Fabíola. Ela então resolveu o problema. Cerca de quatro meses depois do início do namoro, tirou a carteira de motorista e comprou um carro. “Eu estava guardando um dinheiro para fazer pós-graduação. Então usei ele para pagar o curso e dar entrada no carro. Assim a gente podia namorar sem ninguém por perto”, conta.

Eu me sinto uma pessoa normal presa em meu corpo"

Miguel de Paula

Miguel, apesar de já ter se formado em ciência da computação, ficava em casa o dia todo. Fabíola, então, distribuiu o currículo dele em vários lugares. Logo depois, uma empresa que produz peças automotivas chamou o Miguel para um programa de inclusão de funcionários com deficiência e ele conseguiu o emprego. “Eu fiquei muito feliz, porque ele sempre consegue o que quer”, comenta Fabíola.


Nesta semana de dia dos namorados, quase cinco anos após se conhecerem, o casal planeja e se preocupa com as mesmas coisas de qualquer casal: passarem em um concurso para melhorar as condições financeiras, comprar uma casa maior, quando vão ter o primeiro filho. Ao mostrar o vídeo de casamento, Miguel, ao lado de Fabíola, começa a chorar de emoção. “Ah, toda vez que ele assiste o vídeo, ele chora. Miguel é muito sensível”, entrega Fabíola. Ao comentar o bom humor de Miguel, que disfarça toda essa sensibilidade, ela completa: “Ele que anima a vida da gente. Somos muitos felizes”.


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Dia Nacional da Pessoa com DEFICIÊNCIA FÍSICA

11 de Outubro - Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Física

A UNIRIO registra nesta data (11/10) o Dia da Pessoa com Deficiência Física, conforme Ministério dos Direitos Humanos.

Conforme o Artigo 1º da Convenção sobre os Direitos da Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasilno ano de 2008, pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir a participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.

Segundo dados preliminares do Censo de 2010, o Brasil possui atualmente mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 23,92% da população. Deste total, mais de 13 milhões são deficientes físicos.


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Dia Mundial de Saúde Mental

O Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado a 10 de outubro.

Este dia visa chamar a atenção pública para a questão da saúde mental global, e identificá-la como uma causa comum a todos os povos, ultrapassando barreiras nacionais, culturais, políticos ou sócio-económicas. Combater o preconceito e o estigma à volta da saúde psicológica é outro dos objetivos do dia.

Esta data foi criada em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a saúde mental uma prioridade e defende que a questão da saúde mental não é estritamente um problema de saúde.

Neste dia realizam-se colóquios para se encontrar soluções para os problemas relacionados com a saúde mental e coordenar esforços na luta contra esta realidade. O tema do Dia Mundial da Saúde Mental é: "Dignidade na Saúde Mental: Primeiros Socorros de Saúde Mental e Psicológica para Todos".

Aumento dos casos de depressão

As perturbações de natureza mental estão a crescer e os distúrbios mentais, independentemente da sua gravidade, são uma das principais doenças incapacitantes do século XXI.

A depressão é a segunda causa de incapacidade na União Europeia. As doenças mentais e, particularmente a depressão, são o fator de maior risco de suicídio.

Saúde mental em Portugal

Um estudo da Direção Geral de Saúde mostra que Portugal lidera a lista dos países europeus com maior número de casos de perturbações mentais. Os mais afetados são as mulheres, quando se comparam os sexos, e as pessoas com menos educação e dinheiro, quando o critério é a posição social. Em Portugal existem perto de 100 mil doentes esquizofrénicos.


domingo, 7 de outubro de 2018

Prevenir câncer de mama

Uso de Medicamentos para Reduzir o Risco de Câncer de Mama

Os medicamentos como tamoxifeno e o raloxifeno podem reduzir o risco de câncer de mama em mulheres que têm um risco médio de desenvolver a doença. Se você pertence a esse grupo de mulheres. Converse com seu médico para saber se esses medicamentos podem ser uma opção para você.

Decidindo se deve (ou não) tomar um medicamento para reduzir o Risco de Câncer de Mama

O uso de medicamentos para ajudar a reduzir o risco de contrair uma doença é denominado quimioprevenção. O primeiro passo para decidir se você deve (ou não) tomar medicamentos para ajudar a diminuir suas chances de desenvolver um câncer de mama é consultar um médico para avaliar seu risco de contrair a doença. Todos os medicamentos têm benefícios e riscos. Para as mulheres com maior risco de câncer de mama, os benefícios da quimioprevenção podem superar esses riscos.

Atualmente, a maioria dos especialistas diz que o risco de câncer de mama deve ser maior do que a média para uma mulher considerar o uso do tamoxifeno ou raloxifeno. Se você tiver um risco de câncer de mama superior à média, você precisa comparar o benefício de reduzir suas chances de contrair câncer de mama com o risco dos efeitos colaterais e outros problemas de tomar um desses medicamentos.

Os fatores de risco de cada mulher precisam ser identificados para descobrir se ela tem um risco superior ao médio de câncer de mama. Um fator de risco é qualquer coisa que afeta o risco de contrair uma doença. Mas tenha em mente que ter fatores de risco que estão ligados a um risco maior não significa que você desenvolverá a doença. Na verdade, a maioria das mulheres que têm um ou mais fatores de risco nunca desenvolverá câncer de mama.

Os fatores de risco para câncer de mama incluem:

Ser mulher.Ter parentes de primeiro grau que tiveram câncer de mama.Histórico menstrual da mulher.Histórico de gravidez da mulher.Ter tido câncer de mama invasivo ou carcinoma ductal in situ.Ser diagnosticada com carcinoma lobular in situ.Ser diagnosticada com hiperplasia ductal atípica ou hiperplasia lobular atípica.Ter uma mutação genética associada à síndrome do câncer hereditário (como mutação BRCA).

Avaliando o Risco de Câncer de Mama

Os pesquisadores construíram alguns modelos estatísticos para ajudar a prever o risco de uma mulher contra o câncer de mama.

A ferramenta de avaliação do risco de câncer de mama (modelo de Gail) é uma dessas. Essa ferramenta pode estimar o risco de contrair câncer de mama nos próximos 5 anos e ao longo da vida, com base em muitos dos fatores listados acima.

Entretanto, esta ferramenta possui alguns limites. Por exemplo, só avalia o histórico familiar em parentes próximos (como irmãos, pais e filhos). E não estimar o risco se a mulher tem histórico de carcinoma ductal in situ, carcinoma lobular in situ ou se teve câncer de mama. Também não é útil se a mulher tem uma síndrome de câncer hereditária.

Além disso, os dados sobre os quais essa ferramenta se baseia não inclui mulheres hispânicas/latinas, índias americanas ou nativas do Alasca. Portanto, as estimativas para essas mulheres não são precisas.

Outras ferramentas de avaliação de risco estão baseadas em grande parte no histórico familiar, como o modelo Tyrer-Cuzick e o modelo de Claus.

Essas ferramentas podem fornecer estimativas aproximadas do risco, mas nenhuma ferramenta ou teste pode dizer com certeza se uma mulher desenvolverá o câncer de mama.

Existem razões para não tomar esses medicamentos para ajudar a reduzir o risco de câncer de mama?

Todas as drogas têm riscos e efeitos colaterais que devem ser discutidos amplamente com o médico ao se optar pela quimioprevenção. A maioria dos especialistas concorda que apenas as mulheres que estão em maior risco de câncer de mama devem tomar uma droga para ajudar a diminuir seu risco.

Nem o tamoxifeno nem o raloxifeno devem ser utilizados para reduzir o risco de câncer de mama em mulheres que:

Tem maior risco de formação de coágulos de sangue*.Estão grávidas ou pretendem engravidar.Estão amamentando.Fazem uso de estrogênio.Fazem uso de inibidores de aromatase.Tem menos de 35 anos.
* As mulheres que apresentam maior risco de formação de coágulos sanguíneos  incluem aquelas que já tiveram coágulos sanguíneos (trombose venosa profunda ou embolia pulmonar). Também incluem  se você já teve um acidente vascular cerebral ou ataque cardíaco. Se você fuma, é obesa ou tem (ou está sendo tratado) para hipertensão ou diabetes.  As mulheres com essas condições devem conversar com seus médicos para verificar se os benefícios da quimioprevenção superam os riscos.

Uma mulher que tenha sido diagnosticada com qualquer tipo de câncer uterino ou hiperplasia atípica do útero (um tipo de pré-câncer) não deve tomar tamoxifeno para reduzir o risco de câncer de mama.

O raloxifeno não foi testado em mulheres na pré-menopausa e só deve ser usado em mulheres que já tiveram a menopausa.

Você deve conversar com seu médico sobre seu estado de saúde geral para fazer a melhor escolha possível.


sábado, 6 de outubro de 2018

Emprego no Brasil

No segundo trimestre de 2018, faltou trabalho para 27,6 milhões de pessoas no Brasil. A chamada taxa de subutilização da força de trabalho foi de 24,6%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).O indicador inclui os desempregados, os subocupados (que trabalham menos de 40 horas semanais) e a força de trabalho potencial (pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar). De acordo com o IBGE, o resultado é considerado estável em relação ao primeiro trimestre de 2018 (24,7%) e teve alta na comparação com o segundo trimestre de 2017 (23,8%).Desalento recorde

O número de desalentados (que desistiram de procurar emprego) chegou a 4,8 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade, resultado superior ao do 1º trimestre de 2018 (4,6 milhões) e do 2º trimestre de 2017 (4 milhões de pessoas). Esse foi o maior contingente de desalentados desde 2012, quando a pesquisa começou a ser feita.

De acordo com o IBGE, a população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: "não conseguia trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga". Ela faz parte da força de trabalho potencial.


Desemprego foi de 12,4%

No segundo trimestre do ano, o desemprego no país foi de 12,4%, em média, de acordo com dados do IBGE.

O número de desempregados no Brasil foi de 13 milhões de pessoas. Isso representa queda de 5,3% em relação ao primeiro trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2017, são 520 mil desempregados a menos, uma queda de 3,9%.

Taxa é maior entre pretos e pardos

De acordo com a pesquisa, enquanto a taxa de desemprego dos que se declararam brancos (9,9%) ficou abaixo da média nacional (12,4%), a dos pretos (15%) e a dos pardos (14,4%) ficaram acima. No segundo trimestre de 2018, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,4%) e pelos pretos (8,5%).

O uso do termo "preto" costuma ser criticado nas redes sociais como supostamente preconceituoso, mas é a terminologia oficial da pesquisa do IBGE. O grupo mais genérico de "negros" reúne as cores específicas, "preta" e "parda", explica o IBGE.


domingo, 30 de setembro de 2018

Mães deficiência Visual que cuida dos filhos sozinha

Laura Freitas tem deficiência visual desde que nasceu e enfrenta o desafio de ser mãe há 14 anos, quando teve o primeiro filho. Ela conta que as dificuldades não são muito diferentes das mulheres que enxergam. “Duvidavam que eu pudesse cuidar dos meus filhos por ser cega. As pessoas ficam curiosas e se reprimem em perguntar, mas eu gosto de responder. Sei que eu posso. É importante que as pessoas também saibam. Sempre acreditei que eu ia conseguir. E eu amo ser mãe! Foi o melhor presente que Deus me deu” afirma.

Com 32 anos, Laura é mãe de Gabriel, 14 anos, e Vinícius, de 8 anos. Trabalha como revisora de braile no Centro de Referência em Educação e Atendimento Especial do Ceará (Creaece), em Fortaleza. Ela diz que está afastada por falta de material. “Trabalho de dois a três períodos. A dificuldade maior é não ter com quem deixar os meus filhos”. Para isso, recorre muitas vezes ao auxílio da mãe Marta.

A cegueira de Laura é hereditária. “Eu nasci assim”, afirma. Ela explica que a sua adaptação com foi 'desde sempre'. No caso de pessoas que já enxergaram um dia, mas que depois perderam a visão, a adaptação é diferente. “Sempre me senti igual”, disse.

Diferenças e adaptações
Na casa de Laura, os objetos permanecem distribuídos sempre no mesmo lugar para facilitar a localização e locomoção dela. “Na minha casa, eu sou independente. Gosto de cozinhar, fazer sobremesas...”, conta.

Laura Freitas e o filho Vinícius, de 8 anos.
(Foto: Marina Holanda/G1)

Acompanhada do mais novo, ela destaca o que há de especial na sua relação com os filhos. “Filho de cego é mais atencioso, mais responsável. Eles têm o cuidado de avisar quando vão sair de perto de mim, diferente de quando estão com a avó, ficam mais livres”, explica.

Táticas
“O que eu encontro de mais diferente, é que no início, muitas coisas eu precisava perguntar. Coisas relativas a cores em atividades da escola, ou medições. Uma das táticas que eu tinha, quando eu ia dar remédio ao bebê, por exemplo, era aproximar o conta-gotas do meu ouvido para escutar quantas gotas estavam caindo. Ia no instinto. No segundo filho, já foi mais fácil.”

A realidade das mães cegas são distintas e variam em cada caso. Segundo a experiência de Laura com outras mulheres do Creaece, há mães com deficiência visual que se tornam muito dependentes da ajuda de outras pessoas e que terminam por se acomodar a essa condição. “Eu ando e saio só, porque eu quis assim. Incentivo eu tive pouco. Se eu fosse rica, eu tinha era mais [filhos]!” conta Laura entre risos. “Eu digo pra ela que nós somos duas mulheres sofredoras, mas fortes” completa Marta, mãe de Laura.


sábado, 29 de setembro de 2018

Educação no Brasil

São muitos os problemas que estão presentes na educação brasileira, especialmente na educação pública. São diversos os fatores que proporcionam resultados negativos, um exemplo disso são as crianças que se encontram no 6ºano do ensino fundamental e não dominam habilidade de ler e escrever.

Esse fato é resultado direto do que acontece na estrutura educacional brasileira, pois praticamente todos os que atuam na educação recebem baixos salários, professores frustrados que não exercem com profissionalismo ou também esbarram nas dificuldades diárias da realidade escolar, além dos pais que não participam na educação dos filhos, entre muitos outros agravantes.

As avaliações implantadas pelo governo para avaliar a educação brasileira apresentam números desanimadores, isso se tornou uma situação insustentável que não pode continuar.


Em setembro de 2006, um grupo de empresários e políticos, com a participação dos meios de comunicação em massa, firmou um compromisso denominado de Todos pela Educação. Nessa mobilização ficaram definidas algumas metas a serem alcançadas até 7 de setembro de 2022. São elas:

Todo indivíduo com idade entre 7 e 17anos deverá estar na escola.
- Todo indivíduo com idade de 8 anos deverá dominar a leitura.
- Os alunos deverão ter acesso a todos os conteúdos correspondentes a sua série.


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Saúde no Brasil

Instituições públicas e privadas de saúde devem dispor de, pelo menos, 10% dos funcionários capacitados para o uso e interpretação da Língua Brasileira de Sinais (Libras), para comunicação com pessoas surdas.

Esse é o objetivo do projeto de lei 1.769/15, de autoria do vice-líder do PSD, deputado Rômulo Gouveia, da Paraíba. A medida, se aprovada, vai alterar a Lei 10.436/02, que criou a linguagem específica para os surdos e mudos.


Gouveia explica que “o texto da lei não faz menção alguma aos serviços privados de saúde, o que merece reparos. Por esse motivo, tomamos a iniciativa de inserir a cláusula que estabelece o percentual de funcionários da saúde capazes de se comunicar por meio da Libras, em todas as esferas. Nosso objetivo é assegurar que os serviços de atenção à saúde sejam feitos de forma precisa, sem intermediações indevidas e suposições que possam induzir a erro”.

Ainda segundo o parlamentar, ao ampliar o atendimento aos surdos e mudos, o acesso da população portadora de necessidades especiais ao sistema de saúde vai melhorar. “Serão beneficiados com a medida tanto o paciente, que será acolhido de forma mais adequada, quanto o profissional, que ganhará mais uma competência e um saber”, disse.

O projeto tramita em caráter conclusivo e aguarda parecer da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).

Fonte: PSD


domingo, 23 de setembro de 2018

Guerra do Brasil

RIO - Três pesquisadores em segurança pública escreveram artigos para explicar os motivos e possíveis soluções sobre os altos índices de homicídios no país. Para José Luiz Ratton, Ignacio Cano e César Barreira, o Brasil deve priorizar combate à violência numa agenda de ações efetivas, evitando o populismo e o punitivismo inócuo.

chamada - guerra do brasil

José Luiz Ratton, Coordenador do núcleo sobre Políticas de Segurança da UFPE:

A persistência escandalosa das elevadas taxas de mortalidade por homicídio no Brasil constitui evidente problema público que, a despeito da retórica de todos os governantes brasileiros dos últimos anos, nunca entrou de forma consistente no centro da agenda pública nacional.

No plano das respostas estatais, viceja o pensamento mágico. Em um extremo, os que querem “acabar com o crime” propondo soluções populistas e punitivistas; em outro, os que só concebem a queda da violência quando ocorrerem transformações estruturais da economia e da sociedade brasileira.

É certo que o controle da criminalidade em sociedades historicamente violentas não é problema de fácil solução: a violência é um fenômeno complexo e multidimensional que perpassa as práticas de todas as classes e grupos sociais, assim como as instituições que supostamente deveriam ser responsáveis pelo seu controle, além de atingir preferencialmente aqueles que já são destituídos de quase todos os direitos, os invisíveis de sempre.

Mas o que pode ser feito no curto e no médio prazo, para reduzir a violência que mata mais de 60 mil pessoas por ano no país, sem abrir mão do compromisso com a democracia, o Estado de Direito e a observância dos direitos fundamentais?

Olhar para experiências internacionais exitosas e baseadas em evidências pode ser um bom começo. Aprender com os acertos e erros do passado recente dos poucos estados brasileiros que iniciaram (e interromperam) políticas de redução da criminalidade violenta também pode ser de grande valia.

Mas precisamos de uma agenda mínima, inovadora e factível. Construir mecanismos eficientes de redução da violência policial; implementar, como prioridade das polícias, a prevenção e a investigação dos crimes contra a vida; controlar as armas de fogo de forma duradoura, diminuindo sua disponibilidade; desenvolver amplos programas de prevenção social da violência voltados para os mais vulneráveis à violência (aqueles que já se envolveram com atividade criminosa violenta e/ou já estiveram presos e seus familiares); reduzir drasticamente o encarceramento e humanizar as prisões; adotar políticas de drogas que protejam os que são atingidos pela violência sistêmica de alguns mercados de drogas são estratégias racionais e plausíveis.

A adoção de tais medidas ajudaria a criar um ambiente favorável para um ciclo sustentável de redução da criminalidade violenta no país, a ser garantido com incentivos econômicos em todos os níveis organizacionais comprometidos com tais mudanças.

Algumas medidas adicionais são fundamentais para garantir a realização de tal agenda: a participação da sociedade, a transparência da informação criminal, a avaliação contínua de todas os programas de redução da violência.

Para que isto seja possível, o envolvimento do governo federal na coordenação de uma estratégia nacional de segurança pública e a participação dos outros poderes é crucial, assim como a produção de mecanismos claros de financiamento do setor da segurança pública que definam as responsabilidades de municípios, estados e do governo federal.

Interromper a tragédia dos crimes contra a vida é condição necessária para a construção de uma sociedade menos injusta e menos desigual. Se abrirmos mão desta tarefa, não teremos país nenhum.

Ignacio Cano, Professor; membro do Laboratório de Análise da Violência da Uerj:

Desde os anos 1990, o Brasil convive com níveis dramáticos de homicídios que levaram a que, nos últimos anos, mais de 13% dos homicídios no mundo acontecessem em solo brasileiro. Esta epidemia de homicídios tirou a vida de mais de 61 mil brasileiros em 2015, segundo dados do Ministério da Saúde, e de outros 61 mil em 2016, de acordo com cifras do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Se o Brasil quiser resolver esta tragédia cotidiana, a primeira medida a ser tomada é enfrentá-la com a gravidade que merece, como um autêntico drama nacional, como um desafio cuja solução pode transformar o país como fez o fim da hiperinflação nos anos 1990. O governo Dilma acenou com o lançamento de um Plano Nacional contra os Homicídios, que nunca se concretizou. De fato, precisamos não apenas de um plano nacional, mas de planos estaduais e municipais, todos eles embasados em diagnósticos locais prévios que revelem as dinâmicas que conduzem ao homicídio.

As vítimas preferenciais de homicídio possuem um perfil preciso em termos de idade, gênero, cor, escolaridade e local de residência. São, basicamente, garotos negros de baixa escolaridade e moradores das periferias urbanas. Esse perfil de baixa renda e escassa visibilidade social não tem ajudado, num país tão desigual como o Brasil, a mobilizar a sociedade e o poder público para enfrentar o problema. Se a concentração do perfil das vítimas multiplica a tragédia para alguns grupos sociais, por outro lado oferece uma oportunidade alvissareira às políticas de prevenção, se elas forem bem focalizadas em grupos sociais e áreas de alta incidência.

A despeito da necessidade de diagnósticos locais, há vários elementos comuns que precisam ser abordados para reduzir os homicídios no cenário nacional. O primeiro é a necessidade de programas de prevenção social para estes jovens moradores de periferias, cujo efeito não é imediato, mas cujo sucesso em termos de inserção social é capital para conter a violência. O segundo ponto é a urgência de melhorar as taxas de esclarecimento de homicídios, hoje muito reduzidas na grande maioria dos estados brasileiros. Enquanto a grande maioria dos homicídios não resultar na punição de ninguém, será difícil obter resultados satisfatórios a curto prazo. O terceiro ponto é a importância de restringir a difusão de armas de fogo, responsáveis hoje por mais de 70% dos homicídios no país, na contramão das tentativas no Congresso Nacional para aprovar projetos que facilitem o acesso dos cidadãos às armas. O quarto elemento é a necessidade de repensar o modelo de policiamento ostensivo no país para diminuir os confrontos armados e para reduzir a letalidade policial, elevadíssima em alguns estados, que tornou a polícia brasileira uma das que mais mata e mais morre no mundo. O quinto ponto, talvez o mais desafiador, é como induzir os grupos criminosos para que eles operem com menores níveis de violência, dentro da estratégia que a literatura denomina focused deterrence (dissuasão focada, em tradução livre).

De qualquer forma, as intervenções para reduzir homicídios necessitam contar com metas explícitas e avaliações de impacto que orientem a política pública, ao invés de propor medidas baseadas em impressões pessoais ou em reações emocionais.

O Brasil não precisa continuar sendo o campeão mundial no número de homicídios. Mas, primeiro, precisa tomar vergonha desse lugar.

César Barreira, Coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da UFC:

O século XXI tem apresentado sérios desafios na área da violência, tais como aumento de homicídios e consequente demanda na área de segurança pública. Vivemos também um momento de polarizações: ódio político e intolerância ao diferente. Narciso “acha feio o que não é espelho” e quer excluir o diferente, tanto social como fisicamente.

As intolerâncias se exacerbam no nosso cotidiano. Quando uma cor de pele, uma condição de gênero, uma opção política, uma religião ou forma de amor desencadeiam eliminações físicas, é sinal de que há algo mais do que simples violência.

Acrescenta-se à essa intolerância as resoluções radicais dos conflitos interpessoais, o tráfico de drogas e a circulação de armas de fogo na explicação das altas taxas de homicídio do Brasil. Taxas que alcançaram o patamar do insuportável e do intolerável.

Evidencio, no entanto, o fato de que o aumento da violência e das taxas de homicídio não pode ser explicado apenas pelo tráfico de drogas, como alguns porta-vozes dos órgãos de segurança tentam mostrar, pois o fenômeno se insere em um cenário mais amplo, circunscrito à ausência de uma política de segurança pública nacional, mais eficiente e estratégica.


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

dia nacional de luta da pessoa com deficiência

21 de setembro: Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência19SET

Por Redação do Vida Mais Livre

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Daniel Limas, da Reportagem do Vida Mais Livre

Você sabia que, em 21 de setembro, é comemorado e lembrado em todos os estados brasileiros o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência? Essa data foi instituída em 14 de julho de 2005, pela Lei Nº 11.133. Na verdade, ela começou a ser lembrada em 1982, por iniciativa de movimentos sociais.

Essa data foi escolhida porque é próxima ao início da Primavera (23 de setembro) e coincide com o Dia da Árvore, datas que representam o renascer das plantas, que simbolizam o sentimento de renovação das reinvindicações em prol da cidadania, inclusão e participação plena na sociedade. Foi Cândido Pinto de Melo, um ativista do movimento das pessoas com deficiência, que propôs, no início da década de 80, esta data. Cândido foi um dos fundadores do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes – MDPD, organização de pessoas com deficiência que já se reuniam mensalmente desde 1979, e discutiam propostas de intervenções para a transformação da sociedade paternalista e da ideologia assistencialista.

Acreditamos que divulgar e lutar pelas causas das pessoas com deficiência é um trabalho diário. No entanto, o 21 de setembro é muito importante como um marco, e pede a nossa reflexão e a busca por novas soluções. Este é o dia, também, em que as mais de 45,6 milhões de pessoas com deficiência, apontadas pelo Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), devem colocar suas caras nas ruas ou mesmo nas redes sociais e reivindicar seus direitos.

Afinal, apesar das conquistas recentes, a desigualdade, a exclusão, o preconceito e a falta de acesso a serviços ainda continuam enormes.

Para evitar a exclusão, nada melhor que a informação. Conheça algumas das principais leis brasileiras que tratam sobre os direitos das pessoas com deficiência:

Lei Federal  nº 7.853, de 24/10/1989 – Estatuto da pessoa com deficiência – dispõe sobre a responsabilidades do poder público nas áreas da educação, saúde, formação profissional, trabalho, recursos humanos, acessibilidade aos espaços públicos, criminalização do preconceito.

Lei Federal  nº 8.213, 24/07/1991 – Lei de Cotas – dispõe que as empresas com 100 (cem) ou mais empregados devem empregar de 2% a 5% de pessoas com deficiência.

Lei Federal  nº 10.098, de 20/12/2000 – Direito à Acessibilidade – dispõe sobre acessibilidade nos edifícios públicos ou de uso coletivo, nos edifícios de uso privado, nos veículos de transporte coletivo, nos sistemas de comunicação e sinalização, e ajudas técnicas que contribuam para a autonomia das pessoas com deficiência.

Lei Federal nº 10.436, 24/04/2002, dispõe sobre  o reconhecimento da LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais para os Surdos.

Lei Federal 9.394/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – reconhece que a educação é um instrumento fundamental para a integração e participação de qualquer pessoa com deficiência no contexto em que vive. Está disposto nesta Lei que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial e que o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular”. A legislação brasileira também prevê o acesso a livros em Braille, de uso exclusivo das pessoas com deficiência visual.

Lei Nº 4.169, de 4 de dezembro de 1962 – Oficializa as convenções Braille para uso na escrita e leitura dos cegos e o Código de Contrações e Abreviaturas Braille.

Direito ao passe livre – Os cidadãos com deficiência também possuem benefícios relacionados aos meios de transporte. A Lei 8.899/94, conhecida como Lei do Passe Livre, prevê que toda pessoa com deficiência tem direito ao transporte coletivo interestadual gratuito, e que cabe a cada estado ou município implantar programas similares ao Passe Livre para os transportes municipais e estaduais.

Lei Nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 – Dispõe sobre a Isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, na aquisição de automóveis para utilização no transporte autônomo de passageiros, bem como por pessoas com deficiência física, e dá outras providências. (Redação dada pela Lei Nº 10.754, de 31.10.2003)

Lei Nº 10.754, de 31 de outubro de 2003 – Altera a Lei Nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 que “dispõe sobre a isenção do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI, na aquisição de automóveis para utilização no transporte autônomo de passageiros, bem como por pessoas com deficiência física e aos destinados ao transporte escolar, e dá outras providências”.

Lei Nº 11.126, de 27 de junho de 2005 – Dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-guia.

Lei Nº 12.319, de 1 de Setembro de 2010 – Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Na página http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/legislacao-0 Site externo, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PR, você ainda pode encontrar mais legislação relacionada às pessoas com deficiência.

Fonte: Guia “Pessoas com deficiência – direitos e deveres” Site externo, da Febraban


domingo, 16 de setembro de 2018

Acondrosia

Marco, que em 40 anos, é o primeiro da sua família a ser afectado pela acondroplasia, uma anomalia no crescimento ósseo que afecta 1 em cada 15 000 nascimentos. Apesar de ser uma doença autossómica dominante, 90% dos doentes são filhos de pais que não têm a doença. Marco foi diagnosticado imediatamente após o nascimento, mas não se lembra quando é que os pais lhe disseram que tinha acondroplasia. «Provavelmente descobri por comparação com os meus irmãos», afirma Marco abertamente. Esta doença rara caracteriza-se por um tipo de nanismo identificável através dos braços e pernas desproporcionados e, com frequência, por uma cabeça grande. Ainda que acondroplasia signifique literalmente «sem formação de cartilagem», o problema não reside na formação de cartilagem, mas no facto de esta se converter em osso, particularmente no caso dos ossos longos.

Perseguido, objecto de piadas estúpidas, alcunhado... crescer com acondroplasia pode ser bastante difícil. «Quando se é criança, todos os problemas são ligeiros e de rápida resolução. Os problemas a sério vieram mais tarde, na adolescência. A acondroplasia piora os problemas normais da adolescência. Tive a minha quota-parte de piadas estúpidas mas, felizmente, não foi com demasiada frequência. Acho que era capaz de ter acontecido o mesmo se eu fosse gordo ou algo do género», recorda Marco. E como é que o Marco se refere a si próprio ou a outra pessoa com acondroplasia? «Pessoa com acondroplasia é capaz de ser o termo mais adequado. Sei que, por exemplo, nos EUA a palavra “anão” é comum, mas em Itália é humilhante. Daí que a melhor opção seja “pessoa”. Claro que também sou anão, do sexo masculino, italiano, branco, solteiro...»

Os doentes com acondroplasia têm frequentemente a sensação de viver num mundo de «gigantes». «É um problema para a maioria de nós. Não chegamos às prateleiras nas lojas, não há roupa para o nosso tamanho e por vezes temos de adaptar as nossas casas. Comprar roupa especial ou alterar a casa pode ficar caro... mas o problema não é só financeiro, obviamente. Nalguns países, ir a um café tomar alguma coisa ou apanhar o autocarro também pode ser difícil», afirma Marco.

Felizmente, Marco não tem alguns dos problemas de saúde com que os doentes com acondroplasia normalmente têm de lidar: dificuldades respiratórias (apneia), infecções recorrentes nos ouvidos, dor lombar, falta de equilíbrio e estenose espinal. Por vezes recorre-se à cirurgia para corrigir deformidades ósseas específicas (por exemplo, pernas arqueadas) e para prevenir a compressão da medula espinal. Alguns doentes com acondroplasia submetem-se a operações para aumentar os braços e as pernas, mas isso, segundo Marco, «não é suficiente para uma pessoa se sentir confortável no ambiente que a rodeia».

Marco foi operado quando tinha 14 anos. «Foi em 1982 e tive de ir à Sibéria porque a operação ainda não se fazia na Europa. Foi muito doloroso. Eu e a minha mãe estivemos fora de casa durante 9 meses. O mais importante é pensar que este tipo de operação ajuda a viver melhor, mas não resolve o problema. Actualmente, nalguns países europeus (Itália, Espanha), há hospitais que fazem esta operação», conta ele.

Marco trabalha como Consultor de Empresas numa companhia multinacional. Para além disso, também trabalha como voluntário na Associazione per l'Informazione e Lo Studio sull'Acondroplasia (AISAC - que é membro da Eurordis), uma associação italiana para as pessoas com acondroplasia. «Sempre fui um activista, especialmente na luta contra a minha doença. Lembro-me da primeira vez que fui a uma reunião da Eurordis, há alguns anos, em que realmente percebi o quão importante é a investigação científica, a forma como uma determinada lei pode resolver problemas a inúmeras pessoas com doenças raras e também o quão desigual é a luta para conseguir obter alguma atenção, por pequena que seja, da parte de alguns investigadores e da indústria farmacêutica.»

Quando não está a lutar pelo «valor da diversidade na sociedade», como ele diz, ou a estudar aprofundadamente os diversos estudos médicos e sociais sobre os doentes com acondroplasia, Marco é uma pessoa como outra qualquer. «Desejo ter um trabalho estimulante com um bom salário, dar uma volta ao mundo no meu barco à vela e viver num mundo melhor...»



Este artigo publicou-se previamente no número de Dezembro de 2007 de nosso boletim informativo.



Autor: Nathacha Appanah
Tradutores: Ana Cláudia Jorge e Victor Ferreira
Fotos: Osso © Clara Natoli; Francesca © Moscardo/Eurordis; Marco © Marco

Page created: 19/08/2009
Page last updated: 11/10/2012


sábado, 15 de setembro de 2018

Saúde no Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (29) relatório em que avalia indicadores sociais brasileiros de 2013. No que diz respeito à saúde, afirma que o setor apresentou “relevantes evoluções” nos últimos anos, “com crescente (mesmo se ainda insuficiente) investimento público”.

No entanto, pondera que “esforços adicionais são necessários para melhorar a qualidade dos serviços, tornar a saúde pública mais equânime, homogênea no território e capaz de enfrentar os crescentes desafios ligados à dinâmica demográfica”.

O IBGE faz a análise dos indicadores brasileiros e os compara com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos internacionalmente sob liderança da ONU para serem cumpridos até 2015.

As áreas que obtiveram melhoria, segundo destaque dado pelo IBGE, foram a redução da mortalidade infantil e materna, o tratamento da AIDS e capilaridade da atenção básica.

Mortalidade
Em 1990, a mortalidade infantil era de 53,7 óbitos para cada mil nascidos vivos. Em 2010, o número diminuiu para 18,6 óbitos por mil nascidos vivos. A tendência de redução chega perto do Objetivo do Milênio da ONU de reduzir a mortalidade na infância para 17,9 óbitos por nascidos vivos até 2015. O IBGE coloca como destaque a Região Nordeste, que conseguiu passar de 87,3 óbitos/mil nascidos vivos em 1990 para 22,1 óbitos/mil nascidos vivos em 2010.

Já em relação à mortalidade materna, o objetivo internacional é reduzi-la 75% até 2015, em comparação com 1990. O relatório do IBGE o inclui no contexto “saúde da mulher”.

A mortalidade por câncer de mama entre as mulheres de 30 a 69 anos, no período de 1990 a 2010, subiu 16,7% de 17,4 para 20,3 óbitos por 100 mil habitantes. Segundo o instituto, o aumento estaria relacionado a diversos fatores, como diagnóstico tardio devido à dificuldade de acesso a consulta ou desinformação sobre exames preventivos periódicos; redução da taxa de natalidade, que faz com que o organismo receba estrogênio (hormônio que propicia o desenvolvimento do câncer de mama) por mais tempo; e envelhecimento da população devido ao aumento na expectativa de vida.

A mortalidade por câncer de colo de útero, entre mulheres de mesma faixa etária e para o mesmo período, manteve-se estável, com variação entre 8,7 e 8,5 óbitos por 100 mil habitantes.

Combate a doenças
O combate a doenças como a AIDS e malária também é objetivo internacional. O IBGE aponta que os casos de infecção pelo vírus HIV mantiveram-se estáveis na população geral brasileira. A incidência entre 1997 e 2010 variou apenas de 17,1 para 17,9 casos a cada 100 mil habitantes. No entanto, segundo o IBGE, o patamar “mascara diferenças regionais”, já que a taxa diminuiu apenas na região Sudeste, enquanto cresceu no Norte, Nordeste e Sul. A taxa de mortalidade por AIDS diminuiu de 7,6 óbitos por 100 mil habitantes em 1997 para 6,4 em 2010.

Também caiu a taxa brasileira de mortalidade por malária, doença infecciosa transmitida pelo mosquito Anopheles. A redução foi de 1,1 por 100 mil habitantes em 2000 para 0,2 em 2010, sendo que 99,9% dos casos ocorreram na Região Amazônica.

“Investimentos nas condições sanitárias e ambientais, além da sua inegável função social, têm um papel importante para a prevenção de doenças. Ao mesmo tempo, permanece a necessidade de maiores investimentos em pesquisa para tratar doenças ainda relevantes (como a malária) e busca de novas tecnologias e tratamentos mais eficientes, mas que costumam ter custo elevado”, afirma o IBGE no relatório.

Gastos com saúde
O instituto também considera que o objetivo de chegar a um sistema “de cobertura universal e atendimento integral” é um desafio para o Brasil, já que mais da metade (56,3%) das despesas em saúde vêm das famílias, com o consumo final de bens e serviços, enquanto 43,7% vêm de gastos públicos. Nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a parte de gastos públicos é de 70%. “A ampliação dos gastos públicos em saúde se mostra um elemento chave para o financiamento atual e futuro do sistema de saúde brasileiro”, diz o documento.

O IBGE também divulga que os gastos com saúde representaram 7,2% do total das famílias, segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009. Desta parcela, 48,6% foram destinados a compra de medicamentos, seguido por plano de saúde (29,8%) e consulta e tratamento dentário (4,7%).

As famílias de menor renda gastam mais com exames (5,1%) e consultas médicas (4,4%) do que as de maior renda. Também têm menor acesso a planos de saúde, o que na avaliação do IBGE, "pode refletir em carências de cobertura do SUS nesses serviços".

Cobertura de planos de sáude
O relatório do IBGE também analisa dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar e estima que a cobertura de plano de saúde no Brasil é de 24,7%. Esta cobertura está concentrada regionalmente, com 64% dos planos no Sudeste, em 2012.

Os estados com maior cobertura de plano de saúde são São Paulo, com 43,6%, Rio de Janeiro, com 36,6% e Espírito Santo, com 32,6%. Em contrapartida, apresentam a menor cobertura os estados das regiões Norte e Nordeste, como Piauí (7,4%), Tocantins (7,0%), Maranhão (6,6%), Roraima (6,6%) e Acre (5,6%).