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sábado, 19 de maio de 2018

Providência Social

Quem cuida de parente idoso ou com deficiência pode receber benefício em dinheiro?O Benefício de Prestação Continuada é concedido ao cidadão que recebe os cuidados e não ao cuidador. Ele é possível para famílias com renda menor do que R$ 234,25, ou 25% do salário mínimo, por pessoa na mesma residência, o que pode incluir o beneficiário (titular do BPC), seu cônjuge ou companheiro, seus pais, sua madrasta ou padrasto (se pai ou mãe estiverem mortos), seus irmãos solteiros, seus filhos e enteados solteiros, e também menores sob sua tutela. BPC é a garantia de um salário mínimo mensal a idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência. Imagem: Reprodução

O Benefício da Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS)é a garantia de um salário mínimo mensal concedido ao idosos com mais de 65 anos e também para pessoas com deficiência.

No caso da pessoa com deficiência, não há limite de idade, mas precisa ficar comprovado que o cidadão tem impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial com efeitos há no mínimo dois anos, impossibilitando a participação na sociedade (trabalhar, estudar, etc).

Para ter direito é necessário que a renda por pessoa do grupo familiar seja menor que R$ 234,25, ou 25% do salário mínimo. O valor atual do salário mínimo nacional é R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais).

O conceito de família do BPC envolve o beneficiário (titular do BPC), seu cônjuge ou companheiro, seus pais, sua madrasta ou padrasto (se pai ou mãe estiverem mortos), seus irmãos solteiros, seus filhos e enteados solteiros, e também menores sob sua tutela. Todos morando na mesma residência.

O BPC é assistencial, por isso não é necessário ter contribuído ao INSS para ter direito, mas o ele não paga 13º salário e não deixa pensão por morte, não pode ser acumulado com outro benefício como aposentadorias e pensões, exceto com benefícios da assistência médica, pensões especiais de natureza indenizatória e remuneração de aprendizagem. O beneficiário tem a obrigação de declarar que não recebe outro benefício da Seguridade Social.

Uma boa forma de esclarecer dúvidas sobre o BPC é procurar um Centro de Referência de Assistência Social (clique aqui para saber o endereço do CRAS na sua cidade).

Você também pode agendar uma consulta em um posto do INSS. Clique aqui para fazer o agendamento. Ou ligue para o telefone 135, que atende de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h.

Documentos – Para receber o BPC é necessário estar no CadÚnico – Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda.

Além disso, o cidadão precisa apresentar documento de identificação e CPF do titular. Para quem tem mais de 16 anos, poderá ser solicitado documento de identificação oficial com fotografia. É preciso levar ainda um documento de identificação e procuração se a pessoa que comparecer ao INSS for representante legal do requerente.

O requerente deve imprimir, preencher e assinar o Requerimento do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) e Composição do Grupo Familiar. E também o Formulário Único de Alteração da Situação do Benefício, quando o requerente já recebe algum benefício, mas quer renunciar para ter direito a outro.

DocumentoCLIQUE AQUI PARA BAIXAR O REQUERIMENTO DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (BPC) E COMPOSIÇÃO DO GRUPO FAMILIAR   PDF



DocumentoCLIQUE AQUI PARA BAIXAR O FORMULÁRIO ÚNICO DE ALTERAÇÃO DA SITUAÇÃO DO BENEFÍCIO   PDF

ATENÇÃO: não é possível renunciar a aposentadoria por tempo de contribuição, idade e especial.

É necessário apresentar também um Termo de Tutela se houver de menores de 18 anos.

Se houver adolescentes com deficiência em cumprimento de medida socioeducativa, é fundamental apresentar documento que comprove regime de semiliberdade, liberdade assistida ou outra medida em meio aberto, emitido pelo órgão competente de Segurança Pública estadual ou federal.


segunda-feira, 14 de maio de 2018

PESQUISA SOBRE PARALISIA CEREBRAL

Perspectivas e possibilidades das Biociências e da Inteligência Artificial no prognóstico e Tratamento da Paralisia Cerebral Diego N.Vilela1, Paula von Randow Cardoso2 , Hélio Ribeiro3 * 1 Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, Brazil 2Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, Brazil. 3 Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil Palavras chaves: Biotecnologia, nanomedicina, inteligência artificial, nanomateriais de carbono, paralisia cerebral. Abstract Diante da complexidade socioeconômica desencadeada pela paralisia cerebral (CP) infantil, esse problema, assim como de outras enfermidades precisam ser melhor discutidos e entendidos concomitantemente aos avanços científicos e tecnológicos. Neste contexto, este trabalho propõe-se a mostrar algumas novas linhas de pesquisas aplicadas a CP sob a ótica de diferentes áreas do conhecimento. A bionanotecnologia, bioinformática e a inteligência artificial podem indubitavelmente contribuir de maneira precisa na elucidação de problemas e questões ainda não bem entendidas em medicina. Assim, um estudo sobre as possíveis contribuições dessas áreas pode gerar novos conhecimentos e tecnologias que irão revolucionar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de inúmeras enfermidades. A elucidação dos problemas como os observados pela CP correlacionados a essas novas áreas pode gerar diferentes tomadas de decisões, por parte de especialistas da saúde com vista na prevenção, recuperação e da melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Review A paralisia cerebral (CP) pode ser definida como um grupo de desordens heterogêneas permanentes e não progressivas no desenvolvimento do movimento e postura corporal, que podem ser acompanhadas ou não de distúrbios sensoriais, musculares, cognitivos, comportamentais, falhas na comunicação e problemas epiléticos [1,2]. Além de ser a causa mais comum das deficiências infantis, apresenta uma prevalência estimada em média em 2 a 2,5 casos a cada 1000 nascimentos [2,3], e tal proporção tem se mantido estável por mais de 50 anos [4]. Dentre suas possíveis causas, algumas são comumente associadas: asfixia no nascimento, hemorragias intraventriculares, encefalopatia hipóxico-isquêmica, leucomalácia periventricular, infecções intrauterinas, restrições ao crescimento do feto e prematuridade [4,5]. Devido sua etiologia, o uso do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) e também do Sistema de Classificação de Função da Comunicação (CFCS), são utilizados para categorizar, através de níveis, as habilidades casuais autônomas como andar e sentar, assim como a capacidade de transmitir informações com familiares e terceiros consecutivamente, ambos variando do primeiro ao quinto nível em função do grau de dependência e comunicação, sendo o primeiro mais brando e o quinto mais severo [6,7]. Outras formas de classificação incluem, a clínica (espástica, discinética, atáxica), pelos membros afetados (hemiparesia, diplegia, quadriplegia) e pela distribuição anatômica, sendo unilateral (monoparético, hemiparético) e bilateral (disparética, triparética, quadriparética) [7]. Independente do diagnóstico e pelo fato de ser permanente, o impacto na vida da criança e das pessoas que a cercam é crítico, principalmente o da mãe, pois normalmente passa a dedicar sua vida aos cuidados do filho, implicando em problemas socioeconômicos, comprometimento da saúde física e mental da criança, e não obstante, o isolamento social devido o preconceito, com tendência a piora com o passar do tempo devido seu crescimento e ganho de consciência. [2,3,8,9].Em adição aos cuidados permanentes, tratamentos e assistências especiais são necessárias para que haja manutenção na qualidade de vida da criança e de seu cuidador, que por muitas vezes são as únicas fontes de otimismo e esperança [2], porém, normalmente são atrelados a um alto custo econômico [7, 9]. A tecnologia e a informação caminham rumo a exponencialidade, em termos de aquisição, armazenamento e processamento, com crescente aumento de velocidade, variedade e disponibilidade, definindo como Big Data [10]. Entretanto, toda massa bruta de informações necessita ser lapidada. A inteligência artificial (AI) tem sido considerada uma excelente ferramenta aliada a medicina, processando dados interligados em diversas fontes através de complexos algoritmos com grande precisão e técnicas estatísticas avançadas, extraindo desta maneira o que há de mais relevante em termos de informação e conhecimento, com a capacidade de se adequar ao problema de forma supervisionada ou não e evoluir, gerando assim, modelos preditivos e padrões de classificação para reconhecimento de fala, objetos, movimentos, o que hoje já não causam mais espanto ao se dizer que máquinas são capazes de realizar tarefas pseudo-autônomas, com precisão e sensibilidade elevada na obtenção de resultados [11]. Dentro desse contexto, a AI alcança uma nova perspectiva sobre a CP, na prevenção dos fatores de risco, mapeamento de movimentos, resolução de dados empíricos ou teóricos, trazendo novas perspectivas do ponto de vista de enfermidades ainda consideradas intratáveis [12]. No que diz respeito ao movimento corporal, suas recentes aplicações na coleta de dados gerados por sensores adaptados em crianças que apresentam o movimento clássico da CP “andar agachado”, em que modelos biomecânicos gerados por algoritmos de aprendizado de máquina, prometem melhores e mais precisos resultados em cirurgias de correção [13]. Também provam ser eficientes na classificação de movimentos através de uma abordagem probabilística com alto grau de precisão, criando vantagem nas decisões médicas [14]. Com técnica semelhante, outra aplicação demonstra ser útil no monitoramento e prevenção no risco de hemorragia intraventricular por meio da análise de batimentos e pressão cardíaca em bebês [15], assim como o apoio a decisão na escolha de cesariana, caso exista risco no parto normal [16]. Modelos preditivos, além de dar certo poder sobre o desconhecido, geram informações relevantes quanto aos principais fatores associados a certos eventos, como no caso da escoliose severa, apontando variáveis importantes que contribuem num alto ganho de informação, assim como a diminuição da incerteza associada as inferências de interesse [17]. Através de recursos providos pela bioinformática, o processamento e compreensão do DNA possibilitam a comparação ou busca de padrões genéticos ou epigenéticos para determinadas anomalias, associando algumas mutações que podem causar CP, mais especificamente no gene ZC4H2 [4], assim como mutações pontuais não herdadas (de novo) nos genes KCNC3, ITPR1 e SPTBN2, que correlacionam-se com o avanço da idade dos pais, a forma atáxica da CP [18], dentre outras enfermidades. Uma outra possibilidade que pode nos fornecer argumentos hereditários é a mutação no gene AP4M1, descrita como paralisia cerebral congênita, em que mimetiza as lesões na substância branca, normalmente adquiridas perinatalmente [19]. O uso de biomarcadores chaves sob a ótica da biotecnologia indica situações onde a sepse neonatal possa ocorrer [20] e também na disfunção dos transportadores de aminoácidos excitatórios 2 (EAAT2) como consequência da utilização ineficiente do glutamato, implicando em problemas no desenvolvimento neuronal [21]. Além disso, as aplicações, como a da toxina botulínica tipo A, que em conjunto ao método convencional da terapia ocupacional, reduz de forma relevante o tônus muscular e a melhora na funcionalidade dos membros afetados [22].A nanotecnologia tem criado de forma surpreendente e inesperada diversas formas de ultrapassar as barreiras dos desafios impostos pela biologia com sua aplicação no campo da medicina, como biosensores, biomarcadores, transporte de fármacos, entre outros [23]. Nanopartículas, de diversas naturezas, tais como os dendrímeros, tem sido utilizadas para entrega sistêmica e terapêutica, como no caso da N-actil-L-cisteina, antes utilizada em grande quantidade e com efeitos colaterais em casos de inflamações intrauterinas, reduzindo significantemente a taxa de nascimento prematuro [24]. Estudos recentes sugerem que a terapia aplicada a todo o processo de gestação pode, além de prevenir a resposta inflamatória ao feto, também possibilitar a regeneração e reparo das áreas danificadas, diminuindo o impacto no evento patológico [25]. Em termos de nanomateriais, pode-se citar os nanotubos de grafeno e seus derivados devido suas propriedades físico-químicas excepcionais, como, por exemplo, óxido de grafeno reduzido (rGO), que possui a capacidade de momentaneamente causar a permeabilidade da barreira hemato-encefálica (BHE), viabilizando o transporte de substâncias ao sistema nervoso central (CNS) diretamente, procedimento até então incapaz de ser realizado pelos métodos convencionais [26], e, a partir deste ponto, inferir o grau de evolução no tratamento não só da CP, mas de todas as outras patologias que afetam o CNS de alguma maneira. Paralelamente, o óxido de grafeno (GO) oferece, além da baixa toxicidade, ótima compatibilidade biológica e fisiológica, eficiência como nano carreador de fármacos e genes em tratamento de câncer e terapia gênica [27]. Outras enfermidades que afetam o CNS, como Doença de Parkinson, esclerose múltipla, epilepsias e derrames, mostram bons resultados quanto a proteção e diminuição dos impactos em suas áreas afetadas [28]. Conclusão O salto dado pela ciência nos últimos anos devido avanços tecnológicos colaboram de maneira sinérgica à busca de soluções desafiadoras das enfermidades que acometem o sistema nervoso central, criando novos caminhos e perspectivas sobre a qualidade de vida e dignidade de pessoas que sofrem de tal condição e aos que estão ao seu redor. Claramente, a prevenção deve ser abordada de maneira incisiva, já que a hipótese de cura ainda é inexistente. Referências 1. Parisi L, Ruberto M, Precenzano F, Di Filippo T, Russotto C, et al. (2016) The quality of life in child with cerebral palsy. Acta Med Mediterr 32: 1665-1670. 2. Ribeiro M, Vandenberghe L, Prudente C, Vila V, Porto C (2016) Cerebral Palsy: how the child’s age and severity of impairment affect the mother’s stress and coping strategies. Ciênc Saúde Colet 21 (10): 3203-3212. 3. Pousada M, Guillamón N, Hérnandez-Encuentra E, Muñoz E, Redolar D, et al. (2013) Impact of Caring for a Child with Cerebral Palsy on the Quality of Life of Parents:A Systematic Review of the Literature. J Dev Phys Disabil 25: 545-577. 4. MacLennan A, Thompson S, Gecz J (2015) Cerebral palsy: causes, pathways, and the role of genetic variants. Am J Obstet Gynecol 213 (6): 779-788. 5. Lee R, Poretti A, Cohen J, Levey E, Gwynn H, et al. (2014) A Diagnostic Approach for Cerebral Palsy in the Genomic Era. Neuromolecular Med 16 (4): 821-844. 6. Bertule D, Vetra A (2014) The family needs of parents of preschool children with cerebral palsy: The impact of child's gross motor and communications functions. Medicina 50 (6): 323-328.7. Morilla C, Caldas C, Scarpellini A, Santos P (2017) Family resources and promotion of development of children with cerebral palsy. J Hum Growth Dev 27 (2): 166-174 8. Reichman N, Corman H, Noonan K (2008) The impact of child disability type on the family. Matern Child Health J 12 (6): 679-683. 9. Chiluba B, Moyo G (2017) Caring for a cerebral palsy child: a caregivers perspective at the University Teaching Hospital, Zambia. BMC Res Notes 10: 724. 10. Dolley S (2018) Big Data’s role in precision public health. Front Public Health 6: 68. 11. Lerner I, Veil R, Nguyen D, Luu V, Jantzen R (2018) Revolution in Health Care: How Will Data Science Impact Doctor–Patient Relationships? Front Public Health 6: 99. 12. Zhang J (2017) Multivariate Analysis and Machine Learning in Cerebral Palsy Research. Front Neurol 8: 715. 13. Ku J, Hicks J, Hastie T, Leskovec J, Ré C, et al. (2015) The mobilize center: an NIH big data to knowledge center to advance human movement research and improve mobility. J Am Med Inform Assoc 22: 1120-1125. 14. Laet T, Papageorgiou E, Nieuwenhuys A, Desloovere K (2017) Does expert knowledge improve automatic probabilistic classification of gait joint motion patterns in children with cerebral palsy? PloS One 12: 1-18. 15. Huvanandana J, Nguyen C, Thamrin C, Tracy M, Hinder M, et al. (2017) Prediction of intraventricular haemorrhage in preterm infants using time series analysis of blood pressure and respiratory signals. Sci Rep 7 (46538). 16. Fergus P, Hussain A, Al‐Jumeily D, Huang D, Bouguila N (2017) Classification of caesarean section and normal vaginal deliveries using foetal heart rate signals and advanced machine learning algorithms. BioMed Eng OnLine 16: 89. 17. Bertoncelli C, Bertoncelli D, Altamura P, Solla F (2017) PredictMed: Application of Big Data analysis in medical research. Orthop Spine Sports Med 1 (2): 8. 18. Schnekenberg R, Perkins E, Miller J, Davies W, D’Adamo M, et al. (2015) De novo point mutations in patients diagnosed with ataxic cerebral palsy. Brain 138: 1817-1832. 19. Verkerk A, Schot R, Dumee B, Schellekens K, Swagemakers S, et al. (2009) Mutation in the AP4M1 Gene Provides a Model for Neuroaxonal Injury in Cerebral Palsy. Am J Hum Genet 85: 4052. 20. Buhimschi I, Buhimschi C (2010) The role of proteomics in the diagnosis of chorioamnionitis and early-onset neonatal sepsis. Clin Perinatol 37 (2): 355-374. 21. Rajatileka S, Odd D, Robinson M, Spittle A, Dwomoh L, et al. (2018) Variants of the EAAT2 glutamate transporter gene promoter are associated with cerebral palsy in preterm infants. Mol Neurobiol 55: 2013-2024. 22. Lin Y, Huang C, Lin I, Shieh J, Chung Y, et al. (2015) Evaluating functional outcomes ofBotulinum toxin type A injection combined with occupational therapy in the upper limbs of children with cerebral palsy: A 9-month follow-up from the perspectives of both child and caregiver. PLoS One 10 (11). 23. Bhattacharya S (2018) Future of graphene in bio-medical application. J Nanomed Res 7 (2): 186-187. 24. Lei J, Rosenzweig J, Mishra M, Alshehri W, Brancusi F, et al. (2017) Maternal dendrimer-based therapy for inflammation-induced preterm birth and perinatal brain injury. Sci Rep 7 (6106). 25. Balakrishnan B, Nance E, Johnston M, Kannan R, Kannan S (2013) Nanomedicine in cerebral palsy. Int J Nanomedicine 8: 4183-4195. 26. Ribeiro H, Vilela D, Almeida A, Pinto M (2018) Functionalized Graphene Process in Biotechnology: A Brief Landscape. J Nanomed Res 7 (1): 00171. 27. Shen H, Zhang L, Liu M, Zhang Z (2012) Biomedical Applications of Graphene. Theranostics 2 (3): 283-294 28. Soni S, Ruhela R, Medhi B (2016) Nanomedicine in Central Nervous System (CNS) Disorders: A Present and Future Prospective. Adv Pharm Bull 6(3): 319-335.

sábado, 12 de maio de 2018

Mãe Cadeirante

Suellen e William formam um casal encantador. Juntos, eles protagonizam um canal no Youtube: “O Nerd e a Cadeirante”, onde contam como é o dia a dia de uma pessoa com deficiência, alegrias e desafios da vida conjugal. Recentemente, a pauta dos vídeos passou a abordar um tema muito especial: Suellen está grávida, realizando o sonho de ser mãe, e William não se contém de tanta alegria por finalmente poder ser pai.

Aos 3 anos, Suellen foi diagnosticada com neuropatia periférica de Charcot Marie Tooth, doença genética que provoca uma degeneração lenta e progressiva dos nervos periféricos, levando à fraqueza e atrofia dos músculos. Um de seus irmãos e outros 4 tios têm o mesmo diagnóstico.

Por conta do enfraquecimento, Suellen sofria muitas quedas e aos 16 anos não conseguia mais andar, adotando uma cadeira de rodas para se locomover. Dois anos depois, aos 18, conheceu William em um sala de bate-papo do UOL.

Logo no início eu disse que era cadeirante, mas mesmo assim ele quis me conhecer. Então, marcamos um encontro e começamos a namorar. Após 3 anos nos casamos e hoje temos um bebê a caminho!”, comemora a nova mamãe, hoje com 27 anos.

“Não serei hipócrita: primeiro foi a aparência bela dela me chamou a atenção”, brinca William. Ele lembra que, depois de muita conversa, outros sentimentos foram aflorando e se consolidaram no primeiro encontro. “A prova definitiva de que era a mulher da minha vida foi quando virei a esquina e a vi em frente à casa dela. Me apaixonei”, lembra William, mas destaca que ainda não foi exatamente um “amor à primeira vista”.

“Só entendi que a amava quando minhas atitudes fizeram ela perceber isso, e por consequência, as atitudes dela retribuíram o sentimento. Através de Cristo, entendemos que amor não é sentimento: é atitude e ação”, filosofa o marido. Muito fervorosos, eles afirmam terem sido guiados por sinais divinos que mostraram ser a hora certa para trazer um filho ao mundo.

A decisão da gravidez e sonho de ser mãe

Suellen queria ser mãe, mas tinha muito medo de não conseguir cuidar de uma criança. Aos poucos, Willian foi fomentando a ideia.

“Eu sempre tive vontade de ter esposa e filhos, construir minha família, cuidar e ser cuidado por ela. Mas só queria que acontecesse se fosse algo natural para ambos. Quando ela teve a iniciativa de tentar, só concordei e deixamos rolar”, recorda William.

“Em certo momento, senti paz em relação a esse assunto. Em fevereiro, decidimos parar o anticoncepcional”, conta Suellen. Então, o casal procurou um obstetra para tirar dúvidas; uma delas, era sobre a possibilidade de a criança nascer com a mesma deficiência. “Concluímos que o risco seria de 50% e resolvemos deixar tudo nas mãos de Deus. Em julho, descobrimos a gravidez”, comemora.

As dificuldades de uma cadeirante grávida

Mesmo com tudo planejado, Suellen conta que a notícia não deixou de ser um baque. “Eu estava focada no esporte, fazia natação e estava iniciando na modalidade de arremesso. Foi uma mistura de sentimentos, mas logo começamos a curtir cada momento”. Ela participava do programa Esporte para Todos, da Prefeitura Municipal de Taubaté (SP), que incentiva o ingresso de pessoas com deficiência no esporte paralímpico.

Suellen se afastou temporariamente da atividade física por precaução. Ela afirma que as dificuldades que ela tem são naturais para qualquer grávida, mas o esforço acaba sendo um pouco mais intenso no seu caso. “O obstetra avisou que minha deficiência não influenciaria o desenvolvimento do bebê. Estou com29 semanas e o desconforto começou a surgir mesmo por volta da vigésima semana, em função do peso e do tamanho da barriga”, afirma.

Um dos desafios é se locomover no banheiro, já que o cômodo não é totalmente adaptado. Antes, ela passava da cadeira de rodas para o vaso sanitário, e dele para a cadeira de banho, por exemplo. Com o peso, ela precisou usar uma tampa mais alta no vaso, mas isso aumentou a dificuldade de passar sozinha para a cadeira de banho. Então, espera o marido chegar do trabalho para ajudá-la.

Ela também está com dificuldades para se vestir, e, por ficar muito tempo sentada na cadeira, tem sentido algumas dores diferentes e já ganhou 10 kg – mas, para ela não é problema. “Minha mãe me ajuda muito, mas consegui me organizar de um jeito mais prático para não precisar de alguém o tempo todo. Não tem sido muito fácil, mas tem valido a pena cada dificuldade”, orgulha-se Suellen.

A ideia do canal no Youtube

Suellen conta que as pessoas perguntavam muito sobre a vida do casal, com olhares curiosos e interpretações muito equivocadas sobre como viviam. “Eu sempre quis passar um pouco do meu dia a dia porque muita gente acredita que cadeirantes não vivem e dependem dos outros para tudo. Então decidimos criar o canal para mostrar que nem tudo é complicado e deprimente: independentemente das nossas dificuldades e limitações, sempre precisa haver esperança”, aconselha a jovem.

Em um dos vídeos, inclusive, eles divulgaram o Théo “fazendo bagunça” durante o ultrassom. “Os exames estão todos ok, mas o Théo é muito sapeca, sempre aparece se mexendo muito e aprontando”, brinca a mamãe coruja.


Com tantas boas notícias, o medo deu lugar à confiança na providência divina e em uma postura pra lá de positiva diante da vida. “Não há nada que eu não possa ir tentando, até acertar e me adaptar. Quero cuidar dele, trocá-lo nem que seja para sujar as mãos todas as vezes”, afirma. William finaliza: “Problemas todos nós teremos, com diferentes graus de dificuldade. O que muda é como decidimos passar por isso, com fé em Deus para viver tudo com mais paz e leveza”.

Também tem o sonho de ser mãe e gostou dessa história? Deixe um comentário e compartilhe suas conquistas com a gente!


sexta-feira, 4 de maio de 2018

Esportes Adaptadas

Quando falamos de esportes adaptados para deficientes devemos lembrar da importância do esporte como ferramenta de inclusão social na vida dessas pessoas.

As atividades são capazes de garantir uma série de vantagens tanto físicas como também mentais para os portadoras de necessidades especiais.

Na verdade muitas dessas pessoas se sentem excluídas da sociedade por não conseguirem realizar uma série de atividades que uma pessoa sem deficiência pode fazer.

E as atividades físicas e esportivas representam uma maneira de fazer com que todos possam se exercitar e ter uma vida normal sem barreiras.

E dessa forma abre-se uma leque de oportunidades incríveis em termos de saúde, bem-estar e qualidade de vida.
As atividades físicas praticadas com o objetivo de lazer ou modalidade esportiva têm evidenciado uma verdadeira terapia promovendo vantagens que vão desde de os benefícios físicos e mentais, inclusão social, prevenção de doenças até mesmo o teste dos seus limites e potencialidades.

O presente artigo teve como objetivo realizar um estudo, através de uma revisão de literatura, do esporte adaptadocomo um fator de inclusão e qualidade de vida para o deficiente físico. Mais especificamente objetivou-se analisar a literatura a respeito do tema; realizar uma análise sobre os benefícios que o esporte traz ao deficiente físico e conhecer as políticas governamentais sobre o assunto. A metodologia utilizada foi do tipo exploratória, utilizando-se como instrumento de coleta de dados a pesquisa bibliográfica. Conclui-se o presente artigo enfatizando-se que o esporte adaptado só traz benefícios aos portadores de deficiência, sendo que se podem destacar os aspectos da inclusão social e da melhoria da qualidade de vida, como os principais.
Muito ainda deve ser feito no Brasil, para que haja mais oportunidade de inclusão do deficiente no universo esportivo. O projeto “Paraolímpicos do Futuro” pode ser considerado um divisor de águas, o início de uma nova era para o esporte adaptado no Brasil.

Autores: André Luiz Ianoski; Gustavo Levandoski.

Artigo de revisão da Unicamp

O portal esporte têm um curso voltado a educação física adaptada. veja mais em nossa grade de cursos.

http://www.portalesporte.com.br/esporte/cursos/cursos_detalhes.asp?id=286

O esporte adaptado caracteriza-se como uma grande oportunidade para que o indivíduo com necessidades especiais possa desenvolver uma atividade física, deixando de lado o sedentarismo e o isolamento social.

Um aspecto importante a ser abordado, é que além das limitações impostas pela deficiência, o indivíduo com necessidades especiais pode sofrer ainda, com outros problemas decorrentes da falta de estruturas físicas dos centros urbanos não adaptados para as condições individuais básicas de mobilidade necessárias para vida cotidiana, onde muitas vezes dificultam ou impedem a realização da prática de exercícios físicos. Em conseqüência disto o sedentarismo, por exemplo, pode ser o causador de uma grande quantidade de complicações e problemas de saúde como obesidade, diabetes e hipertensão arterial.

Conforme Severino Neto (2006), Sérgio Seraphim Del Grande pode ser considerado, como um dos maiores nomes do esporte paraolímpico brasileiro. Outro exemplo a ser citado é o do atleta Robson Sampaio de Almeida, que no mesmo ano de 1958, fundou o “Clube do Otimismo” também voltado para a prática do basquetebol sobre rodas. Em 1959, o CPSP e o Clube do Otimismo realizaram o rimeiro jogo de basquetebol em cadeira de rodas entre equipes brasileiras. A partir de então, o foi crescendo no país, porém lentamente e em locais isolados, direcionado aos grandes centros, fato que se observa até hoje em dia. Segundo Brazuna e Castro (2002), a primeira participação brasileira em paraolimpíadas se deu no ano de 1972, na 4ª edição da competição, na Alemanha. Participando de apenas uma modalidade, a bocha. Somente em 1976, no Canadá foram conquistadas as primeiras medalhas brasileiras em paraolimpíadas, também na modalidade de bocha. Já no ano 2000, nos jogos paraolímpicos de Sidney foram conquistadas 22 medalhas, sendo 6 de ouro, 10 de prata e 13 de bronze, colocando o Brasil na 24ª posição geral dos jogos. A participação do Brasil nas paraolimpíadas de Atenas em 2004 caracterizou-se como a maior  delegação brasileira em Jogos Paraolímpicos, sendo 98 atletas de 13 modalidades que conquistaram 33 medalhas: 14 de ouro, 12 de prata e 7 de bronze. Essa foi a maior campanha do Brasil no evento, pois a melhor marca anterior tinha sido feita em 1984, quando os brasileiros conquistaram 28 medalhas. Segundo Severino Neto (2006), a Lei AGNELO/PIVA, como é conhecida a lei n.º 10.264/01, representa o grande diferencial da história paraolímpica brasileira. Ela tem assegurado a condição fundamental de trabalho, permitindo a formulação e o  desenvolvimento de um planejamento estratégico que está contribuindo, de forma incontestável, para sua consolidação e expansão em todo o país. Ainda assim, observando-se a evolução do desporto adaptado no Brasil podese inferir que o crescimento quantitativo é limitado. Poucos são os investimentos realizados no intuito de incentivar o esporte adaptado, podendo-se perceber poucas iniciativas, principalmente do setor privado para a atividade.



O Esporte Adaptado como fator de Inclusão e Qualidade de Vida

Em estudos realizados por Wheeler, Steadward, Legg, Hutzler, Campbell e Johnson em 1999, em relação à iniciação ao esporte adaptado, buscaram descobrir quais os aspectos de incentivo eram mais importantes para o ingresso nos esportes para portadores de deficiências, utilizando-se de quatro categorias, sendo: reabilitação, oportunidade social, recrutamento e continuidade no esporte(BRAZUNA & CASTRO, 2006). Segundo Levandoski & Cardoso (2007), praticar uma atividade física com o objetivo inclusão social, além de amenizar alguns dos problemas de saúde, são estratégias que proporcionam ao indivíduo, uma tentativa de superação das barreiras ocorridas pelos acidentes físicos.

De acordo com a literatura, os estudos apontam dados relatando os aspectos da reabilitação e a oportunidade de inclusão social, ilustrando vários exemplos de pessoas que, através de grandes esforços, através do esporte, conseguem superar a deficiência e o preconceito. Entretanto, são necessários incentivos para que esses indivíduos iniciem alguma atividade esportiva, como meio de inclusão e qualidade de vida, nesse caso, o esporte, sem dúvida, é uma grande saída (SENATORE, 2007).

Em estudo de Levandoski & Cardoso (2007) com atletas de basquetebol em cadeira de rodas da cidade de Florianópolis, os autores relatam de que neste grupo os atletas em sua maioria são portadores de poliomielite, e que estes atletas, quando comparados aos lesionados medulares e amputados, apresentam mais dificuldade na busca de atividades esportivas, para inclusão social, amenização de problemas de saúde ou manutenção física. Ainda, consideraram que esta resposta pode ser explicada, pelo fato de que os lesionados medulares e amputados já praticavam atividades física antes do acometimento do trauma, e ainda teriam maior facilidade no acesso de informação e ao retorno de prática dos exercícios físicos devido ao maior nível escolar. Segundo Ravache (2006, p. 59): “a escolha de uma modalidade esportiva pode depender em grande parte das oportunidades que são oferecidas aos portadores de deficiência física, da sua condição sócioeconômica, das suas limitações e potencialidades, da suas preferências esportivas, facilidade nos meios de locomoção etransporte, de materiais e locais adequados, do estímulo  e respaldo familiar, de profissionais preparados para atendê-los, dentre outros fatores.” Assim, nota-se um conjunto de fatores dos quais depende a inclusão do deficiente no universo esportivo. São necessários então, diversos esforços do poder público e da iniciativa privada para que haja a possibilidade de inclusão e desenvolvimento do deficiente físico no universo esportivo. De acordo com Araújo (1998), em países de primeiro mundo, os atletas deficientes conseguem reconhecimento internacional no esporte adaptado em um curto espaço de tempo. Percebemos que as técnicas utilizadas, as rotinas de treinamento e a infra-estrutura, fazem com que os atletas consigam atingir altos níveis de rendimento. No Brasil a história é um pouco diferente. Atualmente, vemos iniciar um trabalho com apoio do governo federal através de suas políticas públicas, como o projeto “Paraolímpicos do Futuro”. Na última edição dos jogos Para- Panamericanos no Rio de Janeiro no ano de 2007, pôde-se observar que através dos resultados obtidos pelos atletas brasileiros, fortalecendo e apoiando na divulgação de mais oportunidades para incentivar o esporte para pessoas portadoras de necessidades especiais, desde os primeiros anos escolares. Segundo Severino Neto (2006), presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro: “no contexto atual de escola inclusiva, na qual alunos com e sem deficiência estudam juntos, o Paraolímpicos do Futuro vem preencher importante lacuna: apresentar à comunidade acadêmica o esporte adaptado, torná-lo ferramenta de integração e, ainda, garimpar futuros talentos”. Com este projeto do governo federal, pretende-se que a comunidade acadêmica passe a olhar com outros olhos a realidade do esporte para deficientes físicos no Brasil, como fator de inclusão e melhoria na qualidade de vida desses indivíduos como pessoas normais apesar de sua deficiência.

Conclusão

De acordo com o que foi abordado neste estudo, podemos considerar que o esporte adaptado vem sendo bem direcionado e comandado por suas lideranças políticas, que priorizam a realização da atividade física primeiramente como meio beneficiador para a saúde física, psicológica e afetivas além de destacar o fator da inclusão social e da qualidade de vida destas pessoas.Observando a rotina dos atletas do esporte adaptado, pode-se inferir que um dos resultados mais positivos do esporte para o portador de deficiência seja a construção de uma identidade de atleta, ao invés da identidade de pessoa deficiente. Para o portador de deficiência, é muito gratificante ser reconhecido primeiramente como um atleta, do que como uma pessoa que está sempre necessitando de cuidados especiais.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao revisor anônimo os comentários que permitiram clarear os diferentes aspectos deste trabalho que foram despercebidos durante sua elaboração.

REFERÊNCIAS

ABRADECAR (2002) Organização do desporto. Disponível em: <http://www.abradecar.gov.br> Acesso em 21 jun. 2007.

ARAÚJO, P. F.

BRAZUNA, M. R.; CASTRO, E. M.

GUTTMANN, L.

LEVANDOSKI, G; CARDOSO, A. S.

LIANZA, S.

RAVACHE, R. Atletismo para deficiente físico. In: VERÍSSIMO, A. W.

ROSADAS, S. C.

ROSADAS, Sidney Carvalho.

SENATORE, Vaniton. Palestra sobre “

SEVERINO NETO, V. O futuro mais que presente. In: VERÍSSIMO, A. W.

SOUZA, P. A.

Desporto adaptado no Brasil: origem, institucionalização e atualidade. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto/INDESP, 1998.A trajetória do atleta portador de deficiência física no esporte adaptado de rendimento: uma revisão da literatura. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br>. Acesso em 28 ago. 2007.Lesionados medulares: tratamento global e investigação. Barcelona: Editorial JIMS, 1981.Atletas de basquetebol em cadeiras de rodas da cidade de Florianópolis: uma análise descritiva das lesões dos praticantes. In: 6° Fórum Internacional de Esportes. Anais em CD, Florianópolis,jun. de 2007.Medicina de reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1985.Atletismo paraolímpico: manual de orientação para professores de educação física. Brasília: Comitê Paraolímpico Brasileiro, 2006.Educação Física para deficientes. Rio de Janeiro: Ateneu, 1986.Atividade Física Adaptada e Jogos esportivos para deficientes: Eu posso. Você duvida? Atheneu. Rio de Janeiro – São Paulo, 1989.O Esporte Adaptado”. In: 6° Fórum Internacional de Esportes. Florianópolis, jun. de 2007.Atletismo paraolímpico: manual de orientação para professores de educação física. Brasília: Comitê Paraolímpico Brasileiro, 2006.O esporte na paraplegia e tetraplegia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.

Graduado em Educação Física UEPG

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Especialista em Atividade Física e Saúde UFPR.

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Autores Correspondência

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terça-feira, 1 de maio de 2018

O que é a Demência?

Demência as pessoas "normais". O que é a Demência?
Demência é o termo utilizado para descrever os sintomas de um grupo alargado de doenças que causam um declínio progressivo no funcionamento da pessoa. É um termo abrangente que descreve a perda de memória, capacidade intelectual, raciocínio, competências sociais e alterações das reações emocionais normais.

Quem desenvolve Demência?Apesar da maioria das pessoas com Demência ser idosa, é importante salientar que nem todas as pessoas idosas desenvolvem Demência e que esta não faz parte do processo de envelhecimento natural. A demência pode surgir em qualquer pessoa, mas é mais frequente a partir dos 65 anos. Em algumas situações pode ocorrer em pessoas com idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos.

Prevalência da DemênciaA Organização Mundial de Saúde estima que em todo o mundo existam 47.5 milhões de pessoas com demência, número que pode atingir os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050 para os 135.5 milhões.

A doença de Alzheimer assume, neste âmbito, um lugar de destaque, representando cerca de 60 a 70% de todos os casos de demência (World Health Organization [WHO], 2015).

Em Portugal, não existindo até à data um estudo epidemiológico que retrate a real situação do problema, apenas se podem ter como referência os dados da Alzheimer Europe que apontam para cerca de 182 mil pessoas com demência (Alzheimer Europe, 2014)

Formas mais comuns de Demência
A Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos. É uma doença progressiva, degenerativa e que afeta o cérebro. À medida que as células cerebrais vão sofrendo uma redução, de tamanho e número, formam-se tranças neurofibrilhares no seu interior e placas senis no espaço exterior existente entre elas. Esta situação impossibilita a comunicação dentro do cérebro e danifica as conexões existentes entre as células cerebrais. Estas acabam por morrer, e isto traduz-se numa incapacidade de recordar ou assimilar a informação. Deste modo, conforme a Doença de Alzheimer vai afetando as várias áreas cerebrais, vão-se perdendo certas funções ou capacidades.

Demência Vascular
Demência Vascular é um termo utilizado para descrever o tipo de Demência associado aos problemas da circulação do sangue para o cérebro e constitui o segundo tipo mais comum de Demência. Existem vários tipos de Demência Vascular, mas as duas formas mais comuns são a Demência por multienfartes cerebrais e Doença de Binswanger. A primeira é causada por vários pequenos enfartes cerebrais, também conhecidos por acidentes isquémicos transitórios e é provavelmente a forma mais comum de Demência Vascular. A segunda, também denominada por Demência vascular subcortical, está associada às alterações cerebrais relacionadas com os enfartes e é causada por hipertensão arterial, estreitamento das artérias e por uma circulação sanguínea deficitária.

A Demência vascular pode parecer semelhante à Doença de Alzheimer e em algumas pessoas ocorre um quadro combinado destes dois tipos de Demência.

Doença de Parkinson
A Doença de Parkinson é uma perturbação progressiva do sistema nervoso central, caracterizada por tremores, rigidez nos membros e articulações, problemas na fala e dificuldade na iniciação dos movimentos. Numa fase mais avançada da doença, algumas pessoas podem desenvolver Demência. A medicação pode melhorar a sintomatologia física, mas também pode provocar efeitos secundários que incluem: alucinações, delírios, aumento temporário da confusão e movimentos anormais.

Demência de Corpos de Lewy
A Demência de Corpos de Lewy é causada pela degeneração e morte das células cerebrais. O nome deriva da presença de estruturas esféricas anormais, denominadas por corpos de Lewy, que se desenvolvem dentro das células cerebrais e que se pensa poderem contribuir para a morte destas. As pessoas com Demência de Corpos de Lewy podem ter alucinações visuais, rigidez ou tremores (parkinsonismo) e a sua condição tende a oscilar rapidamente, de hora a hora ou de dia para dia. Estes sintomas permitem a sua diferenciação da Doença de Alzheimer. A Demência de Corpos de Lewy pode ocorrer, por vezes, simultaneamente com a Doença de Alzheimer e/ou com a Demência Vascular. Pode ser difícil fazer a distinção entre a Demência de Corpos de Lewy e a Doença de Parkinson, verificando-se que algumas pessoas com a última desenvolvem uma forma de Demência semelhante à primeira.

Demência Frontotemporal
Demência frontotemporal (DFT) é o nome dado a um grupo Demências em que existe a degeneração de um ou de ambos os lobos cerebrais frontal ou temporais. Neste grupo de Demências estão incluídas a Demência fronto-temporal, Afasia Progressiva não-fluente, Demência semântica e Doença de Pick. Cerca de 50% das pessoas com DFT tem história familiar da doença. As pessoas que herdam este tipo de Demência apresentam frequentemente uma mutação no gene da proteína tau, no cromossoma 17, o que leva à produção de uma proteína tau anormal. Não são conhecidos outros fatores de risco.

Doença de Huntington
A Doença de Huntington é uma doença degenerativa e hereditária, que afeta o cérebro e o corpo. Inicia-se, habitualmente, no período entre os 30 e 50 anos e é caracterizada pelo declínio intelectual e movimentos irregulares involuntários dos membros ou músculos faciais. As alterações de personalidade, memória, fala, capacidade de discernimento e problemas psiquiátricos são outros sintomas característicos desta doença. Não existe tratamento disponível para impedir a sua progressão, contudo a medicação pode controlar as perturbações do movimento e os sintomas psiquiátricos. Na maioria dos casos, a pessoa desenvolve Demência.

Demência provocada pelo álcool (Síndrome de Korsakoff)
O consumo excessivo de álcool, particularmente se estiver associado a uma dieta pobre em vitamina B1 (tiamina) pode levar a danos cerebrais irreversíveis. Este tipo de demência pode ser prevenido e se houver cessação do consumo podem existir algumas melhorias.

As partes cerebrais mais vulneráveis são as implicadas na memória, planeamento, organização e discernimento, competências sociais e equilíbrio. Tomar vitamina B1 (tiamina) parece ajudar a prevenir e a melhorar esta condição.

Doença de Creutzfeldt-Jacob
A Doença de Creutzfeldt-Jacob é uma perturbação cerebral fatal, extremamente rara, causada por uma partícula de proteína denominada por prião. A sua incidência por ano é de um caso por cada milhão de pessoas. Os primeiros sintomas incluem falhas de memória, alterações do comportamento e falta de coordenação. À medida que a doença progride, usualmente com rapidez, a deterioração mental torna-se evidente, surgem movimentos involuntários, podendo a pessoa cegar, desenvolver fraqueza nos membros e, por fim, entrar em coma.

Será demência?Existem várias situações que produzem sintomas semelhantes à Demência, como por exemplo algumas carências vitamínicas e hormonais, depressão, sobredosagem ou incompatibilidades medicamentosas, infeções e tumores cerebrais. Quando as situações são tratadas, os sintomas desaparecem.

É essencial que o diagnóstico médico seja realizado numa fase inicial, quando os primeiros sintomas aparecem, de modo a garantir que a pessoa que tem uma condição tratável seja diagnosticada e tratada corretamente. Por outro lado, se os sintomas forem causados por uma Demência, o diagnóstico precoce possibilita o acesso mais cedo a apoio, informação e medicação, caso esta esteja disponível.

A Demência pode ser hereditária?Isto irá depender da causa da Demência, daí a importância de existir um diagnóstico médico correto. Se tiver preocupações sobre o risco de herdar Demência, consulte o seu médico. Salienta-se que a maioria dos casos de Demência não é hereditária.

Quais são os sinais inicias da Demência?Os sinais iniciais de Demência são muito subtis e vagos e podem não ser imediatamente óbvios. Alguns sintomas comuns são:
Perda de memória frequente e progressiva;Alterações da personalidade;Apatia e isolamento;Perda de capacidades para a execução das tarefas diárias.


O que fazer para ajudar?Atualmente não existe prevenção ou cura para a maioria das formas de Demência. Todavia, existem medicações disponíveis que podem reduzir alguns sintomas.

O suporte é vital para as pessoas com Demência. A ajuda da família, amigos e cuidadores pode fazer uma diferença positiva na forma de lidar com a doença.

Contacte a Linha de Apoio Informar + da Alzheimer Portugal, através do número  213 610 465. dias úteis | das 9h30 às 13h e das 14h00 às 17h. A linha telefónica funciona todos os dias úteis, das 9h30 às ```13h``` e das 14h00 às 17h.