Edna Melo era professora de Turismo e perdeu a audição do lado esquerdo e a visão após contrair uma bactéria hospitalar. José é surdo de nascença e se tornou cego depois de adulto, devido à uma doença degenerativa. Eles se conheceram no Instituto dos Cegos e aprenderam Braille juntos.
Edna é quem conta essa história de amor: a princípio, não houve nenhuma investida de ambas as partes, mas, com o decorrer dos dias e como começaram a passar mais tempo juntos, ela sentiu atração por ele. O dia oficial do namoro foi em uma festa do Dia da Páscoa, quando dançaram forró – ele a convidou para dançar. “Essa dança foi tão forte que estamos há dois anos dançando juntos” diz a ex-professora de Turismo, alegre e rememorando aquele momento.
Para o relacionar se desenvolver, foi necessário uma espécie de cupido que os acompanha até hoje: Moisés Vitorino, intérprete de José, intermedia sempre que pode a comunicação entre o casal. “O casal José e Edna têm demonstrado que é possível [se relacionar]” testemunha Moisés, comemorando que as limitações sensorial e comunicativa foram ultrapassadas como uma barreira.
O namoro faz dois anos e eles pensam em casamento, sim. Intermediado pelo intérprete de libras, José fala que casamento precisa de tempo, experiência, convivência e futuro certo. Para Edna, duas pessoas nas mesmas condições que eles podem ficar juntas, basta ter força de vontade e aprender Libras, afinal a comunicação não é fácil.
Eles nunca se viram; ele nunca a ouviu.
“Eu sou a voz dele e ele é meu guia” conclui Edna Melo, afetuosa e amorosamente.
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