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domingo, 30 de junho de 2019

Bebida Alcoólica na Adolescência

A Adolescência, que acontece dos 12 aos 18 anos de acordo com o Estatuto da criança e do Adolescente (ECA), é uma fase marcada por inúmeras mudanças, questionamentos, alterações hormonais e inquietações emocionais, justamente pelo fato de que neste período a personalidade do indivíduo está sendo definida e os lutos da infância vivenciados. Os adolescentes enfrentam decisões sociais e psicológicas para toda a vida, e muitas vezes apresentam comportamentos extemos, imediatistas, opositores e podem até, em alguns momentos, negligenciar os cuidados com sua saúde.

O consumo de bebidas alcoólicas é um problema de saúde pública cada vez mais agravante, particularmente no que se refere aos adolescentes, que é quando, na maioria das vezes, se inicia a ingestão do álcool.

Algumas pesquisas revelam que entre todas as substâncias avaliadas, o álcool foi a que apresentou a menor média de idade para o início do consumo, sendo um pouco mais de 12 anos. Dado este bastante preocupante, já que quanto mais precoce for a iniciação, piores as consequências e riscos para desenvolver a dependência ou futuros abusos no consumo.

O álcool na adolescência é extremamente desaconselhável porque o sistema nervoso central do jovem ainda está se desenvolvendo, também pela possibilidade de atrapalhar seu amadurecimento normal, causar alterações no desenvolvimento da personalidade e prejudicar funções como memória e atenção. Por sua vez, estes prejuízos podem levar a dificuldade de aprendizagem e piora no desempenho escolar.

De acordo com um recente estudo realizado da Finlândia, adolescentes que bebem em excesso tendem a ter menos massa cinzenta no cérebro, que é a estrutura responsável pela memória, tomada de decisões e autocontrole.

Sendo assim, o consumo de bebidas alcoólicas pode acarretar uma série de problemas sociais e de saúde e contribuir para a vulnerabilidade dos jovens a acidentes de trânsito, violência, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada, uma vez que o sentimento de onipotência marcante nessa etapa do desenvolvimento é intensificado pelo uso do álcool, possibilitando que os adolescentes acreditem que podem se expor aos riscos sem que lhe ocorram maiores danos..

A naturalização atribuída às bebidas alcoólicas é um dos fatores de risco ao consumo, já que em diversos contextos culturais a cerveja e a cachaça estão presentes nas comemorações e festividades brasileiras e são incessantemente expostas e divulgadas pela mídia. A bebida é associada então à busca de prazer que os jovens atribuem a bebida, à desinibição, à sociabilidade e autoafirmação.

As pesquisas têm mostrado muitos outros fatores de risco para o abuso de substâncias psicoativas. No entanto, alguns autores acreditam que as condições familiares são cruciais, já que a família é a base da estruturação emocional e psíquica do ser humano.

Como fatores protetores podemos destacar a família bem estruturada; com o envolvimento afetivo dos pais na vida dos filhos e determinando regras de conduta e limites claros; o desempenho escolar satisfatório; e as relações com outras referências da comunidade como igreja, ações sociais e esportivas.

Portanto, os riscos imediatos e de longo prazo provenientes do consumo do álcool pelos jovens reforçam a necessidade do desenvolvimento de programas de prevenção e de tratamento. O conhecimento e a compreensão dos fatores sociais, pessoais e ambientais que contribuem para a iniciação e o aumento no consumo é essencial para a iniciativa de ações eficazes de combate ao problema.

Por Fabrícia Ramos de Freitas


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